
De Torcedor pra Torcedor
A noite de 10 de novembro de 2008 marcou a cerimônia que inaugurou as 'comemorações' do centenário coritibano.
Diversas personalidades estiveram presentes ao evento. Autoridades políticas, gente ligada ao esporte e expoentes da imprensa nacional marcaram presença na festa Coxa-Branca.
O que chama a atenção, observando as fotos registradas naquela oportunidade, foi a presença de um personagem que notadamente se esmera em prejudicar a instituição Coritiba Foot Ball Club.
Trata-se do procurador-geral do stjd, paulo schmitt, conhecido pela utilização arbitrária das normas de direito desportivo colocadas a sua disposição.
Ao seu lado, outro torcedor rubro negro esteve presente ao evento. O jornalista e advogado Augusto Mafuz - personagem que rotineiramente destila seu veneno contra as coisas que envolvem o clube do Alto da Glória.
Como se tais presenças estranhas às cores verde e branca não fossem suficientes para estragar a noite dos verdadeiros Coxas-Brancas presentes ao evento, os dirigentes coritibanos continuaram a saga de mendicância de prestígio.
Em 23 de março de 2009 uma comitiva composta de dirigentes alviverdes se reuniu com o presidente da cbf, ricardo teixeira, a fim de convidá-lo a participar das festividades que marcaram os 100 anos do clube. Nem é preciso dizer que o mandatário-mor do futebol brasileiro deu de ombros para o convite e não compareceu à nenhuma das solenidades.
Quis o destino que, passados pouco mais de um ano destes festejos, ricardo teixeira e paulo schmitt, cada um a seu modo, voltam à carga contra o clube que lhes estendeu o tapete vermelho.
Com base nos acontecimentos do dia 06/12/2009, tal qual ocorrera em 1989, o Coritiba, mais uma vez sofre com as atrocidades praticadas por estes dois personagens, seja pela avidez na imposição da pena inédita, seja pela total ausência de influência política, responsável pela falta de perspectiva quanto à data de julgamento do recurso interposto pelo clube.
Confesso que gostaria de saber quais foram os pecados cometidos pelo Coritiba para estimular tanto peso advindo das canetas de ricardo teixeira, em 1989, e de paulo schmitt, vinte anos depois.
Contudo, apontar a influência destes dois personagens na aflição que tomou de assalto todos os torcedores coritibanos, não exime a obrigatoriedade de, igual forma, mencionar a responsabilidade 'intra muros' daqueles que contribuíram para o atual quadro caótico: os vândalos travestidos de torcedores que escolheram a barbárie para demonstrar seu 'descontentamento' e, essencialmente, os próprios dirigentes coritibanos que insistem em gerir o clube de forma absolutamente amadora.
Por que tocar em feridas que ainda não cicatrizaram? Justamente para lembrar de tudo o que não precisa continuar sendo feito. O Coritiba não precisa de benesses, de 'aproximação' com quem quer que seja, até porque, de que adiantou o convite estendido ao procurador-geral do stjd e ao presidente da cbf? Na prática, será que obtivemos algum tipo de prestígio com tais exemplos de tentativa de aproximação diplomática? Os fatos falam por si!
A verdade é que de nada adianta tentar ser simpático com nossos declarados desafetos, sejam eles quem forem! Não dá para 'dormir com o inimigo', pois enquanto transcorre a noite, sonhamos com um apoio impossível, enquanto eles nos desdenham e arquitetam formas de nos oprimir.
Precisamos nos reorganizar institucionalmente. Precisamos entender que só deixaremos de ser o 'patinho feio' da história obtendo títulos de expressão - esta a única forma de obter o respeito de adversários, conquistar novos torcedores e ganhar espaço na mídia - o verdadeiro 'termômetro' que mede a importância de cada clube na distribuição de dividendos.
O caminho é árduo, mas possível. Um clube centenário, com uma torcida absolutamente comprometida com suas cores só precisa de dirigentes minimamente dispostos a implantar o profissionalismo como forma de gestão.
Muito mais importante que tentar ganhar o respeito e prestígio das autoridades desportivas e da mídia em geral, é buscar uma forma de conquistá-los pelo próprio merecimento.
O início da alteração deste paradigma está nas mesmas mãos daqueles que mandaram confeccionar os convites!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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