0

Percy Goralewski08/07/13, 22h15
De Torcedor pra Torcedor

Pés no chão!

A equipe Alviverde foi à Brasília para enfrentar uma das equipes de maior arrecadação do futebol brasileiro (cotas de TV, patrocínios, etc) - o queridinho da mídia, o Flamengo.

Sem ter apresentado um bom futebol no primeiro tempo, a equipe Coxa-Branca sofreu um gol e poderia ter ido para o vestiário com um revés ainda maior, caso o goleiro Vanderlei não tivesse defendido o pênalti mal cobrado por Marcelo Moreno.

Paradoxalmente, após literalmente salvar o Verdão, o arqueiro Coritibano falhou no início da segunda etapa ao não sair do gol com a convicção necessária para cortar o cruzamento, possibilitando que o time carioca ampliasse o placar.

Seria o fim da invencibilidade da única equipe que ainda não havia perdido no Brasileirão 2013? Era o que parecia.

Parecia porque o Coritiba conta com um craque: Alex! Além de craque, um líder que comanda com maestria todos os seus companheiros - todos eles tão importantes na busca do fortalecimento da equipe.

Com uma cobrança perfeita de um escanteio do menino de ouro, o tão contestado por mim também Chico (que vem jogando bem na zaga, é preciso reconhecer) apareceu no ataque e cabeceou a bola para o fundo do gol de Felipe, iniciando a reação Coxa-Branca.

Depois do gol a equipe do treinador Marquinhos Santos se assentou definitivamente na partida, partiu pra cima do time da Gávea e, numa grande jogada do lateral Victor Ferraz jogou muito, a bola chegou na medida para o cerebral capitão Alviverde.

Após o domínio da bola, alguns passos em velocidade e um torpedo para estufar as redes do goleiro rubronegro. Um verdadeiro golaço.

Elogiar as atuações do craque é chover no molhado. Ele decide mesmo.

Contudo, quero ressaltar a coragem do jovem Marquinhos Santos. Duramente contestado por parte da torcida Coxa-Branca que toma como referência para estas críticas sua pouca idade, o treinador Alviverde mostra cada vez mais que pode cometer equívocos como qualquer outro o faria, mas apresenta uma característica que há tempos não se via no Coritiba: a busca constante do gol adversário, seja dentro ou fora de casa, sem medo de ser feliz.

Até aqui vem dando certo. Chegará o dia que não dará, evidentemente. Todavia, mesmo que algumas derrotas nos alcancem, ver o Coritiba jogando de acordo com sua grandeza, sem medo de enfrentar quem quer que seja é um indicativo que as velhas desculpas para encher o time de volantes não serão mais ouvidas ao final das jornadas.

Parabéns ao treinador Alviverde pela coragem e a todos os jogadores Coritibanos pela luta, empenho e dedicação ao não esmorecerem diante de um estádio cheio e de um placar adverso. Mais um ponto somado longe do Couto Pereira e que certamente será muito útil mais adiante.

Ao final da rodada o Coritiba, o único invicto da competição, se viu na segunda colocação da tábua de classificação. Perdeu uma posição, mas segue firme sua jornada. Corre por fora, enfrenta o desdém de quase a totalidade da mídia local e de parte da mídia nacional.

É bom que seja assim, que ninguém nos dê atenção.

Tudo o que o Coritiba não precisa é "deitar em berço esplêndido" e imaginar que, mesmo com resultados tão bons no início desta competição, pode perder o foco ou imaginar que suas deficiências sumiram com o vento.

Muita coisa precisa ser melhorada. O caminho é árduo. Enfrentaremos grandes equipes. Precisamos de pés no chão!

Aliás, pés no chão é tudo o que o Verdão precisa para o atleTIBA que se avizinha.

Certamente o resultado de qualquer enquete cravaria o Coritiba como o favorito para o clássico sim, eu acredito que sempre pode haver um favorito num clássico.

As diferenças são gritantes. Os momentos das duas equipes são diametralmente opostos - prova disso é que ambos ocupam a segunda colocação, um de cima pra baixo e o outro no caminho inverso.

Aí é que mora o perigo.

Na atual conjuntura, o time rubronegro, agora sem treinador (agora?), não tem muita coisa a perder. Ocupando a vice lanterna, em caso de derrota apenas agravará por mais uma rodada a crise em que se meteu há bom tempo, restando procrastinar sua tentativa de se reencontrar ao longo da competição.

Na hipótese de vencer a partida, poderia marcar o momento de uma pronta recuperação, ou seja, a vitória lhes apresentaria como sendo muito mais importante do que somente a soma de três pontos.

De modo inverso, o Coritiba, por jogar em casa, disputar a ponta do campeonato, ter conquistado seus quatro últimos títulos estaduais justamente em cima de seu mais tradicional rival, precisa dos três pontos para tentar retomar a liderança, manter a supremacia nos clássicos atleTIBAS e continuar trilhando seu caminho de bons resultados na temporada.

Uma derrota Alviverde dentro do atual contexto certamente cairia como uma bomba e atrapalharia a caminhada de 2013 até aqui com o grande sobressalto da eliminação precoce na Copa do Brasil.

Com tantas coisas em jogo e tantas diferenças deflagradas, pés no chão e respeito ao adversário serão fundamentais para o Verdão "confirmar o serviço".

Jogo rápido:

1) Um bom exemplo de tudo o que o Coritiba não poderá fazer no próximo domingo é enfrentar o time rubronegro do mesmo modo que o lutador Anderson Silva escolheu para encarar o americano Cris Weidman. Num misto de soberba, arrogância e desrespeito, o brasileiro em noite de comportamento irreconhecível pagou pela falta de humildade e seriedade. Fica a dica!

2) Boa estreia do Coritiba atuando numa das arenas que sediarão os jogos da copa do mundo (em minúsculo mesmo). Contra um time rubronegro, quando tudo parecia perdido e os rivais já davam a vitória como certa, a reação Alviverde calou o estádio que ainda cheira à tinta. Seria um prelúdio do que virá pela frente?!

União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!

Saudações Alviverdes,

Percy Goralewski
facebook
twitter.com/percycoxa

Percy Goralewski

0

A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.

Ver todos os comentários