A primeira partida da final do campeonato paranaense já foi realizada e o panorama de vantagem continua quase o mesmo. Uso a expressão quase o mesmo em função de que o Coritiba continua com a vantagem. Só que agora a vantagem é maior ainda. Alguns podem indagar, mas como assim, maior ainda?
Teoricamente a chance do adversário, para tentar chegar ao cetro máximo, seria vencer o jogo onde foi mandante e reverter a vantagem. E isso não aconteceu. Agora, o segundo jogo é no reduto alvi-verde e na teoria quem joga em casa leva vantagem. Obviamente que se o Coritiba já tinha a vantagem antes da decisão se iniciar e continua com essa vantagem após ter cumprido o primeiro compromisso na casa do adversário, a vantagem tornou-se ainda maior, já que a segunda partida possui o grande detalhe do confronto ocorrer em pleno Estádio Major Antonio Couto Pereira.
Esse é o raciocínio teórico. Para transformar esse raciocínio teórico em realidade é necessário que o Coritiba jogue um melhor futebol do que apresentou no primeiro confronto. A vantagem existe e é cristalina, mas é preciso, na prática, aproveitá-la.
Mesmo jogando com a vantagem de poder empatar dentro de casa isso não significa que o Coritiba tenha obrigatoriamente que jogar encolhido, esperando o adversário e tentar tiros de misericórdia através de contra-ataques.
Entendo que ao apito inicial do árbitro que autorizará o começo da partida, o Coritiba já deve se impor no gramado e mostrar quem é o dono do "terreiro". Mandar a campo um time equilibrado, com certeza, mas sem essa de ficar esperando o ataque adversário. Na minha opinião o Coritiba deve, desde o início empurrar o time do bairro Água Verde para o seu campo. É lógico que isso deve ser feito com consciência. Também não dá para atacar como índio. O be a bá do futebol é simples. Nada de atacar com os dois alas ao mesmo tempo. Nada de desguarnecer a frente da zaga. Quando o Coxa estiver de posse da bola, enquanto um dos volantes se solta e vai ao auxílio do ataque, o outro fica como um verdadeiro cão de guarda por ali, ligado a todos os movimentos do adversário. Como temos a vantagem é necessário saber aproveitá-la e nessas situações não se pode dar lado para ser pego de surpresa. No jogo passado vencíamos por 1 X 0 e surpreendentemente, em um lance em que houveram precipitações, tomamos o empate. Isso não pode, em hipótese alguma se repetir. Muitos dizem que quando a bola rola não existe cartilha ou manual que possa resolver determinados lances que acontecem dentro de campo. Com certeza, aplicar algo desse tipo, no futebol, é difícil, mas como já disse, o be a bá da bola nos dá sim, um certo apoio para implantarmos algo dentro das quatro linhas e obtermos sucesso.
O adversário da final, ou algum(ns) mandatário(s) do time deles, tenta(m) passar a mensagem de que jogaram o campeonato paranaense e irão jogar a partida decisiva com um tal de "sub 23". Na época em que militei como atleta profissional de futebol nos gramados, um atleta com 23 anos já era considerado, à alguns anos, atleta profissional de futebol, até porque o(s) mesmo(s) já tinha(m) participado de diversas partidas oficiais profissionais e assim havia(m) adquirido certa experiência. Alguma coisa mudou nessa questão de idade? Um atleta com 23 anos é por acaso "juvenil" ou "dente de leite"(mirim) ou coisa assim? Acredito que não. A única coisa que mudou é que naquela época os atletas eram profissionalizados um pouco mais tarde, com 20, 19 ou até 18 anos. Hoje em dia, em função da mudança da lei, a grande maioria dos atletas são profissionalizados com idade bem inferior. É o que mudou. Então "depois" não me venham com essa: ah...também jogamos com o "sub 23". Existe alguma categoria de base designada "sub 23"? Se existe, eu desconheço.
