Experiência, Malandragem e Malícia.
Para se conseguir vitórias ou até mesmo para "arrancar" empates, esses três quesitos não podem faltar. Em determinados momentos dos jogos, eles devem se fazer presentes. Principalmente quando as coisas não estão lá muito boas.
Se formos fazer um apanhado de quantos jogos o Coritiba deixou de ganhar pelo número de gols necessários, ou por uma vitória simples ou até mesmo segurar um empate que seria importante, iremos perder a conta.
Só para ilustrar vou citar apenas dois exemplos. Contra o Grêmio o Coritiba já estava praticamente com a vaga para a segunda fase da Copa Sul-americana praticamente assegurada. O difícil seria construir o placar com diferença de 2 gols. Pois o Coxa conseguiu estabelecer a vantagem por dois gols de diferença. Mas, acabou tomando o segundo gol no finalzinho e a vaga foi para as cucuias.
Ontem, na Ilha do Retiro, mesmo não jogando bem e com Vanderlei tendo que trabalhar bastante, o jogo se encaminhava para o seu final e naquela altura o empate seria um grande resultado. Mas, eis que novamente no apagar das luzes, acontece o pênalti e o Coritiba acabou perdendo pelo placar magro de 1 X 0. Um 1 X 0 indigesto e preocupante.
Mas e cadê a experiência... Onde está a malandragem... Para onde vai ou foi a malícia...
Lembro-me como se fosse hoje. Quando ainda jogava pelos gramados do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e do Brasil, quando o jogo chegava lá pelos 38 ou 39 minutos do segundo tempo, nós jogadores já começávamos a olhar um para o outro e baixinho alguém falava: chegou a hora moçada de tocar a bola, de segurar o melão. Bastava estarmos ganhando por 1 X 0 que fosse ou conforme a partida e dependendo de onde era o jogo e contra quem era o confronto, era quase que instantâneo, imaginarmos algo como "o jogo acabou". Lá pelas tantas alguém caía lá perto da bandeirinha de escanteio adversária ou na área contrária e uma fisgadinha na panturrilha aparecia ou uma dor nas costas pintava. Isso alguns chamam de anti-jogo. Mas a malandragem faz parte do jogo também. A malícia tem que ilustrar aquele clima final de jogo. E isso serve para esfriar o ritmo do jogo. Até que tudo se restabeleça, já está tudo meio que num cavalgar diferente. Que não é certo simular uma contusão, não é certo, não é correto, mas para se conseguir "1" pontinho importantíssimo ou "3" pontos primordiais para a continuidade da escalada, vale tudo.
Passando dos 38, 39 minutos era bola de pé em pé, encostavam três ou quatro jogadores, um bem pertinho do outro e pronto, ali iam alguns segundos preciosos na base do toque ou quem sabe até 1 ou 2 minutos, que esfriavam o jogo e até enervavam o adversário. Não foram poucas vezes que jogadores adversários saíram expulsos ali pelos 40 minutos do segundo tempo em função de perderem a cabeça com o toque matreiro de pé em pé ou com uma caneta aqui, outra ali. E como falei, dali a pouco o adversário fazia carga e era só desabar que o juiz apitava falta e o jogo parava, entrava massagista, médico e mais alguém, já instruído para ser advertido pelo árbitro para sair do campo de jogo. E ali lá iam alguns minutos e o jogo esfriando.
Tudo isso fazia e penso eu, continua fazendo parte do clima da partida depois dos 38 ou 39 minutos, quando se estava ou se está com um resultado bom no "bolso".
Como me ative ao exemplo do jogo contra o Grêmio aqui pela Sul-americana e na partida de ontem, digo que em nenhuma delas, em nenhum momento sequer percebi isso acontecendo.
Gente, ou se usa da malandragem sadia(em termos) e da malícia matreira, impulsionadas pela voz da experiência, ou continuaremos a deixar escapar mais pontos que já poderiam ou podem estar contabilizados a favor do Coritiba na tábua de classificação.
Será que é tão difícil assim, colocar em prática uma certa malandragem, uma malícia matreira ou uma boa carga de experiência, principalmente no final dos jogos, quando se tem resultados favoráveis...
Alguém percebeu algo assim no jogo SPORT X COXA, depois dos 38 ou 39 minutos, quando o 0 X 0 era interessante para as nossas cores...
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