Messi, Roberto Baggio, Zico, Iniesta, Romário, Dirceu Lopes.
Falcão, Sócrates, Zé Roberto, Roberto Dinamite.
Na primeira lista de craques, atletas conhecidos e de muito sucesso no futebol, ditos baixinhos.
Na segunda lista de craques, atletas conhecidos e de muito sucesso no futebol, um pouco mais altos.
Os citados na primeira lista são ou foram craques. Os citados na segunda lista foram craques também.
Será que a altura limita algo quanto a definir quem é craque ou foi craque e quem não é craque ou não foi craque?
Parece que não.
Mas porque o Brasil parou, de uns tempos para cá de ter craques?
Será que é possível "fabricar" craques?
O que é bom já vem do ovo. Essa frase é bem conhecida e vem sendo ouvida há muitos anos.
Qual é o clube brasileiro que hoje tem em seu elenco um "8" e um "10" habilidoso, efetivamente técnico? Ou qual é o clube brasileiro atual que possui em seu elenco um "8" ou um "10" bem acima ou muito acima da média?
Infelizmente não temos mais 8 e/ou 10 craques de verdade em nossos clubes brasileiros?
Temos que colocar como "8" ou como "10" nos times brasileiros, alguns estrangeiros, exemplos de Valdivía, D'Alessandro e outros e outros Peruanos, Bolivianos, Chilenos, Uruguaios ou Argentinos ou alguns europeus como Petkovic.
Que pobreza em futebol brasileiro? Que dureza em futebol brasileiro?
É urgentemente necessário que se pare de referendar para vestir a 8 e/ou a 10 das categorias de base dos nossos clubes, apenas atletas que possuem imensa força física.
Normalmente o atleta habilidoso, mais técnico, não tem toda aquela volúpia física. O atleta habilidoso não é muito afeito à marcação, ao combate ao adversário. Claro que o 8 e/ou o 10 de qualquer time precisa ajudar na marcação. Vejam que eu escrevi "auxiliar" na marcação, mas um 8 verdadeiro, um 10 verdadeiro, não pode ter como mote principal a "marcação" e sim a criatividade.
Para se ter um time competitivo e capaz de surpreender adversários é preciso ter uma mescla de atletas no gramado. Zagueiros e volantes por exemplo precisam ter muita força física e até uma certa altura. Mas onde está escrito que laterais(alas) ou meias precisam ter assim avantajada força física. Preparo Físico sim, laterais e meias, necessitam ter. Agora serem altamente musculosos, medirem 1,95 m, por exemplo, não deve ser a exigência. Não estaria isso, detalhes como esse e alguns outros, que fogem ao perfil dos craques, fazendo com que não tenhamos mais nos times brasileiros os chamados Gênios da Bola?
Até a Alemanha mudou a forma de preparação dos seus atletas nas suas categorias de base. Lembram da Alemanha de antes? Os Alemães eram quase que todos altos e muito fortes. A Seleção atual da Alemanha que enfiou 7 X 1 na nossa combalida Seleção Brasileira de Futebol em pleno território brasileiro e levou para casa o caneco da Copa do Mundo de 2014, não é mais a mesma Alemanha de 1974, por exemplo.
Os pontos foram invertidos. A ótica da Alemanha, no futebol mudou. Eles começaram a preparar seus jogadores de maneira diferente dando ênfase à parte técnica e estão colhendo agora, depois de anos de "investimento(na técnica)", frutos significativos.
E nós brasileiros? Será que o nosso futebol brasileiro, nossos times, nossos clubes, começaram a copiar o estilo antigo do futebol europeu e ficamos com o fruto podre?
Será que separamos a Era Zico que não conquistou uma Copa do Mundo e a Era Dunga que chegou a conquistar uma Copa do Mundo de modo equivocado?
Precisamos voltar urgentemente a investir mais na técnica e não supervalorizar a força física.
Preparo Físico sim, é óbvio que é necessário, mas é necessário que pelo menos 40% do todo seja revestido com técnica, habilidade, criatividade e dar espaço para o improviso do jogador brasileiro.
Alguém sabia qual era o drible que o Garrincha iria aplicar no adversário? Alguém sabia onde o Gerson iria meter a bola? O Gerson ia lançar o Jairzinho ou ia servir o Tostão com um leve toque? O Clodoaldo, alguém imaginava que ele ia sair driblando adversários e a jogada terminar com bola na rede da Seleção oponente? O Pelé não vou nem citar aqui nessas perguntas? E o calcanhar do Sr. Sócrates? E as jogadas inteligentes do Zico, as investidas do Éder?
Será que um "Hulk" com toda a sua força física vai continuar dando o tom do futebol brasileiro, metaforicamente falando?
O emprego da força física é necessário em alguns compartimentos do gramado. Diria que sim, mas apenas em parte da estrutura de uma equipe. Cadê os nossos meias leves que flutuavam no gramado? Cadê os nossos laterais que iam no fundo e sabiam onde por a bola?
A mescla é necessária. Você pode ter zagueiros, goleiros, volantes e até um atacante de área muito fortes, musculosos e com grande força física jogando junto com alas e meias mais leves, mas que possuem alta técnica, muita habilidade e consequentemente dar-se-á lado, ao mesmo tempo, para a combatividade e para o improviso e criatividade.
Você pode ter jogadores com 19, 20 ou 21 ou até 23 ou 24 anos, atuando no mesmo time ao lado de atletas com 29, 30 ou até 35 anos de idade.
O segredo está na mescla, escrita tanto em um parágrafo como no outro parágrafo citados acima.
Acorda Brasil. Acorda Futebol Brasileiro.
Chegou a hora de mudar a forma como se selecionam atletas para integrarem as equipes das categorias de base dos clubes brasileiros.
O modernismo chegou e faz tempo, a modernidade está aí sim, mas existem certas tradições que não podem ser simplesmente jogadas no lixo.
É preciso que se busquem mecanismos que possibilitem o surgimento de jogadores capazes de improvisar no gramado, de criar alguma coisa dentro das quatro linhas, em vez de só investir em desarmes ou chutões.
Se o atleta tem 1,85 m, 1,90 m ou mais, ou apenas 1,65 m ou 1,70 m não pode continuar sendo o caminho principal para se arrebanhar futuros Atletas Profissionais de Futebol...
Será que está difícil perceber que se algumas coisas tradicionais do jogador brasileiro não forem retomadas dificilmente conquistaremos o Hexa nas próximas Copas do Mundo?
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