
De Torcedor pra Torcedor
A tarde do último sábado marcou uma novidade na vida de muitos torcedores Coritibanos. Foi o dia em que o Coritiba Crocodiles pisou no gramado do Estádio Couto Pereira para disputar o título nacional do futebol americano, contra o Fluminense Imperadores.
Da simples curiosidade e quase total desconhecimento das regras deste esporte, creio que assim como eu, os quase oito mil presentes no Alto da Glória saíram do estádio com um sentimento bem diferente daquele com que nele entraram.
A dinâmica do esporte é bem diferente daquela do 'bom e velho' futebol, contudo, os lances de estratégia, de marcação, de avanço em direção ao 'campo inimigo' são ingredientes que garantem muita emoção ao jogo que é sucesso em boa parte do mundo.
Não sendo um conhecedor dos meandros deste esporte, não entrarei no mérito técnico, apesar de ter assimilado alguns conceitos. Pelo que observei, o time carioca, muito embora pareça ser mais experiente, não teve vida fácil em Curitiba.
Os Crocodiles saíram atrás do placar, mas não deixaram a 'bola oval cair'. Com muita luta, o time Alviverde conseguiu o 'Touchdown', o 'Extrapoint' , empataram a partida e fizeram a festa da torcida Alviverde.
Os gritos de incentivos que vinham das arquibancadas - muitos deles novos para a grande maioria -, como: "Vai defesa, quebra tudo, defesa" e "Croco, Croco doido" ainda ecoam nos ouvidos. Uma sensação tão bacana, quanto nova.
Se não dá pra fazer uma análise técnica por carecer de subsídios, posso abordar um tema que penso ser imprescindível nos esportes: a raça de seus praticantes.
E como foram raçudos os Crocodiles! Os atletas claramente deram o seu melhor em campo. A derrota por 7x14, quase ao final da partida, num lance que demonstrou a pequena superioridade da equipe carioca, foi o que menos importou.
Os atletas Coritibanos foram recebidos com todo o carinho pela torcida Coxa-Branca, quase todos com lágrimas nos olhos - lágrimas estas que só derramam aqueles que oferecem o melhor de si.
A sinergia existente entre torcedores e os atletas foi tão intensa, que até mesmo um atleta rival veio reverenciar o público Coritibano em bom 'carioquês': "Que torrrcida é essa, mermão? Vocêisxx esxxtão de parabénsxx, mandanram muito bem!", foram as palavras do jovem tricolor num inequívoco reconhecimento da festa que se viu no Alto da Glória.
Aos atletas Crocodiles deixo um singelo pedido: não esmoreçam. O título escapou pelas mãos como naquela bola interceptada pelos adversários quase ao final da partida. Vocês não precisam se envergonhar de nada, muito pelo contrário - estão no caminho certo e a consagração maior virá no momento certo.
Parabéns, Croco's!
Faço esta menção à raça do time de futebol americano do Coritiba, porque foi tudo o que faltou o time Coritibano no Atletiba da última rodada do Campeonato Brasileiro.
Mais de uma semana se passou e confesso não ter compreendido o 'mistério' que envolveu aquele jogo. Não dá pra conceber aquela apatia coletiva numa partida que valia uma classificação tão importante.
Depois de ler a declaração do vice-presidente Alviverde, quando disse que o "Coritiba parecia ter se entregado", ficou ainda mais amargo o sabor daquela pasmaceira vista em campo.
Espero nunca mais ver uma apresentação tão sem alma de um grupo de jogadores que tenham a honra de vestir a camisa mais tradicional do futebol paranaense, especialmente quando tanta coisa importante cercar a partida a ser enfrentada.
Bem diferente da sensação que a derrota do time de futebol americano deixou entre os torcedores, aquela do Atletiba certamente poderá ser descrita no mesmo livro que menciona os detalhes da Copa do Mundo de 1998.
E qual o título do livro? 'Mistério'!
Aliás, pergunto-me: porque não vi nenhum jogador Coxa-Branca chorando ao final do jogo na baixada, assim como vi após o fim do último período do Brasil Bowl?
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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