
De Torcedor pra Torcedor
Passada (em parte) a indignação pela série de situações equivocadas que ocorrem no Alto da Glória e que culminaram, mais recentemente, com a fatídica derrota para o Santos, no último Domingo, importa destacar agora o que precisaremos/poderemos fazer para ajudar o Coritiba a sair deste atoleiro.
Digo aos amigos leitores que não sou um estudioso de esquemas táticos, posicionamento de jogadores em campo e afins. Não consigo assistir aos jogos do Coritiba ‘prestando a atenção’ na armação da equipe, claro que com as mínimas ressalvas. Aqui mesmo na equipe do site, há alguns amigos que conhecem (e muito) desta ‘ciência’, entre eles, os colunistas Samir Alexandre Gebara, Thiago Miguel e, especialmente, o Ricardo Honório – deixo a eles, portanto, a incumbência de analisar os erros e acertos nas escalações e substituições promovidas pelos técnicos Alviverdes.
Contudo, mesmo vendo os jogos com os olhos do ‘torcedor comum’, não é necessário ter mais que dois neurônios para verificar que o Coritiba precisa criar um fato novo na sua escalação para a partida contra o Cruzeiro.
Tento me colocar na situação do técnico Adilson Batista para projetar a formação do time azul, de acordo com as suas observações quanto aos jogos (medíocres) praticados pelo Coritiba, fora de casa. Não há dúvida que a tendência natural das coisas seria o Coritiba ir com uma proposta de jogo cautelosa (pra não dizer medrosa), haja vista até mesmo as declarações do diretor de futebol João Carlos Vialle – que alegou a necessidade do Coritiba ter uma postura ainda mais defensiva contra o Cruzeiro.
Entendo que se não for possível ganhar em Belo Horizonte, que não se perca e se traga um ponto para Curitiba, porém, é preciso observar uma das regras mais elementares do futebol para que se conclua que o time que entra em campo, abdicando da vitória, invariavelmente, sai derrotado.
Alguns esportes, como no caso do futebol, preveem três resultados possíveis: vitória, empate ou derrota. Ao afastar a possibilidade da busca pelo primeiro, sobram os dois últimos – com muito mais probabilidade da ocorrência deste. A derrota é ‘aceitável’ por parte do torcedor, quando vê seu time buscando o jogo, indo pra cima, mostrando seu poder de força, surpreendendo o seu adversário.
O próprio Coritiba já deu mostras neste campeonato que pode jogar assim, exemplos? Os jogos contra o Palmeiras, no Parque Antártica – pela estreia no campeonato, o Grêmio – em Porto Alegre e o São Paulo – no Morumbi (melhor partida do Coritiba fora de seus domínios neste brasileirão).
Diante disto, o técnico Ney Franco precisa ousar. Não pode ter ‘medo de ser feliz’ em Belo Horizonte. Entendo que a melhor forma de tentar surpreender o Cruzeiro é fazer em campo exatamente o oposto de tudo aquilo que eles esperam que o Coritiba faça.
Temos as seguintes opções: entrar para não perder, sem arriscar um único chute a gol e se transformar numa presa fácil ao adversário (como ocorreu na última partida) ou entrar em campo com ‘sangue nos olhos’, agredindo o adversário, marcando a saída de bola, com consistência defensiva oferecida pela escalação de três zagueiros e dois volantes, e, sobretudo, um time que busque o ‘abafa’ o tempo todo.
Eu optaria pela segunda formação e, acaso saíssemos na frente do placar, a pressão, ao contrário do que se esperaria, tenderia somente a aumentar e buscar sacramentar a vitória.
O time precisa ter um ritmo constante de luta dentro de campo. O jogo contra o São Paulo, no Morumbi, é o melhor exemplo disto.
Espero, sinceramente, que o Coritiba jogue esta partida de acordo com a sua grandeza. Que a comitiva Coxa-Branca vá à Belo Horizonte com o mesmo espírito daquela que, em 1985, regressou à Curitiba cercada de êxito pela luta demonstrada num Mineirão lotado, diante do Atlético Mineiro.
Será que só o Coritiba não consegue ganhar fora de casa? Com a palavra (e principalmente atitudes) os jogadores e comissão técnica.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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