Grande André.
Um gladiador não se compara ao que André fazia dentro das quatro linhas. Foi sempre um guerreiro em campo, em todas as partidas que disputou. Possuía uma raça descomunal e a forma que atuava contagiava os companheiros e até mesmo os adversários ficavam surpresos com a valentia, coragem e determinação daquele que eternizou a camisa 2 do Coritiba.
A raça de André em campo era percebida por todos, e jogadores, comissão técnica, diretoria, imprensa, torcida, árbitros, mesários, gândulas, funcionários do clube e quem assistisse ele jogar, se emocionava. Esse tinha, como dizem no linguajar popular, sangue nas veias. Ele deu o sangue pelo Coritiba e não tinha jogada perdida. Na época existiam ponta esquerdas habilidosos, altamente técnicos e velozes, mas bastava pegar André pela frente e eles não conseguiam impor o ritmo no gramado e o lateral direito coxa-branca tomava conta do terreno o tempo todo.
André Aparecido Ranzani nasceu em Loanda, no interior do Paraná em 16 de dezembro de 1962, indo mais tarde residir em Naviraí no estado do Mato Grosso do Sul, mas com apenas 16 anos optou em fazer um teste no Coxa e foi prontamente aprovado no ano de 1979. Só que na base do Coritiba, André atuava como volante. Tanto é que a estréia de André no profissional aconteceu como volante. A estréia ocorreu em 1981 em um jogo contra o Campo Grande Atlético Clube com vitória do Coritiba pelo placar de 1 X 0.
Com o tempo André foi deslocado para a Lateral Direita e tornou-se dono absoluto da camisa 2 alvi-verde.
E naquele inesquecível título brasileiro de 1985, André contribuiu decisivamente, atuando em 26 jogos do total de 29. André só foi superado por Toby que jogou 28 partidas e por Índio que esteve em campo 27 vezes.
Entre os 100 maiores jogadores da história do Coritiba André ocupa a posição de número 58.
André esteve emprestado durante um período curto para uma equipe da cidade de Mafra, antes de tornar-se Campeão Brasileiro de Futebol.
André contrariou todos os prognósticos clínicos, passando por mais de 10 cirurgias no joelho e mesmo assim continuou jogando. Após ter encerrado a carreira, fato que aconteceu em 1990 em um jogo contra o Criciúma, André cursou Educação Física e mais recentemente vestiu a camisa do Internacional, time amador da cidade de Campo Largo, onde se tornou artilheiro jogando mais à frente, quase como um segundo atacante. André fez muitos gols, inclusive alguns de falta atuando pelo Internacional de Campo Largo. Esse fato me chamou a atenção, pois acostumei a jogar com André de volante ou de lateral direito e para minha surpresa ele tinha se transformado em um jogador de frente.
Já vi atletas atuarem com muita raça, casos de Nico e Hermes por exemplo, mas em questão de raça meu voto número 1 vai para o André.
Isso sem falar na humildade de André, outro fator que marcou a carreira deste grande lateral direito e que continua permeando sua existência até hoje.
Parabéns André por tudo que você representou e "representa" para o Coritiba Foot Ball Club.
Essa é a homenagem que posso fazer a você, meu companheiro de clube desde as categorias de base e depois na equipe profissional do Coxa.
Continue sendo essa pessoa maravilhosa que você é. Jamais esquecerei das suas atuações pelo Coritiba onde a raça prevalecia dentro do gramado de forma até anormal e da sua humildade que aparecia sempre no dia a dia.
Grande Abraço.
Saudações Alvi-Verdes
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