
De Torcedor pra Torcedor
Após o melancólico empate contra o lanterna da competição, é hora de se fazer um rescaldo, de modo que se possa entender os motivos que fizeram o Coritiba mais uma vez se enroscar num time que os próprios jogadores não sabem os nomes de todos os companheiros.
Nervosismo
Confesso não ter compreendido os motivos que levaram os jogadores Coritibanos ao estado de completo desequilíbrio emocional que apresentaram nesta partida.
Era mais do que óbvio que a superioridade técnica Alviverde seria combatida com alguns subterfúgios e, sem dúvida, o fator psicológico seria um deles.
Faltou frieza e inteligência ao Coritiba. Até mesmo os mais experientes jogadores Alviverdes mostravam-se descontrolados emocionalmente, entrando na catimba e nas provocações dos tricolores.
Entre eles, destaca-se o comportamento não contido de Rafinha que se via constantemente envolvido em bate bocas, confusões e lances violentos.
Não é a primeira vez que este atleta se mostra ‘esquentado’ e pra piorar: na partida de ontem ele tinha tudo para dar o troco jogando bola – calando os rivais.
Contudo, preferiu cair nas provocações dos tricolores e o final da história todo mundo já conhece.
Marcelo Oliveira
Não há dúvida que qualquer análise que se queira fazer da partida do último domingo restará prejudicada diante das expulsões dos jogadores Alviverdes.
Jogar com nove atletas, mesmo que contra um adversário infinitamente inferior, não é tarefa das mais fáceis.
No entanto, confesso não ter entendido até agora o porquê da substituição do atacante Marcos Aurélio.
A meu ver, este jogador só pode ser sacado do time diante de algum problema de ordem física, jamais numa situação como a de ontem, quando seria necessário ter em campo um jogador de velocidade e experiência para segurar a bola no ataque.
Além do que, seu raro talento nas cobranças de faltas é uma arma que não pode ser descartada.
O treinador Alviverde precisa entender que comandar o principal time do futebol paranaense não é tarefa fácil e a crítica é diretamente proporcional à grandeza do clube – precisa ficar esperto.
Leonardo
Jogador de qualidade técnica indiscutível, dono de um arremate quase sempre preciso, Leonardo está muito aquém do bom futebol que apresentou na temporada passada – mesmo tendo chegado ao Coritiba logo após ter se recuperado de sérias contusões.
Assim que chegou ao Alto da Glória, o atacante caiu nas graças da torcida ao fazer verdadeiros golaços pela Série B 2010.
Contrariamente ao que se poderia esperar – pelo fato de ter realizado a pré temporada juntamente com o restante do elenco Alviverde, a escassez de gols nestas três primeiras partidas pelo campeonato paranaense e mais do que isso, a falta de uma atuação em grande estilo, já preocupam a torcida Coxa-Branca.
É preciso paciência – estamos no início da temporada -, mas já é chegada a hora do camisa 9 do Verdão balançar as redes adversárias com a mesma maestria que o fez há alguns meses atrás.
Bill e Geraldo
Sem poder contar com o bom futebol de Marcos Aurélio (substituído) e Leonardo (num mau momento técnico), a torcida Alviverde pode ver a dupla reserva de ataque em campo.
E o que se viu foi uma apresentação absolutamente infrutífera, seja pela falta de objetividade do angolano, seja pela má forma física do centroavante vindo do Corinthians/SP.
Para se tornarem jogadores de confiança da torcida Coxa-Branca, ambos precisarão fazer muito mais do que um gol no principal rival numa final de campeonato paranaense - como é o caso do primeiro, e um gol contra o Bahia/BA – marcado pelo segundo na Série B do ano passado.
Aliás, a falta de mobilidade de Bill foi a tônica dos ataques Alviverdes na segunda etapa do jogo.
De bom somente o cabeceio da bola que explodiu na trave esquerda da meta defendida pelo goleiro paranista quase ao final da partida – pouco, muito pouco, convenhamos.
Héber Roberto Lopes
Muito além da inoperância ofensiva do Verdão e o nervosismo que impediram um resultado positivo, o principal personagem da partida chama-se Héber Roberto Lopes.
Já escrevi em outra oportunidade tudo o que penso quanto à empáfia e arrogância deste árbitro – que mais do que qualquer outro, se esforça para ser a ‘estrela’ das partidas que apita.
