
De Torcedor pra Torcedor
31 de julho de 1985. Estádio Maracanã/RJ. Final do Campeonato Brasileiro. Bangu x Coritiba. Empate no tempo regulamentar em 1x1 e 6x5 para o Coritiba nos pênaltis. Após o erro de Ado na cobrança da penalidade máxima (chutou para fora), o capitão Gomes converteu o arremate e fez do Coritiba o primeiro 'Campeão da Nova República'.
10 de junho de 2010. Estádio Farião, Divinópolis/MG. Final da Taça BH de juniores - a mais importante competição nacional da categoria. Coritiba x A. Paranaense. Empate no tempo regulamentar em 1x1 e 5x4 para o Coritiba nos pênaltis. Após o erro de Tomas na cobrança da penalidade máxima (chutou para fora), o atacante Dudu converteu o arremate e fez do Coritiba o Campeão Brasileiro de 2010.
Trago esta lembrança ao amigo leitor por duas coincidências existentes em ambos os títulos: para alcançá-los raça e honra não faltaram e por terem sido conquistados nas cobranças de penalidades máximas.
Desde quando o Coritiba saiu do Maracanã com a estrela dourada no peito, os atleticanos insistiram em querer desmerecer a conquista, alegando que ela 'só' ocorrera pela sorte na 'loteria dos pênaltis' e pelo fato do adversário da final não ser um dos 'grandes' do futebol brasileiro.
Quis o destino que 25 anos depois, esse argumento fosse empurrado 'goela abaixo' dos rivais, mesmo que estejamos falando da categoria que antecede os profissionais.
Pela primeira vez na história, Coritiba e A. Paranaense estiveram frente a frente numa decisão de competição nacional. E mais uma vez, a mística da camisa 'jogadeira', a raça e honra com a qual os jogadores Alviverdes disputaram toda a competição, deixando pelo caminho grandes equipes do futebol brasileiro (como os profissionais fizeram em 1985), o clube do Alto da Glória chegou à final da competição contra um clube de expressão nacional, digamos, 'questionável'!
Tal qual ocorrera em 1985 com o Bangu, havia um consenso antes da bola rolar: o A. Paranaense já podia encomendar a faixa, haja vista ter conquistado esta mesma competição em duas oportunidades, o que o credenciava, segundo a mídia, no principal candidato ao título.
Seria a comemoração do tri-campeonato atleticano! SERIA! Assim como colocou 'água no chope' do time carioca em 85, a 'piazada Coxa Branca' fez os 'entendidos' queimarem a língua, impedindo mais uma vez que o inédito grito de tri-campeão atleticano saísse da garganta.
Já escrevi e repito: estamos vivenciando o Ano do Centenário (que findará em 12 de outubro de 2010 - quando completaremos 101 anos).
Fomos campeões estaduais (de profissionais) em cima dos rubro-negros, numa campanha absolutamente irrepreensível; estamos há mais de dois anos invictos em atleTIBAS - sejam aqueles disputados na baixada ou no Couto Pereira (lembrando que na última derrota, por 2x1 na baixada, erguemos a taça de campeão paranaense de 2008) e agora, em pleno ano do centenário, fomos campeões brasileiros de juniores contra 'eles'.
Sim, estamos na segunda divisão. Caímos por nossa própria incompetência, jamais por qualquer 'ajuda' que os rivais pudessem ter dado para nos colocar novamente neste martírio, afinal, no empate em 1x1 na baixada e na vitória Coxa Branca no Couto Pereira por 3x2 pelo campeonato brasileiro de 2009, a única alegria que lhes sobrou foi ver o Coritiba ser rebaixado de divisão - nada que o tempo não recoloque as coisas nos seus devidos lugares.
Como não poderia ser diferente diante da grandeza desta conquista, registro, por fim, meus cumprimentos pelo excelente e incansável trabalho desenvolvido por alguns abnegados coritibanos, especialmente no tocante às categorias de base do Coritiba.
Pierre Boulos, Arthur Klas, Mazzuco (entre tantos outros dirigentes verdadeiramente comprometidos em fazer do Coritiba um clube campeão e formador de talentos), estão de parabéns ao lado de toda a diretoria do clube, do competentíssimo Marquinhos Santos e dos jovens atletas campeões do Brasil.
Estas belas 'pratas da casa' precisam, agora, de ainda mais cuidado, seja na carreira, seja no aspecto contratual para que continuem possibilitando ao Coritiba os títulos dentro de campo e os dividendos nos cofres.
Cabeça no lugar, seriedade, profissionalismo e comprometimento farão com que cada um dos campeões fique eternizado na história centenária do clube mais tradicional do Paraná.
Rivalidade à parte (e rivalidade não pode ser confundida nunca com auto fagismo), o futebol paranaense está de parabéns. Como mencionado, esta foi a primeira vez em que dois clubes da Terra das Araucárias decidiram uma competição nacional, mesmo que das categorias de base (quem dera se esta fosse a primeira de muitas pelo fortalecimento do futebol do nosso Estado).
Parabéns ao belo time da baixada que fez uma campanha irrepreensível, conquistando o vice-campeonato.
Ao Coritiba, a glória digna do campeão. A história contará que nesta decisão, mais uma vez a mística camisa verde e branca manteve sua supremacia contra a camisa rubro negra e conferiu ao clube do Alto da Glória outro título nacional.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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