
De Torcedor pra Torcedor
A semana que antecede a maior festa do futebol paranaense perdeu um pouco de sua alegria, mas certamente ficará marcada por um importante ensinamento.
O precoce falecimento do pequeno filho do treinador atleticano Leandro Niehues, se por um lado (principal) entristece a sociedade paranaense como um todo, por outro mostra que a paz entre os torcedores é algo viável num mundo amargamente marcado por violência, arruaças e mortes.
Este triste acontecimento criou um sentimento de consternação geral, a ponto de que nas comunidades oficiais da dupla AtleTiba no Orkut, o respeito e a solidariedade se sobrepuseram à insana rivalidade que hoje é praticada.
Do lado Alviverde, a notícia foi veiculada com muito respeito, como não poderia deixar de ser, e os comentários que a sucederam, em sua maioria, foram absolutamente sensatos e humanos.
Como retribuição, a coletividade Rubro negra, numa demonstração de reconhecimento à solidariedade recebida, agradeceu gentilmente a atitude dos torcedores coritibanos, questionando, inclusive, se tal fidalguia não poderia voltar a ser a tônica entre as torcidas.
A frase mais comum em ambos os tópicos é: "Somos rivais, não inimigos". Ouso dizer que essa talvez tenha sido a mensagem que o anjo Samuel tenha trazido para a Terra.
Seu passamento ocorreu numa semana que normalmente antecede, além do jogo de futebol, cenas de barbáries praticadas de lado a lado.
Seria uma mera coincidência? Não acredito!
Quero crer que este triste acontecimento tenha ocorrido para que todos nós, Coxas-Brancas e Atleticanos, possamos refletir sobre nossos atos de hostilidade para com aqueles que vestem as cores rivais e, enfim, verificarmos que a graça da rivalidade está atrelada ao respeito ao próximo, na mesma proporção.
Peço licença ao membro da comunidade Alviverde, Fernando, para reproduzir aqui o seu feliz comentário que, inclusive, inspirou-me a escrever a coluna:
"É uma lição que deveremos aprender!
Uma vez li que cada pessoa tem uma missão na terra, e assim que a cumprimos podemos partir para um outro plano.
Vamos acreditar que a o Samuel veio para nos mostrar que a rivalidade existe sim, e que o ÓDIO é a arma dos ignorantes! Sejamos humanos e nos tratemos dessa forma, que independente da cor da camisa, o que importa é que todos que irão ao estádio, possam voltar para suas casas com saúde e dignidade.
Meus respeitos a familia e meus votos de PAZ para esse AtleTIBA"!
Parabéns Fernando!
Parabéns a todos os torcedores Coritibanos e Atleticanos que demonstraram que a paz é algo alcançável - basta apenas que cada um de nós nos conscientizemos que embaixo de uma camisa ou de um distintivo bate um coração amado por seus familiares e amigos.
Portanto, exaltemos a vida, o respeito e a festa que o futebol nos proporciona.
À família Niehues, os meus mais sinceros pêsames pelo passamento do pequeno Samuel e também os meus mais sinceros agradecimentos por terem sido os responsáveis pela vinda deste pequeno anjo que iluminou a mente de tantos jovens em busca da paz!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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