
De Torcedor pra Torcedor
Desde o fatídico dia 06/12/2009, o Coritiba cumpre uma odisseia de reconstrução. Campeão Paranaense de 2010, Campeão da Série B do mesmo ano, Campeão do primeiro turno do Campeonato Paranaense de 2011, competição que lidera e que está bem próxima de se integrar ao extenso rol de conquistas Alviverdes.
Dentro de campo, ainda, a equipe verde e branca venceu as últimas 18 partidas que disputou, mesmo diante da grande rotatividade de jogadores que vestiram a camisa Coritibana - foram inúmeros os desfalques por lesões nestes primeiros três meses e meio do ano -, provando que muito mais que um time, o Coritiba conta com um elenco de bons atletas ao seu dispor.
Mesmo quebrando marcas, mesmo demonstrando uma reação institucional imediata, o Coritiba ainda é alvo da inconcebível desconfiança de parte da mídia esportiva estadual. Bastou uma partida em que time Coxa-Branca não apresentou o costumeiro brilhantismo, que alguns integrantes da imprensa esportiva local trataram de se alvoroçar e insinuar uma queda de rendimento - como se isso, na prática, estivesse proibido de acontecer.
O difícil jogo contra o C. Paranaense, decidido em dois lances de penalidade máxima - uma defesa de Edson Bastos e um gol do artilheiro do campeonato estadual, Davi -, demonstrou que até mesmo um elenco equilibrado como o do Coritiba encontrará seu limite.
Da formação considerada ideal, especialmente no que tange à armação das jogadas, Rafinha e Marcos Aurélio não estiveram juntos em campo pela primeira vez. Até então, na ausência de um, seja por lesão ou suspensão, o outro dava conta do recado, mas quando ambos estiveram ausentes, os demais jogadores sentiram muitas dificuldades diante de um adversário bastante disposto a estancar a expressiva sequência de triunfos, provavelmente incentivados por algum prêmio oferecido por aqueles que não tiveram capacidade de fazê-lo por conta própria.
Trago o assunto à baila, porque recebi do Coritibano Claudio uma mensagem com a qual destacou uma matéria publicada no portal clicrbs, onde dois cronistas curitibanos analisaram a campanha Alviverde em 2011.
A diferença entre as opiniões exaradas salta aos olhos e denota todo o desdém que um deles dispensa ao Coritiba. Eis a íntegra da matéria:
"COPA DO BRASIL
Um adversário recordista
Caxias terá a missão de enfrentar às 20h30min de amanhã, no Estádio Couto Pereira, o invicto Coritiba
Curitiba – Quem é esse Coritiba que está há 23 jogos invicto e já emplacou 18 vitórias consecutivas na temporada? Quem é esse Coritiba que marcou 61 gols e bateu pelo menos três recordes no Campeonato Paranaense? É um dos grandes times do futebol brasileiro em 2011 ou atravessa apenas uma boa fase? É imbatível ou vem dando sorte? Para a imprensa do Paraná, o adversário do Caxias, às 20h30min de amanhã, no Couto Pereira, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, ainda tem muito a provar.
– O nível técnico do Campeonato Paranaense está muito baixo, tanto que o Paraná está brigando para não ser rebaixado e o Atlético-PR anda muito mal, tendo trocado quatro vezes de técnico na temporada. É na Copa do Brasil que o Coritiba vai ter de provar se está num bom nível – analisa Carneiro Neto, colunista esportivo do jornal Gazeta do Povo e comentarista da Rádio 98 FM.
No domingo, o Coritiba conquistou a 18ª vitória consecutiva ao fazer 1 a 0 no Corinthians-PR, no Couto Pereira. Mas não jogou bem.
– Quando o Coritiba joga com todos os titulares, considero uma equipe de primeira qualidade. Contra o Corinthians-PR, Marcos Aurélio e Rafinha não jogaram e o time foi muito mal, sem criatividade – comenta Aírton Cordeiro, também colunista esportivo da Gazeta e comentarista da Rádio Transamérica.
Entre os principais jogadores da equipe, estão o zagueiro Pereira, ex-Grêmio, o volante Léo Gago e os meias Marcos Aurélio, Davi e Rafinha, além do atacante Bill. Tcheco, ex-meia gremista, é reserva. Machucado, não estará nem no banco.
O sucesso também está na base deixada pelo técnico Ney Franco, hoje na seleções sub-18 e sub-20.
– O segredo é que o Coritiba manteve a base do time que foi rebaixado para a Série B em 2009, com o goleiro Edson Bastos, o zagueiro Pereira, o volante Leandro Donizetti e os meias Marcos Aurélio e Rafinha. Com alguns reforços, ganhou o Paranaense com certa facilidade no ano passado e retornou à Série A com boa vantagem de pontos. Para 2011, fez uma parecia com a LA Sports, dona dos direitos do meia Davi e do zagueiro Émerson, entre outros de boa qualidade – revela Carneiro Neto.
