
De Torcedor pra Torcedor
A noite do dia 31 de julho de 1985 marca a página mais gloriosa da centenária história Coxa-Branca. Em pleno Maracanã, Bangu e Coritiba disputavam a final do Campeonato Brasileiro de 1985 numa única partida.
Após uma longa batalha e um empate em 1x1 no tempo normal e prorrogação, vieram as cobranças de penalidades e com elas o triunfo Alviverde consagrador.
Aquela heroica conquista muito mais que representar o título nacional para o Coritiba, representava o pioneirismo deste clube no que se refere à conquista do principal torneio do futebol brasileiro por uma agremiação fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo - Minas Gerais - Rio Grande do Sul.
Foi o primeiro título da Nova República - um título do povo, da luta, da demonstração que os "pequenos" também podem ser vistos como "gigantes". Naquela noite o Brasil inteiro parou para assistir e aplaudir os Guerreiros Coritibanos - Almir; André; Aragonés; Caxias; Dida; Édson; Eliseu; Gardel; Gérson; Gil; Gomes; Hélcio; Heraldo; Índio; Jairo; Lela; Luisinho; Marco Aurélio; Marildo; Paulinho; Rafael; Toby; Vavá; Vicente e Zé Carlos.
É evidente que os "poderosos" do futebol brasileiro "torceram o nariz" ao ver o "intruso" Coritiba sentar à mesa dos grandes campeões. Já havia sido assim em 1973, quando o time do Alto da Glória havia conquistado o Torneio do Povo - verdadeiramente a primeira conquista nacional do futebol paranaense.
Por se tratar de um torneio disputado somente em duas oportunidades, foi e é grande a resistência no sentido de atribuir àqueles outros herois Alviverdes (Jairo; Orlando; Pescuma; Oberdan; Cláudio; Nilo; Hidalgo; Néo; Dreyer; Negreiros; Reinaldinho; Sérgio Roberto; Hélio Pires; Tião Abatiá; Leocádio; Zé Roberto; Dirceu e Aladim) as honras e reconhecimento merecidos pelo título conquistado diante do Bahia.
Vinte e seis anos depois da volta olímpica verde e branca no maior estádio do mundo, quiseram os deuses do futebol que mais uma vez o time paranaense se defrontasse contra uma equipe carioca numa grande final de uma competição nacional. Coritiba e Vasco da Gama se enfrentarão em duas partidas em busca da tão almejada taça de Campeão da Copa do Brasil.
Observando as datas de nascimento dos 36 atletas que compõem o atual elenco do Coritiba Foot Ball Club - dados extraídos do site oficial do clube -, verifica-se que vinte atletas sequer eram nascidos quando o Coritiba levantou o seu mais precioso trofeu. O dado curioso é a data de nascimento do meia Willian Leandro - 31/07/1985.
Eis a relação de jogadores classificada por ordem de idade (da menor para a maior): Rafael Martins (goleiro) - 29/11/1991; Geraldo (meia) - 23/11/1991; Luccas Claro (zagueiro) - 20/10/1991; Dudu (meia) - 12/05/1991; Wilson Junior (atacante) - 25/04/1991; Djair (volante) - 10/02/1991; Caio Secco (goleiro) - 22/12/1990; Lucas Mendes (zagueiro) - 03/07/1990; Denis (lateral esquerdo) - 22/04/1990; Lelê (meia) - 09/02/1990; Marcos Paulo (volante) - 04/02/1990; Fabinho Souza (lateral direito) - 26/01/1990; Willian (volante) - 06/06/1989; Éverton Ribeiro (meia) - 10/04/1989; Eltinho (lateral esquerdo) - 07/07/1987; Jonas (lateral direito) - 10/02/1987; Anderson Aquino (atacante) - 18/12/1986; Demerson (zagueiro)- 16/03/1986; Everton Costa (atacante)- 06/01/1986; Maranhão (lateral direito) - 25/12/1985; Willian Leandro (meia) - 31/07/1985; Bill (atacante)- 02/07/1984; Davi (meia) - 06/04/1984; Marcos Aurélio (atacante) - 10/02/1984; Vanderlei (goleiro) - 01/02/1984; Rafinha (meia) - 04/08/1983; Emerson (zagueiro) - 03/05/1983; Léo Gago (volante) - 17/02/1983; Leonardo (atacante) - 26/10/1982; Leandro Donizete (volante)- 18/05/1982; Cleiton (zagueiro) - 11/07/1981; Jeci (zagueiro) - 22/04/1980; Edson Bastos (goleiro) - 03/11/1979; Pereira (zagueiro) - 30/07/1979; Triguinho (lateral esquerdo) - 25/02/1979 e Tcheco (meia) - 11/04/1976.
