
De Torcedor pra Torcedor
Após ver a novela Carlinhos Paraíba chegar aos seus derradeiros capítulos, a torcida coritibana recebeu uma notícia extremamente promissora na manhã de 08 de janeiro de 2010 - a contratação do meia Rafinha junto ao São Paulo Futebol Clube, como compensação pela liberação do ex-jogador coritibano.
O jovem jogador chegou cercado de expectativa, haja vista ter feito um excelente campeonato brasileiro da Série B 2009, pelo P. Clube, sendo um dos responsáveis diretos pelo não descenso do time tricolor curitibano à Série C.
Ao lado da expectativa, havia a dúvida, afinal, vários foram os atletas que se destacaram na Vila Capanema e, talvez por não suportarem a pressão existente num time com mais tradição como o Coritiba, acabaram sucumbindo e decepcionando a maior torcida do futebol paranaense.
Rafinha está demonstrando ser uma exceção à regra do 'joga bem na Vila - não joga nada no Alto da Glória'!
Nestas sete primeiras rodadas do campeonato estadual, o meia atacante coritibano, além de esbanjar categoria, é um dos artilheiros do certame e parece não lhe pesar a centenária camisa verde e branca.
No entanto, buscando alertar para um fato que não pode simplesmente 'passar em branco', vê-se que no aspecto disciplinar a promessa Alviverde vem deixando muito a desejar.
Nos sete primeiros jogos, Rafinha recebeu o cartão amarelo contra o Rio Branco, contra o Engenheiro Beltrão e contra o Toledo, ficando imediatamente suspenso da partida contra o Operário, em Ponta Grossa. Inclusive, na partida em que tomou o terceiro cartão amarelo, contra o Toledo - na Vila Capanema, tão logo fora advertido pelo árbitro, iniciou uma série de contudentes reclamações contra o 'homem do apito' que poderia perfeitamente tê-lo aplicado o segundo cartão amarelo e a consequente expulsão.
Naquela oportunidade, o árbitro da partida resolveu 'aliviar' para o jogador Coxa-Branca e a punição ficou restrita ao primeiro cartão, somente. Ocorre que a discussão havida entre o jogador advertido e o árbitro não passou incólume aos olhos atentos dos repórteres esportivos, narradores e comentaristas que trabalharam naquela partida - muitos deles ressaltaram que o atleta coritibano deveria ter sido expulso da partida.
Pois bem, retornando da suspensão automática, Rafinha voltou a demonstrar todo o seu destempero com o árbitro da partida, e pior: justamente no último minuto da mesma, quando a vitória coritibana estava devidamente consumada.
Aos 45 minutos do segundo tempo, logo após a marcação do terceiro gol por parte do atacante Marcos Aurélio em bela cobrança de falta, Rafinha recebeu a primeira advertência e tal qual fizera na partida contra o Toledo continuou a discussão com o árbitro que, provavelmente 'vacinado' com a atitude incisiva do jogador demonstrada contra o time do oeste paranaense, não titubeou e aplicou a segunda advertência, expulsando-o da partida, que logo em seguida se encerrou.
Aqui não importa questionar se a argumentação do jogador era justa ou injusta, pertinente ou não. Infelizmente, diante da discricionaridade que cabe aos árbitros - elevando-os a uma condição de 'semi-deuses', 'intocáveis' dentro das quatro linhas, discutir com os mesmos é, no mínimo, uma atitude nada inteligente.
Sofremos muito com esse mal na temporada passada. Marcelinho Paraíba - principal jogador daquele elenco, constantemente 'fazia o maior esforço' para ser advertido - algumas vezes parecendo até agir intencionalmente.
Não precisamos e nem queremos sofrer os efeitos da indiscliplina neste ano de reconstrução. Todos, absolutamente todos, os atletas precisam entender que fazem parte de uma equipe e como tal, não têm o direito de prejudicá-la. Rafinha tem tudo para se transformar no maior expoente técnico do time, então, porque também não se transformar num ícone de liderança positiva?
Rafinha, esqueça os árbitros! Se possível, nem chegue perto deles! Jogue seu belo futebol, procure melhorar a cada partida, reconduza (ao lado de seus companheiros) o Coritiba à elite do futebol brasileiro e terá nosso eterno agradecimento.
As feridas causadas por jogadores descomprometidos com a centenária instituição Coritiba Foot Ball Club ainda nos fazem gritar de dor. Queremos que o tempo passe e a cura seja uma consequência natural. Para isso, contamos com a sua reflexão e mudança de postura no quesito disciplinar!
Vai pra cima deles (não do árbitro) Rafinha - a galera Coxa estará lá para lhe aplaudir!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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