O time é comandado pelo ex-jogador mineiro Marcelo Oliveira, 55 anos, técnico que trabalhou muito tempo como auxiliar do Atlético-MG e que teve uma boa passagem pelo Paraná no ano passado. Também treinou CRB-AL e Ipatinga-MG.
Das 23 partidas no ano, o Coritiba jogou 12 vezes no Couto Pereira e venceu todas, inclusive o duplo 4 a 2 nos rivais Atlético-PR e Paraná. Na Copa do Brasil, foram duas vitórias: 2 a 0 no Ypiranga-RS e 3 a 1 no Atlético-GO. Também bateu os dois fora de casa.
A meta agora é bater mais um recorde, e o Caxias está incluído como uma das vítimas.
– A ideia deles lá no clube é alcançar 21 vitórias consecutivas, um recorde do Palmeiras em 1996. Teria de vencer Caxias, Roma-PR e Atlético-PR – conta Carneiro Neto.
Resta saber se o Caxias será o que enfiou 5 a 0 no Ceilândia e segurou a dupla Gre-Nal ou o que levou 5 a 2 do Zequinha, 4 a 2 do Ypiranga e 3 a 0 do São Luiz. O torcedor grená espera que seja o primeiro".
Como se isso não bastasse, chegou a ser risível uma declaração proferida por um determinado setorista de uma rádio de Curitiba, quando quis dar a entender que o Coritiba havia sido "ajudado" na partida diante do C. Paranaense, alegando que a penalidade máxima marcada a favor do Coritiba fora "absurda". Esqueceu ele, contudo, de analisar outros lances na mesma partida em que os jogadores Alviverdes sofreram a carga faltosa dentro da área, nada sendo assinalado pelo árbitro.
Honestamente não me surpreendi com o "chilique" deste repórter, nem tampouco com o desdém do cronista.
É evidente que o excelente momento vivido pelo Coritiba provoca úlceras em diversas pessoas, especialmente aquelas que, mesmo veladamente, acreditavam que aquele fatídico dia marcaria o fim da centenária instituição. Sinceramente, não importa o que pensem, o Coritiba seguiu e continuará seguindo a sua vida, buscando sempre olhar para o futuro, calejado com os erros recentes do seu passado, reconheçam ou não aqueles que o subjugam.
Importa destacar, contudo, o que nós - os Coxas-Brancas - precisamos fazer para ajudar a manter o equilíbrio seja agora no bom momento ou noutro negativo, que porventura nos cerque, sem dar ouvidos para o que dizem os invejosos de plantão.
Cedo ou tarde, as derrotas virão, em especial quando da disputa do Campeonato Brasileiro, e por isso, desde já precisamos criar uma cultura de apoio irrestrito ao clube, numa espécie de blindagem ao que os rivais venham a fazer ou falar.
Por mais que os números tentem demonstrar outra realidade, sabemos que o Coritiba não é o "melhor time do mundo", mas com certeza, é um dos times mais unidos do mundo.
Temos a consciência que não torcemos para o clube com o maior número de associados do mundo, mas cada qual podemos ajudar a engrossar os nossos números neste quesito, mesmo assim, somos tão ou mais entusiastas do que qualquer outra torcida que exista neste planeta.
A melhor forma de não interromper este ciclo positivo pelo qual passa o clube é manter a serenidade no momento mágico que atravessamos, bem como nas derrotas que certamente virão.
Nem o céu, nem o inferno.
No caso de conseguirmos ter sempre o equilíbrio para saborear as vitórias e deglutir as derrotas, não haverá choro dos rivais capaz de nos desviar do novo curso que a instituição escolheu seguir.
Quanto aos rivais, se não nos concedem o direito de errar, que continuem tentando desprezar as nossas conquistas. Tem sido assim ao longo do tempo e todo este desdém jamais foi capaz de nos fazer sucumbir - não será diferente agora.
Daqui a pouco os "Guerreiros Alviverdes" entrarão em campo para enfrentar a perigosa equipe do Caxias/RS.
Deixo uma mensagem aos atletas Coxas-Brancas: ao ouvirem o apito do árbitro, esqueçam os recordes, deixem de lado as estatísticas. Simplesmente façam o que sabem fazer: encantar os presentes com a mágica do um futebol bem jogado.
Estaremos lá para aplaudir mais uma demonstração do que este grupo de atletas comprometidos podem fazer.
Boa sorte, Coxa!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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