Na primeira partida válida por uma das semifinais do Campeonato Paranaense de Futebol de 2015, o goleiro do Londrina assistiu o jogo e não fez uma defesa sequer.
Isso mostra que o Coritiba nada jogou.
O árbitro andou errando em alguns lances, mas não dá para colocar unicamente na conta da arbitragem, a derrota frente ao LEC.
O 1 X 0 ficou barato, se lembrarmos que o Paulinho poderia ter assinalado o seu segundo tento na partida em uma cochilada do Hélder dentro da grande área. Paulinho roubou a bola de Hélder e fuzilou para a meta. Por sorte a gorduchinha bateu no travessão e foi para os ares. Se aquela bola entra, o passo dado pelo time do norte paranaense seria maior do que o passo que eles já deram, buscando ser uma das equipes da final do nosso regional.
O 1 X 0 contra é perfeitamente reversível. Porém, se o Coritiba repetir a atuação que teve em Londrina, poderá levar outra tunda em pleno Couto Pereira.
Mais do que nunca agora, o LEC vai jogar fechadíssimo, explorando contra-ataques. E para furar bloqueios fortes é preciso jogar bola, jogar futebol.
Ou o Coxa joga bola ou em mais um ano(de forma consecutiva) não veremos nosso alviverde na final do Campeonato Paranaense.
O futebol brasileiro não possui mais craques. Deu-se, nas últimas décadas, valor excessivo à parte física e um atleta com um porte físico avantajado, eliminou e vem eliminando, nas peneiradas, nos mais diferentes cantos do nosso Brasil, futuros atletas com 1,65 m ou 1.70 m com certa técnica. Mais dia menos dia nos depararíamos com essa realidade. Não foi por acaso que tomamos um banho de bola da Alemanha na Copa do Mundo realizada no Brasil no ano passado. O 7 X 1 ainda ficou barato. A Alemanha só não fez mais porque respeitou a história do futebol mundial, onde no passado, quando o Selecionado Canarinho entrava em campo, as demais seleções reverenciavam nosso escrete. Pena que isso agora é somente passado mesmo. A ginga de corpo do atleta brasileiro, os dribles desconcertantes, as tabelinhas e triangulações, os lançamentos de 30 ou 40 jardas, são cada vez mais raros e dificilmente vemos um lance desses nos estaduais brasileiros ou até mesmo em Campeonatos Brasileiros. Hoje quando acontece um lance desses, passam mil e uma vezes a jogada em todos os canais. Antigamente lances recheados de ginga, malícia e habilidade dos jogadores brasileiros eram tidos até como "normais", tantos eram os lances que enchiam os olhos dos expectadores.
Faltam atletas com condições de criar jogadas hoje em nosso país. Isso não acontece somente no Coritiba. Todos clamam por um "10" no Coxa. Mas onde vai se encontrar esse "10" ou até um "8" que chame a jogada e resolva a parada, deixando atacantes na cara do gol. Hoje é pura correria. Os técnicos armam verdadeiras barricadas no meio de campo e nos sistemas defensivos. E isso normalmente com atletas fortes, musculosos e altos. Geralmente atletas muito altos não possuem tanta mobilidade e nem tampouco habilidade.
Não sei se o Coritiba terá condições de furar o bloqueio, ou os bloqueios que serão montados pelo Tencatti. Tomara que o Coxa consiga algo e pratique alguma coisa parecida com o que antes chamávamos de futebol e vença o confronto por 2 ou mais gols de diferença.
Será que se o Valdívia por exemplo, jogasse lá pelas décadas de 60, 70 ou 80, teria lugar em algum time brasileiro e seria tão valorizado como é hoje? Como faltam jogadores brasileiros de criatividade, uruguaios, paraguaios, argentinos e chilenos vestem à todo instante a "10" dos nossos clubes. Como é mesmo o nome desse menino que agora está passando a ser a esperança do Cruzeiro?
O negócio, Coritiba, agora é jogar ou procurar jogar pelo menos um pouco de futebol para sobrepujar o alviceleste de Londrina.
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