
De Torcedor pra Torcedor
Justamente quando um clube do futebol paranaense lança uma campanha que busca a valorização das tradições do Estado, o que se vê é um mar de lama que banha o futebol paranaense.
MUITO longe do aspecto técnico pelo qual passou o clube rubronegro nos últimos anos , o relacionamento entre os dirigentes Coritibanos, atleticanos e paranistas trazia certa esperança de dias melhores para o futebol do Paraná.
Bastou haver o retorno de Mário Celso Petraglia ao comando do clube rubronegro para o retrocesso voltar a imperar.
Um dirigente que se utilizou de discursos e atitudes populistas para "jogar para os falacianos" .
Um dirigente que, sabidamente não se disporia a voltar à presidência do clube caso a Copa do Mundo no Brasil não fosse confirmada para o meio estádio que ajudou a levantar, utiliza-se da cúpula política do Estado para criar artifícios jurídicos .
Um dirigente que age como um verdadeiro déspota, buscando "defender" os interesses do seu clube, mesmo que se utilize de expedientes pouco transparentes para persuadir o facilmente influenciável presidente da Federação Paranaense de Futebol a agir em "prol" de um de seus filiados em demanda completamente contrária a outro.
Um dirigente que ignora a LEI e busca nos bastidores a realização do clássico Atletiba com torcida única e pior: com seu "poder de convencimento" consegue o apoio de instituições que deveriam zelar pela aplicação desta mesma LEI, não pode e não faz bem para o "futebol paranaense".
Vamos aos fatos: o presidente rubronegro alega haver falta de segurança no estádio da Vila Capanema - o que comprometeria a presença de duas torcidas, tese avalizada por duas das instituições mais sérias para a garantia do Estado Democrático de Direito: a Polícia Militar .
Ora, se há falta de segurança neste estádio, ele não poderia ser liberado pelos órgãos competentes e homologado como local da partida pela Federação Paranaense de Futebol, isso não parece óbvio?
Outra, se o que se busca é o combate à violência, quais serão as atitudes tomadas pelas autoridades que insistem em fazer vistas grossas aos corriqueiros fatos que envolvem os torcedores 'rivais' que vestem as mesmas cores e que constantemente se enfrentam?
Mais uma, se há falta de segurança na Vila Capanema presume-se que quando houver um jogo entre P. Clube x Coritiba ou P. Clube x A. Paranaense, teremos partidas comportando somente torcedores tricolores, certo?
Não tenho contato com os números oficiais de estatísticas da Polícia Militar, mas parece-me desnecessário tê-lo para verificar as evidências: as confusões havidas em dias de clássicos ocorrem do lado de fora dos estádios, nos bairros mais afastados ou nos terminais de ônibus, sendo assim, qual resultado prático se alcança com a proibição de 999 torcedores Alviverdes na partida desta quarta-feira de cinzas? Aliás, essa data reflete bem o atual estágio do futebol paranaense - algo que já foi tomado pelo "fogo" da rivalidade sadia, hoje agoniza nas cinzas dos tempos de outrora.
Qual a garantia de que não nos defrontaremos com as lamentáveis notícias de quebra-quebra após o clássico Atletiba? Aquele policiamento que deveria garantir a segurança de rubronegros e Alviverdes dentro e próximo ao estádio Durival Brito será deslocado para os pontos críticos da cidade?!
A verdade, por mais que o déspota do futebol paranaense tente camuflar é a seguinte: suas atitudes nos bastidores buscam de todas as formas criar um panorama propício para um triunfo rubronegro no Atletiba. Petraglia sabe que esta partida vale muito mais do que meros três pontos ou a conquista do primeiro turno do campeonato estadual.
Para levar adiante o seu canto da sereia, confortando sua massa torcedora com promessas irreais, sabe que precisa frear a série de conquistas do seu rival, afinal, para quem prometeu Jadson e contratou Leo, quem prometeu ser campeão do mundo em 10 anos (sic), não levantar a taça do campeonato estadual soará como um perigoso contraponto ao seu próprio discurso.
Como disse, não quero saber se as promessas que emana para seduzir os torcedores rubronegros vão dar ou não resultado - isso não é problema meu, mas passa a sê-lo quando os interesses do Coritiba Foot Ball Club ou de seus torcedores passam a ser desrespeitados.
Infelizmente estão matando o futebol paranaense. Permitir que essa sandice se torne realidade mostra que o esporte perdeu totalmente a sua essência.
Se num passado não tão distante rubronegros e Alviverdes eram vistos caminhando juntos para o campo de jogo e hoje são impedidos de assistir os 90 minutos de uma partida, de quem é a culpa?
Será que é minha ou sua torcedor amante do futebol?!
Uma coisa é certa: muito mais do que combater a presença nos estádio dos apreciadores do esporte é preciso haver uma profunda reflexão da atuação de dirigentes que se utilizam da paixão alheia para atingir objetivos dissociados do esporte, mesmo que para isso façam uso de discursos e ações "politicamente corretos".
Sobre o futebol que envolve o clássico - somente um mero parágrafo, infelizmente: espero que o treinador Marcelo Oliveira faça o óbvio, mantenha o jovem Caio Vinicius no ataque Alviverde e que o Coritiba possa responder em campo a todas estas sabotagens das quais tem sido vítima.
Boa sorte, Verdão!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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