
De Torcedor pra Torcedor
Entra ano e sai ano, o futebol paranaense insiste em 'marcar passo'.
Reféns da condição de coadjuvantes no cenário nacional, os amantes do futebol na Terra dos Pinheirais veem-se absolutamente órfãos de representatividade.
A origem deste problema encontra guarida justamente na instituição que deveria zelar e lutar pelo interesse do futebol paranaense .
Por muitos anos a Federação Paranaense de Futebol (FPF) foi comandada por Onaireves Nilo Rolim de Moura. Foram anos de muitos sonhos .
Com a saída de Onaireves imaginava-se um novo tempo para o futebol paranaense - ledo engano.
Da quase total inércia diretiva, passando por aberrações como o famigerado 'supermando', chegando à total ausência de defesa de um filiado , eis que sob o comando de Hélio Cury a ditadura parece ter sido reinventada.
Contrariando as mais simples noções de isonomia, bem como as de bom senso, o dirigente maior da instituição - aquele que não deveria agir de acordo com suas vontades pessoais, guiando-se por interesses alheios -, veste a camisa de um de seus filiados e abre fogo contra outro clube que faz jus a mesma proteção que dispensa àquele, porquanto, de igual forma, seu filiado.
Ao emanar o Ato da Presidência nº 01/2012, Hélio Cury assinou a sentença que acaba com qualquer credibilidade e respeito, baseada na incontestável realidade: busca distorcer e infringir a lei.
Utilizando-se de uma prática espúria, contrariando o diálogo, a mediação e o equilíbrio, optou por escolher o lado rubronegro nesta 'guerra' contra o Coritiba , o presidente da FPF entrincheirou-se ao lado de Petraglia, sabe-se lá por qual motivo, objetivando impor a sua vontade .
Não é preciso 'queimar' neurônios para concluir que não é o 'bem do futebol paranaense' que será atingido com essa forma de conduta. Hélio Cury está longe de ser o pacificador e o aglutinador que a FPF historicamente sente falta. Ao contrário, age de forma beligerante contra um de seus filiados, respondendo, em nome de seu protegido, o recurso manejado pelo clube desafeto na defesa de seu sagrado direito de propriedade.
A posição de Hélio Cury não deixa margem para quaisquer dúvidas: vai até o fim na luta para acomodar seu clube protegido na casa alheia, mesmo que à revelia do seu legítmo proprietário.
Importa saber agora, qual a posição que o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD/PR) adotará. Peterson Morosko, seu presidente, numa análise prefacial, verificou a ilegalidade do mencionado Ato da Presidência da FPF e concedeu a liminar favorável ao Coritiba.
Com a resposta da FPF , o Mandado de Garantia impetrado pelo Cortitiba vai a julgamento, impondo ao TJD/PR a incumbência de dizer se esta absurda ilegalidade ditatorial prosperará ou não.
Sou um crítico contumaz da Justiça Desportiva. Foram várias oportunidades nas quais me manifestei de forma veementemente contrária ao sistema jusdesportivo. Numa delas procurei destacar os principais defeitos que, a meu ver, fazem deste sistema algo eminentemete político, muito poucas vezes jurídico.
Recentemente, agraciado pelo gentil convite do jornalista Napoleão de Almeida, participei de um debate sobre o tema no programa televisivo Jogo Aberto Paraná, quando pude fazer breves considerações sobre o tema:
No depoimento concedido ao programa, Peterson Morosko me pareceu uma pessoa serena, o que de certa forma cria uma expectativa positiva quanto ao julgamento que em breve acompanharemos.
Contudo, para que cheguemos ao deslinde deste recurso, nunca antes a dualidade politicagem/juridicidade foi tão incisivamente colocada à prova.
Não há o que discutir. Não há o que 'interpretar' a favor da FPF . A questão é simples: SE julgado sob ditames legais, Hélio Cury, de mãos dadas com Petraglia, continuará sua odisseia em busca de uma casa temporária para o 'clube vítima das circunstâncias'.
Caso contrário, Morosko e todos os integrantes do TJD/PR responderão de forma inquestionável à pergunta que intitula este post. Não restará um argumento sequer capaz de afastar o caráter político, sórdido e leviano da decisão.
A bomba, agora, está nas mãos do auditores do TJD/PR.
Façam o favor de, pelo menos desta vez, respeitar a semântica da palavra JUSTIÇA.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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