
De Torcedor pra Torcedor
Enquanto montava seu elenco para os desafios desta temporada, o Coritiba passou a gerar uma grande expectativa em meio à imprensa, torcedores e porque não dizer em seus adversários.
Desde a chegada de Alex, a manutenção de jogadores importantes como Emerson, Willian, Rafinha, Deivid e as contratações de Leandro Almeida, Bottinelli, Julio César, entre outros, o clube do Alto da Glória cada vez mais foi assumindo a “obrigação” de faturar o tetracampeonato estadual de “ponta a ponta”.
É inegável que até mesmo o mais reticente comentarista, o mais contido torcedor e o mais desconfiado adversário reconheceriam no elenco Coxa-Branca um grupo de jogadores que, uma vez que estivessem todos ao dispor de seu treinador, dificilmente seria superado.
Esta expectativa, como não poderia ser diferente, veio cercada de muita pressão. O Coritiba, mesmo sem estas contratações entraria na temporada 2013 com a responsabilidade de ratificar a sua hegemonia estadual – ponto de partida para que os demais desafios fossem enfrentados com equilíbrio e certa tranquilidade.
Sete rodadas se passaram e até o presente momento não se viu uma partida verdadeiramente convincente da equipe Alviverde. A última, aliás, principalmente em seu primeiro tempo foi sofrível.
Evidente que toda e qualquer equipe que for enfrentar Alex & Cia vai querer mostrar serviço, afinal, a única atração do combalido campeonato estadual é a presença de jogadores deste quilate vestindo a camisa verde e branca.
Some-se a isto o fato do apertado calendário praticado no futebol brasileiro não permitir um tempo no mínimo de preparação para a sequência de partidas que as equipes de ponta enfrentam ao longo do ano.
É incontestável que o time Coxa ainda não “soltou a perna”, como se diz na linguagem dos boleiros.
Pra piorar, a enorme quantidade de jogadores lesionados (como exemplo, aqueles que ocupam a lateral esquerda – o setor mais carente da equipe – estarem contundidos simultaneamente), a pubalgia que acometeu o lateral direito Vitor Ferraz justamente no momento que vinha numa crescente de desempenho e confiança, a longa recuperação de Emerson, a lamentável contusão de Sérgio Manoel (e seu respectivo longo período de recuperação), a imprudente jogada em que o meia Lincoln fraturou o tornozelo de Bottinelli justamente da véspera de sua estreia, a expectativa frustrada de ver o garoto Keirrison correndo novamente pelo gramado do estádio Couto Pereira. A lista é grande, enfim.
Todos estes fatores, somados a alguns outros, dificultaram sobremaneira o trabalho de construção do time titular do treinador Marquinhos Santos. Aliás, após ter assumido um verdadeiro “rabo de foguete” no campeonato brasileiro do ano passado, o jovem treinador já passou a ser alvo de desconfianças por parte de alguns torcedores, que não acreditam que será capaz de "dar conta" de tantos jogadores experientes.
Diante deste quadro, onde de um lado se tem a esperança de um ano verdadeiramente marcante, contando com a presença de jogadores com reconhecido talento individual e de outro um momento conturbado em que o time não demonstrou ter encaixado, o que falta para a equipe Coxa-Branca desencantar?
ALEGRIA.
É nítido que os jogadores, cientes da grande responsabilidade que carregam no campeonato estadual, entram em campo tensos por saberem que todas as dificuldades neste momento lhes acompanham. É a dificuldade natural do início da preparação física, é o ímpeto de adversários que enxergam no próprio Coritiba a equipe a ser batida, é a cobrança até involuntária (e compreensível) dos torcedores.
É hora de trocar a pressão pela alegria e o melhor momento para isso é esta partida diante do Toledo. Respeitando o adversário – como o esporte exige –, a equipe Coritibana precisa atuar de forma leve, alegre, de toques rápidos em direção ao gol, buscando alcançar uma vitória com uma expressiva diferença de gols.
Vendo a possível escalação do time Coxa-Branca para o jogo desta noite, penso ser esta a melhor formação/escalação disponível no momento. Aliás, creio que o 3x5x2 poderá render bons frutos para o Coritiba nesta temporada. A começar pelo setor defensivo que ganha muito poderio aéreo para rechaçar as investidas adversárias, sobretudo nos momentos em que o maestro Alex “erguer a bola com as mãos” nas jogadas ofensivas.
Num exercício de “futurologia”, se todos os jogadores hoje estivessem à disposição do treinador Marquinhos Santos, minha equipe ideal jogaria com Vanderlei; Leandro Almeida, Pereira e Emerson; Vitor Ferraz, Willian, Bottinelli, Alex e Dênis; Rafinha e Deivid – uma equipe muito próxima desta que entrará em campo contra o Toledo.
Neste momento de ajustes, de desconfianças, de cobranças e de busca por um melhor desempenho a receita é simples: jogar com alegria. Uma hora ou outra o bom futebol que todos esperam ver da equipe Coxa-Branca virá à tona e com correções pontuais que a trajetória certamente nos mostrará necessárias, o ano de 2013 será marcado pelo sucesso.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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