Uma outra coisa que está vindo à tona a todo momento é que o time deles ou alguém responsável por capitanear as coisas por lá, está a exigir que um árbitro de fora apite a partida decisiva. Por acaso, alguém solicitou, na primeira partida com mando deles, que o jogo fosse apitado por árbitros de além fronteiras? Pelo que me consta não. Por que não solicitaram árbitros de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, do Piauí ou da Argentina na primeira partida? Por que só agora, no segundo jogo da final do campeonato paranaense 2013, aparece essa solicitação?
Entendo que devemos prestigiar totalmente os profissionais do Estado do Paraná. É bom valorizarmos o que temos por aqui. Santo de Casa faz milagres sim. Sem essa de ver o santo de casa fazer milagre apenas fora do estado do Paraná. Isso vale para atletas de qualquer modalidade esportiva, para técnicos de qualquer modalidade esportiva e vale também para árbitros de futebol. Precisamos valorizar cada vez mais quem nasce aqui em nosso Estado ou que pelo menos exerce atividades por aqui. É preciso reconhecer o valor dos nossos profissionais. E é necessário que se dê cada vez mais, oportunidades aos profissionais paranaenses. Ou nós paranaenses nos alimentamos de algo extra-terrestre? Ou será que nós paranaenses caminhamos com os braços em vez de usarmos as pernas para caminharmos?
Sou terminantemente contrário a valorizar mais o que vem de fora. Temos excelentes valores em todas as esferas, aqui pelas bandas do Paraná. Ao escrever isso me lembro do Dirceu(o Dirceuzinho que serviu nosso Selecionado Brasileiro de futebol com galhardia e amplo sucesso). Por que determinados atletas só passam a ter valorização e reconhecimento nacional e até internacional depois que saem do Paraná? Um dos motivos é exatamente esse. Não valorizamos e não reconhecemos devidamente o que aqui temos. Nós aqui do Paraná temos que acreditar, apoiar e dar mais valor aos nossos próprios valores.
Assim, deve apitar a partida final do campeonato paranaense, um árbitro que atuou no campeonato paranaense e que esteve entre os que se saíram bem. E ponto final.
Voltando a esfera do futebol praticado pelos atletas dentro das quatro linhas tenho a dizer que antes do campeonato paranaense se iniciar o Coritiba era o franco favorito a conquistar mais um título regional. Confesso que eu esperava mais do nosso elenco no campeonato paranaense. Vislumbrei lá por janeiro ou fevereiro que levaríamos o estadual de vencido tranquilamente. Com respeito total aos outros "11" clubes participantes do regional 2013, entendia que ganharíamos o nosso campeonato com "um pé nas costas". Infelizmente não foi bem assim.
Mesmo diante desse quadro entendo que o Coritiba continua sendo o favorito à conquista do título paranaense. É óbvio que a intensidade do favoritismo que eu imaginava diminuíu um pouco. Precisamos ser realistas. Mas também não dá para dizer que o Coritiba deixou de ser o favorito ao título. O Coritiba continua sim sendo o favorito. Ainda mais com a ampla vantagem que o Coxa detém. Além de jogar por um simples empate, ainda terá a seu favor, o privilégio de disputar a segunda e derradeira partida dentro do Couto Pereira. E é lógico também, que isso está acontecendo em função dos próprios méritos do Coritiba ao longo de todo campeonato paranaense.
Outra coisa: craque dificilmente joga mal dois jogos seguidos. Na primeira partida nosso ídolo não foi lá muito bem. Alguém duvida que o nosso menino de ouro vai barbarizar no próximo domingo?
O Coxa está caminhando a passos largos rumo ao seu segundo Tetra-Campeonato Paranaense. Estou pesquisando se aqui no Paraná, no Brasil ou no mundo algum clube sagrou-se, em campeonatos profissionais oficiais, alguma vez na história, Tetra-Vice. Alguém pode me ajudar nessa pesquisa?
Saudações Alvi-Verdes
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