
De Torcedor pra Torcedor
Estou 'na estrada' há longos anos.
Quando os jovens Geraldo, Djair, Luccas Claro, Walisson - companheiros de elenco, nascidos em 1991, tinham cinco anos de idade, eu iniciava minha carreira profissional no P. Clube.
Depois disso, passei pelo 'extinto' Malutrom, Coritiba , Corinthians, quando finalmente pude voltar para minha verdadeira casa em 2010 - o Coritiba.
Conheci muitos lugares, muitas pessoas, muitas culturas, mas entre tantas coisas que me deram prazer em jogar futebol profissionalmente, sem dúvida a que mais me cativa é o carinho, respeito e admiração que tenho de cada torcedor Coxa-Branca.
Quando saí do Coritiba em 2003, mesmo com o coração partido, sabia que precisava buscar minha independência financeira mas prometi que um dia voltaria para casa.
Foram longos sete anos de distância. Quando voltei encontrei um clube muito diferente daquele que me despedi. Embora ainda machucado pelos acontecimentos de 2009, a sensacional campanha de 2010, responsável pela volta à elite do futebol brasileiro, reforçou a imagem de um clube que caminha em direção ao profissionalismo.
Fui prontamente bem recebido pela grande Nação Coxa-Branca - que saudades daquela vibração no gigante estádio do Alto da Glória.
Além do carinho dos torcedores, encontrei um ambiente tranquilo, um grupo homogêneo e focado, onde todos são operários e estrelas ao mesmo tempo, uma diretoria que trabalha incessantemente pelo crescimento da instituição e uma comissão técnica que nos oferece muita confiança para o bom desenvolvimento do trabalho.
O bom ambiente refletiu na vitoriosa temporada que tivemos em 2011. Os números, incontestáveis, mostram que aquele clube sofrido com os acontecimentos do ano do centenário não mais existe.
As conquistas do primeiro semestre foram sensacionais, mas ficou faltando uma coisa: a vaga para a Libertadores.
Confesso que vivo um momento crítico em minha carreira. Estou perto do momento que todo jogador mais quer distância: o momento de encerrar a carreira.
Havia dito meses atrás que esta seria a minha última temporada. No entanto, com o passar do Campeonato Brasileiro e a possibilidade de classificação à mesma edição da Libertadores que nos escapou em junho, confesso que repensei e estou propenso a elastecer a carreira mais um pouco, por tudo o que ainda devo e posso fazer por esse tradicional clube.
Agora chegou o momento. Sei que tenho chance de entrar em campo neste Atletiba histórico para ajudar meus companheiros a garantir um calendário primoroso em 2012. Caso não tenha essa oportunidade, peço humildemente para todos os guerreiros que entrarão em campo neste domingo com a camisa do MAIOR clube do futebol paranaense: Joguem por mim!
Meu presentão de Natal será a possibilidade de jogar para o futuro o momento de pendurar as chuteiras e de quebra viajar pela América defendendo as cores deste clube que tanto me concedeu.
Não tenho dúvida que empenho, raça e obstinação não faltarão a essa verdadeira família da qual orgulhosamente faço parte.
Obrigado,
Tcheco*.
Aos Guerreiros Alviverdes que entrarão em campo com a nobre missão de entrar definitivamente para a história Coxa-Branca relembro um magnífico vídeo que resume o sentimento da torcida Coxa-Branca quanto ao ideal de reconstrução desta centenária instituição:
A vaga à Libertadores nos significará um gigantesco e inadiável passo nesta difícil tarefa de recuperação do mais tradicional clube do Paraná, lutem por ela!
* O autor do texto não tem 'procuração' para falar em nome do atleta, nem tampouco tem a pretensão de fazê-lo, mas acredita que o conteúdo deste 'pedido' não será muito diferente do seu discurso nos vestiários do local do jogo deste sensacional Atletiba.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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