O Coritiba vem escalando uma equipe diferente a cada jogo. E bota diferente nisso. De escalação para escalação, da partida anterior para a seguinte, 3, 4, 5, 6 ou até 7 atletas são trocados e a cada aparição do Coritiba no gramado, o "11" que inicia nunca é o mesmo. Trocar 2 ou já exagerando 3 atletas de um jogo para outro, entendamos como algo aceitável, mas isso vez por outra.
Não é o que vem acontecendo com o Coritiba, principalmente após a perda do título paranaense para o Operário de Ponta Grossa.
É só verificar, rodada a rodada do Brasileirão, qual foi o "11" que iniciou os jogos.
Em uma certa ocasião, no União de Bandeirantes, existia um cidadão que dava as cartas por lá. Chamava-se Serafim Meneghel. Um belo dia chegando aos treinos do União Bandeirantes, Meneghel perguntou ao técnico: e aí como estão as coisas, elas estão acontecendo nas quatro linhas de bom modo? As palavras utilizadas na pergunta do Meneghel não foram bem essas, mas ele queria saber se o time estava pronto para iniciar e para encarar o Campeonato Paranaense da época.
O técnico respondeu: sim, aos poucos a coisa está acontecendo e o time está começando a tomar forma. Agora só falta um pouco de entrosamento e conjunto.
Meneghel rapidamente emendou: então vamos atrás desses "cabra". Onde eu encontro esse "tar" de entrosamento e esse "fulano" conjunto? Vamos atrás deles, vamos conversar com eles e ver se convencemos eles a virem jogar pra "nós".
O técnico obviamente sorriu e explicou ao dono da bola e do time do União Bandeirantes, Serafim Meneghel, que entrosamento e conjunto, na linguagem da bola, no trivial do futebol, são expressões usadas para dizer que uma equipe se entende no gramado, que um jogador imagina onde o outro vai estar no momento de um passe, de um lançamento ou de um cruzamento, ou onde ele e os companheiros devem se posicionar para evitar que o time adversário quando estiver com a bola venha a ter facilidades na progressão das jogadas.
Continuando o técnico disse a Maneghel: para encontrarmos o entrosamento, para passarmos a ter conjunto, precisamos buscar repetir a equipe, o "11", o máximo que pudermos.
E Meneghel disse: é, eu não estava enganado quando te contratei. Eu tinha certeza que você entendia de futebol.
Infelizmente no Coritiba, por isso ou aquilo, por essas ou aquelas questões, a cada jogo, a cada rodada, Ney Franco não consegue repetir o time.
E isso, obviamente atrapalha e muito o desenvolvimento e a produtividade de qualquer equipe em campo. Digamos que Ney Franco não possui total culpa sobre a questão não repetir o time.
É jogador que vai embora, é atleta que chega, joga meio tempo e se machuca, é jogador suspenso, outros que seriam contratados e por questões documentais e legais não podem ser, é atleta que está ou estava tempo sem jogar e não pode entrar na equipe logo de pronto e se entra logo sai, por situações outras e por aí vai.
Sem entrosamento, sem conjunto, nenhuma equipe produz adequadamente. E o Coritiba hoje, infelizmente é um amontoado de jogadores no gramado e um não sabe ou não imagina quais serão as atitudes dos companheiros nas quatro linhas.
Nem um time com "11" craques(mas e onde existe craque no Brasil atualmente?), joga um futebol produtivo, objetivo ou vistoso sem entrosamento e sem conjunto.
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