
De Torcedor pra Torcedor
Após os lamentáveis acontecimentos registrados no Estádio Couto Pereira na tarde do dia 06 de dezembro de 2009, o procurador geral do stjd, ávido para tentar conseguir nos bastidores aquilo que o seu time do coração jamais conseguiu fazer dentro das quatro linhas, se apressou em formular a mais severa denúncia contra um clube do futebol brasileiro, não à toa, tendo sido declarado, naquele momento, como 'Persona Non Grata do Paraná' aqui neste espaço.
Dias depois, a segunda comissão disciplinar do stjd, composta pelos auditores: francisco pessanha filho (relator), otacílio araújo, josé perez, marcelo tavares e paulo valled perry, de forma unânime, aplicou ao Coritiba Foot Ball Club a mais pesada sanção dirigida a um clube do futebol brasileiro: perda de 30 mandos de jogos e R$ 610.000,00 de multa.
A mídia nacional se alvoroçou e tratou de satanizar o Coritiba de forma sistemática, covarde, hipócrita e aproveitadora. Cosme Rímoli, por exemplo, teve a audácia de sugerir que a torcida do Coritiba deveria ir ao Couto Pereira portando 'paus' e 'pedras' quando tomou conhecimento que o Coritiba havia conseguido a liberação do seu estádio para as disputas do campeonato estadual (mesmo tendo a ciência de que qualquer punição dirigida ao clube, deveria ser restrita às competições nacionais).
Na sua luta contra tudo e contra todos, o Coritiba seguiu trilhando seu calvário pelos corredores e sessões do stjd, buscando amenizar a inconcebível pena que lhe fora imposta, quando viu seu recurso ser capaz de conseguir 'abrandá-la' para a perda de 10 mandos de jogos e R$ 100.000,00 de multa, até que outra aberração jurídica (reconhecimento de atenuantes em somente uma modalidade de pena) fixasse a multa a ser paga pelo Coritiba no patamar de R$ 5.000,00, mantendo em dez o número de partidas a serem cumpridas longe do Alto da Glória.
Como se tudo isso não bastasse, o sentimento de impotência machucava ainda mais os brios da gente Coxa Branca, enquanto os membros da 'mais alta corte da justiça desportiva' insistiam em amordaçar os 'vilões do futebol nacional' ao não recepcionar o Pedido de Revisão da pena interposto pelo clube.
Para coroar a verdadeira palhaçada na qual se transformou o 'julgamento' do clube verde e branco, eis que os 'notáveis' auditores do stjd conseguiram 'perder' os autos do processo contra o Coritiba, impedindo que o clube visse sua última súplica julgada a tempo de ver descontada ao menos uma partida que fosse da pena em que deixou de incidir o reconhecimento das mesmas atenuantes que minoraram a outra sanção - a pecuniária.
Contudo, enquanto todo este desenrolar jurídico acontecia, sob a mão forte de Vilson Ribeiro de Andrade - nos bastidores e de Ney Franco - nas quatro linhas, o Coritiba dava uma verdadeira aula de como fazer um campo devastado pelo pior tufão florescer novamente.
Com muita competência, o clube conquistara o campeonato estadual diante do time do coração do procurador geral do stjd - um verdadeiro tapa de luva de pelica dado em sua face - e construía sua épica história de superação na segunda divisão do campeonato brasileiro.
Após muita luta de dirigentes, funcionários, comissão técnica, jogadores e torcedores, a coletividade Alviverde ressurgiu e viu-se com o título da Série B 2010 nas mãos - algo jamais imaginado naquela fatídica tarde de dezembro.
Colocando tudo na balança, olhando para trás, lembrando de cada uma das viagens à Joinville, por exemplo, posso hoje dizer o seguinte ao procurador geral e auditores do stjd: muito obrigado! Mesmo que esta não tenha sido, nem de longe as suas intenções, a caneta pesada que utilizaram contra o Coritiba o fez mais forte.
A cada 'porrada' que vocês desferiam na mais tradicional instituição desportiva deste Estado, imaginando levá-la ao chão, mais resistência ela provava ter e mesmo muito machucada, encontrou forças para se agarrar às cordas, retomar o folêgo e virar o resultado da luta.
Saibam, senhores, que o Coritiba Foot Ball Club não sucumbiu à hipocrisia, ao desdém, às chacotas, à perseguição. Ao contrário, estes seus artifícios covardes foram utilizados pelo clube como um combustível para manter em pleno funcionamento a máquina que lhe remontou - mais forte, mais confiante em si mesmo.
Das agrúras, o Coritiba retorna banhado a ouro - como se pudéssemos tirá-lo de um tonel tomado pelo nobre metal em estado líquido. Fomos reforjados - a campanha de 2010 prova isso até mesmo para o mais cético.
Questiono-me: será que nós mesmos tínhamos consciência de tamanho poder de superação? Creio que a resposta seja negativa.
Saibam senhores 'autoridades máximas' da 'justiça desportiva brasileira': por mais paradoxal que possa ser, vocês contribuíram decisivamente para o renascimento de um clube que insistia em caminhar para trás.
Com o fim de todo este curioso enredo, deixo um singelo pedido aos 'notáveis promotores da justiça desportiva', paulo schmitt, francisco pessanha filho, otacílio araújo, josé perez, marcelo tavares, paulo valled perry e quem mais puder representar o stjd: se possível, declinem um endereço para o qual eu possa enviar a cada um de vocês uma faixa de Campeão Paranaense e outra de Campeão Brasileiro da Série B 2010.
Será merecido, afinal, vocês também foram os 'responsáveis' pelo início da reação verde e branca - pelo o que devo reconhecer, agradecer e presentear - nada mais justo, afinal, de 'justiça' vocês entendem, não é mesmo?
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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