
De Torcedor pra Torcedor
O campeonato brasileiro chega a sua reta final e a torcida Coxa-Branca ainda se assusta com a possibilidade de rebaixamento, tomando como base a análise da tabela de pontuação da competição.
O ano do centenário não foi marcado por nenhuma conquista dentro de campo e tudo o que os torcedores mais querem é que o ano vindouro chegue logo e, com ele, a renovação das esperanças por conquistas, especialmente pelo fato do clube poder contar com uma boa base para 2010.
De tudo o que vivemos até aqui, três fatos ficaram marcados e serviram como um bálsamo ao ego da torcida Coxa: o surgimento do Green Hell, a contundente vitória por 4x2 no clássico AlteTIBA, válida pelo campeonato estadual e a invencibilidade nos jogos contra seu mais tradicional rival no ano do centenário.
Daquilo que sobrou para o restante da temporada, de duas coisas a torcida não abre mão: afastar completamente a possibilidade de descenso e manter longe do Couto Pereira o carimbo atleticano no centenário coritibano.
O primeiro objetivo deverá ser alcançado com base num sério planejamento baseado no estudo das possibilidades dos nove jogos que estão por vir – um a um. Serão 27 pontos em disputa, dos quais o clube do Alto da Glória deverá somar, ao menos, 12 pontos, ou seja, 4 vitórias em 9 partidas.
Diante deste quadro, é preciso que muita estratégia seja usada, de modo que se possa eleger em quais partidas o Coritiba terá o ‘direito de errar’ e aquelas em que o triunfo se tornará imprescindível. O ideal é que se pense no jogo a jogo, no entanto, mesmo para essa estratégia será necessário que várias circunstâncias sejam avaliadas, por exemplo:
As próximas três partidas marcam os seguintes adversários: Grêmio (no Olímpico); o clássico AtleTIBA (no Couto Pereira) e Sport (na Ilha do Retiro). Analisando friamente as possibilidades, uma derrota em Porto Alegre e um empate em Recife serão dois resultados absolutamente normais. No entanto, a vitória frente ao maior rival torna-se mais do que fundamental – ela será decisiva sob todos os aspectos.
O primeiro deles, será a manutenção da invencibilidade, como dito. A torcida Coxa nem sonha em ter este desgosto neste ano que deveria ser somente de festas. O segundo aspecto se refere ao fato de encostarmos ou até ultrapassarmos os rivais na classificação, enchendo de moral o elenco coritibano para enfrentar as partidas remanescentes.
Contudo, a chave para o sucesso no clássico AtleTIBA passa, necessariamente, pela presença em campo do líder Marcelinho Paraíba. Tal jogador será fundamental para ditar o ritmo da partida, com base na sua larga experiência e por que não dizer: sorte contra os rubro-negros.
É sabido que o time atleticano tem feito boas atuações fora de seus domínios, desde que Antônio Lopes assumiu o cargo de treinador. Obtiveram êxito contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, contra o Corinthians, em São Paulo, mesma cidade de onde saíram derrotados, mas jogaram uma excelente partida contra o Palmeiras – tudo sob a batuta do experiente Paulo Baier.
Torna-se evidente o perigo de jogar o clássico com a necessidade e incumbência de buscar o resultado, sem a presença de Marcelinho Paraíba, pois o veterano jogador rubro-negro poderá fazer a diferença técnica em campo e também sobre a arbitragem no jogo que se avizinha.
O problema é que Marcelinho Paraíba, ao lado de outros vários jogadores Alviverdes, está pendurado com dois cartões amarelos, e aí surge a questão: tendo como base a derrota para o Grêmio, em Porto Alegre, ser um resultado que pode ser considerado normal e até esperado, valerá a pena escalar este diferenciado atleta, assumindo o risco de vê-lo tomar o terceiro cartão amarelo? O Prejuízo não poderá ser ainda maior?
Vejo que a escalação de Marcelinho em Porto Alegre poderá custar a perda de nove pontos nas próximas três rodadas. Exagero? Não acredito. Perder para o Grêmio seria o primeiro resultado negativo (até aceitável), o segundo e mais trágico neste ano seria um triunfo rubro negro em pleno Alto da Glória (no caso da suspensão de Marcelinho) e o terceiro, a derrota para o Sport, em Recife, ocasionada pela forte pressão que o Coritiba sentiria ao perder o clássico, por exemplo.
Não adianta chorar o leite derramado depois de tudo consumado. É preciso que, desde já, a comissão técnica coritibana fique atenta para todos os detalhes que cerca o próximo, mas também os próximos jogos do Cori. É preciso lembrar, ainda, que dois clubes cariocas lutam desesperadamente para evitar a queda.
É loucura imaginar que o Coritiba, por ser o clube mais próximo da degola na tábua de classificação, pode ser o alvo de arbitragens tendenciosas para evitar o mal maior de pelo menos um dos dois cariocas?
Para evitar esta nefasta tendência, vejo como o único caminho: a não escalação de Marcelinho Paraíba em Porto Alegre (presumindo uma possível derrota com ou sem ele em campo); sua preservação para poder ajudar o clube a conquistar os três pontos contra os rubro-negros no Couto Pereira e a consequente tranquilidade para o transcurso da competição.
Acho que pelo menos a reflexão quanto ao tema se mostra altamente pertinente.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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