Mesmo jogando num gramado com condições ruins, debaixo de um temporal que caiu em Curitiba no momento do início da partida, diante de um adversário que soube se utilizar da forte marcação (pra não dizer violenta) e do descontrole emocional dos visitantes, o Coritiba mandava na partida, encurralando o time da casa em seu campo defensivo.
Eltinho abriu o placar numa jogada de muita raça e a minha tão desejada goleada estava finalmente se desenhando. Foi aí que o personagem do jogo entrou em ação.
Os dois cartões amarelos distribuídos ao capitão Alviverde foram duas das maiores safadezas que pude presenciar desde que passei a acompanhar o futebol.
O primeiro deles, então, beirou o ridículo e isso contribuiu decisivamente para potencializar o nervosismo Coxa-Branca, diante da ausência do mesmo critério quando das faltas praticadas pelos tricolores.
Não quero justificar o insucesso Coritibano – sim, perdemos dois pontos para o lanterna do campeonato, lembremo-nos -, utilizando do argumento de que jogamos com um jogador a menos boa parte do jogo.
A diferença técnica existente entre os dois elencos é tamanha, que mesmo assim o Verdão continuou dominando as ações.
Não contente com a palhaçada que fizera com o zagueiro Jeci, o “Colina das Araucárias” mais uma vez tentou dar um jeito de equilibrar o jogo a favor dos tricolores.
O lance da expulsão de Rafinha foi mais um golpe na equipe Coxa-Branca e a prova da falta de critério do apitador.
Para quem não viu o lance, tentarei o descrever: o jogador paranista Taianan corria atrás de Rafinha com o claro propósito de atingi-lo.
Ao se aproximar do meia Coritibano, desferiu um carrinho criminoso que só não atingiu o Alviverde porque este, inteligentemente, pulou.
Aí cabe um questionamento: qual foi a intenção do jogador paranista ao deferir o carrinho? Ele por acaso, em algum momento visou a bola? A obviedade da resposta é tão grande que é onde se alicerça parte da minha revolta.
Ato contínuo, Rafinha caiu no gramado e ao se levantar, ameaçou de forma acintosa e desnecessária agredir o adversário com uma cotovelada que – registre-se – não fora efetivamente desferida.
Após o entrevero, a autoridade máxima da partida se dirigiu ao jogador Coritibano com o cartão vermelho na mão, aplicando-lhe tão somente, ou seja, Rafinha fora vítima de uma entrada criminosa, esquivando-se, infantilmente fez menção de revidar e acabou expulso.
O “santo” jogador paranista – que só não quebrou a perna de seu adversário em virtude da esquiva deste -, além de não receber a suposta cotovelada, teve a sua intenção de rachar o adversário absolvida pela complacência de Héber Roberto Lopes, não sendo advertido sequer com o cartão amarelo – aliás, o árbitro não se deu ao trabalho de anotar a falta cometida pelo jogador da casa.
Simplesmente ridículo!
Com nove jogadores em campo pelo lado Alviverde, enfim, Héber atingiu o seu intento de equilibrar as forças.
Para corroborar com a tese do absurdo cometido no lance que envolveu Rafinha e Taianan – onde somente o primeiro fora expulso -, novo carrinho criminoso – exatamente igual ao desferido por Taianan - , fora punido com o cartão vermelho ao volante tricolor.
Pergunto: se Héber expulsou o jogador Javier Mendes pelo carrinho criminoso, por que não o fez com relação ao Taianan? Há algum argumento que possa ser utilizado para amenizar a safadeza da arbitragem?
A impressão que ficou após a inaceitável arbitragem de Héber Roberto Lopes é de que não há o menor interesse em que um time – neste caso o Coritiba – dispare na tabela de classificação.
Se a goleada que espero como torcedor ainda não veio, perder dois pontos para o lanterna da competição poderá custar muito caro ao clube do Alto da Glória e quem pagará esta conta?
O mínimo que se espera dos dirigentes Alviverdes é uma atitude de repúdio e veto às arbitragens sempre nocivas de Héber Roberto Lopes.
Minha frustração ao mais uma vez não presenciar um resultado expressivo diante do time colorido de Curitiba ficou um pouco maior, embora espere que a mesma se extinga na partida do returno deste campeonato paranaense, caso contrário, terei que aguardar a chegada de 2012, porque na Série A dificilmente isso venha acontecer algum dia.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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