
De Torcedor pra Torcedor
Nove pontos em disputa, cinco de desvantagem para seu mais tradicional rival.
Essa é a distância matemática que separa o Coritiba da conquista do segundo tetracampeonato estadual de sua história, sem que precise sair da capital paranaense até o final do turno, também sem precisar disputar as duas partidas finais.
Mais do que números, a desvantagem Alviverde reflete um momento de instabilidade que requer uma profunda reflexão quanto à impressão de que o elenco montado para a temporada 2013 é realmente o melhor dos últimos anos.
Quando da chegada do craque Alex, as contratações de Leandro Almeida e Bottinelli (especialmente), a expectativa do retorno ao time titular do lateral direito Victor Ferraz, do zagueiro Emerson e posteriormente do atacante Keirrison, somado aos fatos de que Paraná Clube recém voltava a integrar a Série Ouro do campeonato paranaense e o Clube Atlético Paranaense, sem casa, recém promovido à elite do futebol brasileiro, inegável e natural a condição de favoritismo que o Coritiba passou a ocupar.
Contudo, sem ainda ter se encontrado na temporada, a equipe verde e branca conquistou o primeiro turno da competição sem ter empolgado seu torcedor. No segundo turno depara-se com essa diferença de pontuação, aumentando ainda mais as desconfianças quanto à qualidade do elenco.
Penso que uma série de fatores tenham construído essa imagem de desconfiança.
Lesões e suspensões, demora da recuperação dos jogadores que se imagina serem titulares absolutos, busca da melhor formação tática por parte do treinador, mas, sobretudo, a falta de qualidade técnica e/ou comprometimento de alguns atletas.
E é este último fator que preocupa - nem tanto para a fase decisiva do campeonato estadual, mas para os difíceis desafios que estão prestes a começar.
Imprescindível que a diretoria Alviverde avalie com muito critério como será montado o elenco para a Copa do Brasil e Brasileirão.
Para o nível destas competições é evidente que a qualidade técnica de vários atletas não será suficiente para que as disputas não ganhem ares de pressão e porque não dizer desespero.
Inúmeros equívocos saltaram aos olhos neste estadual, alguns deles: Chico (com contrato elastecido) não é melhor do que Bonfim; Pereira não é mais rápido que Luccas Claro; Eltinho chega a ser menos consistente que o também limitado Patric quando este joga improvisado na lateral esquerda; Robinho e Lincoln não se apresentaram melhor do que o pouco tempo concedido a Zé Rafael, assim como Arthur e Julio César não estão à frente do lépido Luizinho.
Analisando sob um contexto geral é possível perceber que dentro das quatro linhas os garotos formados em casa não ficaram atrás das contratações que deveriam ser consideradas como reforços.
É aqui onde começará a ser desatado o nó Coxa-Branca na temporada.
Esta reta final do campeonato paranaense deverá servir como um teste de fogo para estes jovens atletas. Ao lado dos experientes Leandro Almeida, Alex e Deivid, terão a oportunidade de deixar claro ao treinador e dirigentes que as "soluções" estavam em casa.
Acredito que o treinador Marquinhos Santos tenha identificado os atletas que potencialmente possam preencher suas expectativas dentro do sistema planejado, então, que tenha o apoio e firmeza pra continuar apostando nestes jovens talentos sem se importar com a "estrada" ou com quem gerencia este ou aquele jogador.
São nove pontos absolutamente possíveis de serem conquistados.
Mais do que isso: é o encontro do equilíbrio que a combinação "experiência & juventude" pode proporcionar ao time verde e branco para o restante da temporada.
Ao final do estadual, com uma base mais consistente formada, que se inicie a "sintonia fina" deste grupo de jogadores.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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