
De Torcedor pra Torcedor
Os refletores do Estádio Couto Pereira não estarão ligados, mas as luzes do Espaço Belfort Duarte sim. O time verde e branco não entrará em campo, mas esta será uma noite de decisão no Alto da Glória.
E não será uma decisão qualquer, não valerá nenhuma taça, mas seus efeitos serão os responsáveis pelo futuro de um clube mais organizado, mais profissional, mais moderno.
A partir das 18h00 desta segunda-feira, cerca de 3.400 sócios Coritibanos entrarão em campo nas dependências do Estádio Alviverde (no Espaço Belfort Duarte) para votar as propostas de alterações no Estatuto Coxa-Branca - uma noite ansiosamente aguardada por aqueles que querem ver um clube cada vez mais forte.
Analisando e comparando com o atual Estatuto, as propostas de revisão no texto da lei maior do clube representam, em sua grande maioria, um considerável avanço, seja na operacionalização das atividades do clube - como a redução do número de integrantes do Conselho Administrativo, de nove para cinco elementos, bem como da expansão da representatividade dos associados, claramente observada na elevação do número de sócios integrantes do Conselho Deliberativo, de cento e vinte para cento e sessenta representantes.
A democratização do clube sai fortalecida no caso de aprovação das propostas que preveem a eleição direta do Conselho Administrativo, afinal, este é o órgão executivo da agremiação.
Outra significativa mudança diz respeito ao tempo de mandato dos integrantes dos Conselhos do clube. Administrativo e Deliberativo terão um período de três anos para bem desenvolver suas funções, sob pena de serem responsabilizados por atos de má gestão, sem dúvida, um grande avanço.
A proporcionalidade entre as chapas integrantes dos processos eleitorais é o ponto alto da democratização do clube. A composição do Conselho Deliberativo abrigará representantes das chapas que porventura saiam derrotadas nas eleições, sem que se perca a pluralidade de pensamento e ideologia com as quais o clube poderia ser conduzido.
Haver representantes das chapas vencidas no Conselho Deliberativo será a linha mestra para que o bom debate e a benéfica oposição ganhem o palco adequado para que os destinos do clube sempre sejam verificados pelas mais diversas vertentes que compõem a coletividade Alviverde.
Não há dúvida, porém, que o texto que será levado à apreciação e votação dos associados, logo mais, seja perfeito. Longe disto.
Temas importantes como aquele previsto no artigo 2º, que trata de possibilidade de dissolução ou fusão do clube, receberam uma nova redação que, para este caso específico, deverá ser objeto de uma Assembleia Geral Extraordinária para este fim. Penso que o ideal seria a impossibilidade do clube fundir-se com outra entidade, sob pena de vermos uma tradição centenária chegar ao fim no caso de sua ocorrência. Contudo, como a mesma deverá ser objeto de votação pelos associados Alviverdes, creio que sua efetivação não sairá do campo teórico.
Outro ponto que contesto é a chamada terceirização das atividades ligadas ao futebol, prevista no artigo 4º do atual Estatuto - mantida no novo projeto. Trata-se do Coritiba FOOT BALL Club, então, como conceber que sua única atividade seja delegada a terceiros? Creio que o que deve ser feito na prática seja a contratação de profissionais de extrema capacidade para gerir a atividade para a qual o clube fora fundado em 1909.
Como sugestão, referindo-se ao artigo 12 do projeto do novo Estatuto, penso que o atual modelo número três do uniforme Coxa-Branca fosse incorporado definitivamente às opções de camisas de jogo para o clube do Alto da Glória. A menção à bandeira do Estado do Paraná, estilizada na camisa em comento, serve como uma projeção altamente positiva da cultura da nossa terra, devendo ser perene, portanto.
Mesmo não sendo perfeito - impossível atingir este desiderato -, o novo texto do Estatuto Alviverde conferirá ao clube uma nova dinâmica institucional, para tanto, imprescindível que o debate de suas propostas seja o mais profícuo possível.
O momento histórico chegou. É hoje o dia dos associados Coritibanos demonstrarem, talvez, a maior prova de amor ao mais tradicional clube do futebol paranaense.
Quero consignar meu agradecimento público ao Dr. Omar Akel - presidente do Conselho Deliberativo do Coritiba Foot Ball Club não somente pela gentileza de sempre buscar esclarecer os aspectos ligados aos trabalhos de elaboração do texto do novo Estatuto Coritibano, sobretudo por ter transformado uma promessa de campanha da gestão "Respeito e Dignidade" numa realidade da qual participaremos em instantes.
Na pessoa do Dr. Omar Akel, ainda, estendo os cumprimentos a todos os Conselheiros envolvidos neste árduo trabalho de desenvolvimento do novo texto legal.
Por fim e não menos importante, agradeço a todos os sócios coritibanos que, desde dezembro de 2009 até o momento da entrega do requerimento com as proposição de reforma estatutária, acreditaram na possibilidade de mudança e assinaram o abaixo assinado que instruiu o mencionado requerimento, entregue nas mãos do presidente do Conselho Deliberativo no dia 25/03/2010.
Viva a democracia Coxa-Branca.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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