
De Torcedor pra Torcedor
INTELIGÊNCIA e CAUTELA
O Coritiba liderou o campeonato estadual com o claro propósito de chegar ao confronto ante ao seu grande rival exatamente da forma como as coisas ocorrerão no próximo Domingo: jogando em casa, com a vantagem do empate e a uma vitória (no confronto direto) para ser campeão.
Objetivo competentemente conquistado, é hora de pés no chão, sem essa de entrar no clima antecipado de conquista – como nossos rivais fizeram no ano passado.
É preciso cautela e inteligência para saber usufruir das vantagens conquistadas ao longo de toda a competição.
O Verdão joga por dois resultados, isso mesmo: dois e diante deste quadro, a pior coisa que pode ao Coritiba é a vitória virar obsessão. Se for para ela vir (e espero que venha), que seja de forma natural – aproveitando-se do ‘desespero’ adversário que vê no triunfo a única possibilidade de continuar sonhando com a conquista maior.
Jogando em casa, a torcida Coxa-Branca terá dupla função: empurrar o time em busca da vitória, mas, no caso do empate teimosamente se manter, ofertar aos jogadores o apoio necessário para que não se descontrolem emocionalmente, colocando tudo a perder.
SEGURANÇA
O transcorrer da semana deixa uma impressão positiva: coritibanos e atleticanos dão mostras de que pretendem sair de casa no próximo Domingo para assistir e vibrar com uma bela partida de futebol, tão somente. Tomara mesmo que esta seja a tônica do comportamento das duas torcidas.
Preocupa-me, no entanto, o comportamento daqueles que se camuflam com as cores verde e branca ou vermelha e preta, sob a falsa denominação de 'torcedor'.
Refiro-me àqueles que ao sair de casa levarão consigo inúmeros propósitos, à exceção daquele que deveria unicamente lhes mover: entrar no estádio para torcer.
Problema para as autoridades de segurança pública que precisam encontrar formas de coibir a arruaça dentro e fora de campo.
Ao redor do estádio Couto Pereira, que inibam o consumo desenfreado de bebidas alcoólicas, mas especialmente, de drogas (a cocaína parece ser a ‘crista da onda’) que são consumidas sem o menor pudor.
No interior do estádio, o mínimo que se pode esperar é que haja a presença em campo de um considerável número de policiais da tropa do canil.
Trata-se de uma forma simples, mas altamente eficaz de repressão a qualquer tipo de tentativa de invasão de campo por parte de quem for. Aliás, não tenho dúvida que nada aconteceria no dia 06/12/2009 se houvesse um simples contingente de policiais e cães dentro do gramado – coisas do passado, bola pra frente!
O jogo
ARBITRAGEM
Após o inconsolável e livre choro dos torcedores e cronistas rubro negros, eis que Heber Roberto Lopes não apitará o AtleTIBA – bom para o Coritiba, afinal, este foi o árbitro que simplesmente ‘não viu’ a agressão do truculento zagueiro Manoel aos jogadores Marcos Aurélio e Renatinho, no jogo da baixada. Aliás, alguém precisa avisar a esse rapaz que o futebol não é uma das mais diversas modalidades de artes marciais, ao invés de teimarem em fazer vistas grossas à forma inconcebível que 'exerce' sua profissão.
Espero que Antônio Denival de Morais esteja com seu exame oftalmológico em dia e fique atento às possíveis cabeçadas, pisadas ou pontapés que certamente serão desferidos por este jogador (incrível como ele consegue estar sempre envolvido neste tipo de polêmica, mas sei lá, segundo o TJD-PR suas atitudes estão corretas – errado deve estar o resto do mundo).
BOLA AÉREA
É só buscar pelos registros – não só deste campeonato, mas especialmente deste: o desafogo rubro negro tem nome: Bola Aérea e sobrenome: Rodolpho.
Não que haja algo de errado nisso, afinal, este tipo de jogada é absolutamente lícita. O que é inconcebível são os times que enfrentem os rubro negros não buscarem uma forma eficaz de neutralizar tal recurso.
Lembro que o título de 2001 foi decidido num lance assim. O Coxa precisava da vitória e a estava alcançando com um golaço do Leandro Tavares marcado no início da partida na baixada.
Mesmo com um jogador a menos em campo (o zagueiro Flávio havia sido expulso), o Coxa aguentou a pressão até que quase o final da partida, quando veio o empate, justamente na única jogada em que ele não poderia acontecer, diante de sua previsibilidade.
Escanteio cobrado e o zagueiro Gustavo (naquela época era o jogador do desafogo) subiu mais que todos e cabeceou em cima do goleiro Gilberto que – atrapalhado no lance, caiu com bola e tudo para dentro do gol.
Eu estava na baixada naquele dia e de lá saí com o amargo gosto da derrota – não aquela derrota ‘normal’, imprevisível – fruto do talento de um drible desconcertante ou de um arremate preciso.
A frustração era tamanha justamente porque sabíamos que se tinha alguém que precisava ser marcado naquele momento, esse alguém era o Gustavo.
Lição que fica e que acende o sinal de alerta.
Faço um pedido ao gringo 'El Loco' Ariel: simplesmente ‘grude’ no zagueiro Rodolpho em todas as oportunidades que este se dirigir à área defendida pelo Coritiba. 
É preciso que todos os jogadores coritibanos se doem ao máximo em todo lance de bola parada. Atenção e bom posicionamento reduzirão as chances de conquista de nosso adversário naquela que é a sua arma mais letal.
RECADO AOS JOGADORES
Chegou a hora!
Tudo o que foi feito no campeonato, por cada um de vocês se decide nestes 90 minutos. 
Lembrem-se de cada gota de suor derramada nos treinamentos e nos jogos que precederam a decisão de Domingo.
Não cedam à nenhuma espécie de ‘catimba’ ou provocação do adversário, afinal, vocês construíram uma pequena, mas significativa vantagem e não é hora de por tudo a perder.
Mais importante que a conquista do campeonato estadual (com a consequente não derrota para os rubro negros) é o resgate da auto estima dos torcedores Alviverdes que ainda teimam em se manter afastados.
O sucesso do clube no restante da temporada de 2010 encontrará origem neste Domingo.
Tenho certeza de que estão cientes disto e de que cumprirão a contento a missão.
Raça Verdão – você é CAMPEÃO!!!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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