Lembro da noite de 31/07/1985. Tinha oito anos de idade e o que mais me vem à lembrança era a "troca de cores" entre o vermelho, o roxo e o pálido, de um tio - Coxa-Branca inveterado, causada pelo nervosismo daquela decisão. Recordo-me também da esfuziante queima de fogos que se ouvia na capital paranaense.
Creio que do atual elenco Alviverde, apenas o meio campo Tcheco deva ter alguma lembrança semelhante, até porque é natural de Curitiba.
Diante da já longínqua data, quero me dirigir a cada um dos atletas Coritibanos, antes do início desta decisão:
Ao vestir a camisa Alviverde, antes da partida contra o Vasco da Gama, especialmente no Rio de Janeiro, olhem para o símbolo do clube, mas atentem-se à estrela dourada que ali está inscrita.
Por um momento, imaginem-se poder voltar no tempo, transportando-se ao Estádio do Maracanã, a poucos metros do Estádio de São Januário, para jogar a final de 1985 e sentir a alegria extrema de ser Campeão do Brasil.
Voltem à realidade e tenham a consciência de que vocês poderão entrar para a história Coxa-Branca, eternizando-se como os responsáveis pela inserção de uma segunda estrela dourada sobre o símbolo mais tradicional do futebol paranaense.
No hall da fama dos heróis Coritibanos, no mesmo espaço que está grafado os nomes de Fedato, Krüger, Hidalgo, Jairo, Paulo Vecchio, Índio, Rafael, Heraldo, Tostão, entre tantos outros, ficará marcado para sempre os nomes de Rafael Martins; Geraldo; Luccas Claro; Dudu; Wilson Junior; Djair; Caio Secco; Lucas Mendes; Denis; Lelê; Marcos Paulo; Fabinho Souza; Willian; Éverton Ribeiro; Eltinho; Jonas; Anderson Aquino; Demerson; Everton Costa; Maranhão; Willian Leandro; Bill; Davi; Marcos Aurélio; Vanderlei; Rafinha; Emerson; Léo Gago; Leonardo; Leandro Donizete; Cleiton; Jeci; Edson Bastos; Pereira; Triguinho e Tcheco.
Vocês estão diante de uma única oportunidade na vida. Aproveitem-na. Doam-se ao extremo, suem sangue se preciso for. Lutem, busquem incessantemente a vitória. Talvez um último pique, um carrinho salvador ou um biquinho da chuteira poderão alçá-los ao Édem Coxa-Branca.
Eu acredito em vocês, eu sei que são capazes de derrubar todos os prognósticos preconceituosos da grande mídia nacional - estes mesmos prognósticos que já foram derrubados em 1973 e em 1985.
Como mensagem final, gostaria que acompanhassem o vídeo que serve de documentário da inesquecível conquista de 1985 e deixo uma dica: prestem atenção no que foi dito pelo goleirão Rafael, pelo meia Toby e pelo atacante Lela:
Agora é com vocês!
Não faltarão vídeos para eternizar a conquista que está tão próxima!
Raça e concentração - em busca da Copa do Brasil 2011.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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twitter.com/percycoxa
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