
De Torcedor pra Torcedor
O campeonato paranaense atinge em 2013 a sua 99ª edição e com ela um evidente desgaste promocional.
Foi-se a aguerrida disputa contra tradicionais clubes do interior do Estado, como Mastubara (Cambará); Comercial (Cornélio Procópio); União Bandeirantes (Bandeirantes); Cascavel (cidade do mesmo nome); Grêmio Maringá (idem) e até mesmo o "velho" Londrina (idem). As exceções são os tradicionais Operário (Ponta Grossa) e Rio Branco (Paranaguá).
Já não há também o mesmo glamour nas disputas entres os clubes da capital. Não existem Ferroviário, Colorado, Pinheiros - todos deram origem ao Paraná Clube e o Clube Atlético Paranaense sofre nas mãos de um dirigente que se sente seu proprietário.
O Coritiba, maior detentor de títulos da competição, vive uma dualidade: sente a necessidade de montar equipes mais competitivas, que requerem maior investimento financeiro para as disputas de competições nacionais não mais na condição de mero coadjuvante, ao mesmo tempo que acaba por sofrer as consequências de levar a campo seu time titular para as disputas do estadual, expondo-se à cobranças, lesões e frustrações que podem vir a comprometer a própria temporada, se não forem bem administradas.
Diante deste quadro, e nas mais diversas conversas sobre o tema, surge a pergunta: É preciso acabar com o Campeonato Paranaense?
Numa dessas conversas, com o amigo rubronegro Kleber Assunção (o Binho), cada qual defendendo sua opinião - ele a de que o estadual deva ser esquecido, eu entendendo o contrário, eis que o alteticano expôs uma idéia muito interessante: o retorno da Copa Sul.
Não que seja algo original, mas vi como um caminho bastante viável a fórmula que propôs: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul indicariam, cada qual, 15 clubes para as disputas da competição.
Haveria três divisões da Copa Sul, cada uma delas composta por 15 clubes.
No primeiro ano, para adequar o preenchimento das vagas nas Séries A, B e C utilizaria-se os rankings locais, por exemplo: A Série A seria composta por Coritiba, Clube Atlético Paranaense, Paraná Clube, Operário (e um quinto clube a ser definido pelo ranking); Avaí, Figueirense, Joinville, Criciúma (e um quinto clube a ser definido pelo ranking); Internacional, Grêmio, Juventude, Caxias (e um quinto clube a ser definido pelo ranking). As Séries B e C teriam seus participantes definidos da mesma forma.
Haveria descenso e acesso de três clubes entre as Séries e o acesso para a Série C viria dos campeonatos estaduais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Seria, então, o "fim" dos estaduais? Pelo contrário, haveria uma reformulação e suas disputas aconteceriam paralelamente à Copa Sul.
Os estaduais aconteceriam em duas fases: a primeira, composta pelo 16º clube e seguintes, serviria para escolher o integrante da Série C da Copa Sul do ano seguinte - um objetivo bastante interessante em se tratando de uma classificação para uma competição interestadual. A segunda etapa reuniria os clubes que ocupassem a Série A da Copa Sul para um rápido torneio para eleger o campeão estadual da temporada.
Por exemplo, se em 2014 iniciasse a Copa Sul: o clube "X", vencedor do torneio estadual classificatório, integraria a Série C da Copa Sul em 2015 e se integraria a Coritiba, Clube Atlético Paranaense, Paraná Clube, Operário e o quinto clube a ser definido pelo ranking, para a disputa de um hexagonal visando erguer o troféu de Campeão Paranaense da próxima temporada.
Neste formato o que se discutiria seria a participação ou não dos clubes mineiros, criando, então, a Copa Sul ou Copa Sul-Minas.
Particularmente sou contra a integração entre o Sul e Minas Gerais, nada contra os mineiros, mas não vejo razão alguma para inchar a competição, até porque não há motivo histórico, cultural ou regional que liguem os clubes do Sul àqueles de Minas Gerais.
Entendo que o modelo hipotético sugerido pelo amigo, com alguns pitacos próprios, necessite de melhorias, tanto na forma, como especialmente no aspecto técnico e financeiro para sua viabilidade, se mostre como uma alternativa viável para a solução da "crise de identidade" que os campeonatos estaduais vêm enfrentando.
Ainda sobre o tema, o amigo Alviverde Ricardo Fernandes expõe outro modelo que contempla a volta da Copa Sul, clique aqui e confira.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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