Quando Celso Roth foi contratado logo pensou-se: o Coritiba no Brasileirão 2014 irá tomar poucos gols.
Não é o que está acontecendo. Em 6 jogos, o Coritiba tomou 7 gols. Média de mais de 1 gol tomado por partida.
Enquanto isso, a média de gols feitos é menor que 1 gol por partida. Em 6 partidas, o Coritiba assinalou apenas 5 gols.
Talvez por eu ter sido meia de origem, tenha em meu pensamento que se um time joga com 4 jogadores no meio de campo, imagino que dois deles sejam meias e dois sejam volantes. E se uma equipe entra com 5 atletas no meio de campo, vislumbro que 3 deles devem ser meias.
Celso Roth não pensa assim e opta por sempre escalar 3 volantes no meio de campo. É opção do técnico e ninguém pode dizer, em função da forma em que o futebol se desenvolve no gramado atualmente, que ele esteja errado. Porém, com a utilização de 3 volantes na formação do meio de campo ou da equipe, um time assim escalado não pode tomar 2 gols em um jogo ou 3 em outra partida, mesmo os jogos sendo fora de casa. Foi assim contra São Paulo (2 X 2) e contra Cruzeiro (2 X 3). E para piorar as coisas, contra o Sport dentro de casa, além de não fazer gol, a equipe tomou, e o resultado da partida apontou Coritiba 0 X 1 Sport. Frente ao Internacional, sendo gol espírita ou não, sendo gol de sorte, azar ou não, o Coritiba tomou gol e empatou em um pênalti que conforme o árbitro, não daria, pois não foi um pênalti assim tão claro, tão evidente, e tivemos que nos contentar com o placar final que apontou Coritiba 1 X 1 Internacional. E o detalhe é que o Inter jogou sem 7 elementos que fazem parte do seu elenco e que vinham jogando e ainda perdeu mais 2 durante a partida e mesmo assim o Coxa não teve forças para vencer o jogo. O Coritiba só não tomou gol em dois confrontos: contra Chapecoense e Santos, mas também não conseguiu chegar às redes adversárias, empatando ambas as partidas em 0 X 0.
Quer dizer, o que era para funcionar de um modo está funcionando de outro e os resultados não estão sendo favoráveis ao Coritiba. Penso que um time, deve sim, tomar certos cuidados defensivos, mas time que dá maior importância ao ato de se "defender" do que atacar, vai, teoricamente, chamar o adversário para cima e a bola vai ficar mais próxima da meta defendida do que da meta a ser atacada. Esse é o primeiro problema.
No time do meu pensamento, mesmo jogando com apenas 2 volantes, 1 deve ficar fixo dando sustentação à defesa e o outro volante, deve também, claro, ser mais um que dará solidez à defesa, mas em determinados momentos precisa sair para o jogo e muitas vezes passa a ser a mola inicial de construção de um ataque, ou seja, precisa ter forte poder de marcação, porém precisa ter algum traquejo quando a bola está em seu poder. Não tenho visto isso acontecer no time atual do Coritiba. Nossos 2 volantes, são primeiros volantes e não tem tanto traquejo com a bola, e o terceiro volante(que deveria na minha opinião ser um meia) também não é aquele primor quando se fala em iniciar a construção, a criação de jogadas.
Com certeza existem outros detalhes a serem abordados nesse molho de volantes atuais do time do Coritiba em dose tripla, mas aí o texto tornar-se-á cansativo. Resumindo, somente se justificaria a utilização de 3 volantes se isso estivesse dando resultado e os resultados estivessem sendo favoráveis ao Coritiba, e como disse, não é o que está ocorrendo.
Acho que Celso Roth, depois de 6 jogos pelo Brasileirão, sem encontrar sequer uma única "VITÓRIA", poderia rever seus conceitos quanto à montagem da equipe e modificar os elementos que tem iniciado as partidas.
Já que não temos volantes capazes de iniciar a construção de jogadas, tira-se 1 e coloca-se um jogador com mais características ofensivas, que possua certa habilidade, para não sobrecarregar o trabalho de Alex. Alex é craque, é gênio, mas só ele no time, facilita o trabalho de marcação dos adversários. Contra o Sport por exemplo, mesmo Alex um tanto quanto cansado e sem ritmo de jogo, segurava 2 elementos do time pernambucano atrás. Quando Roth tirou Alex, o técnico adversário que foi inteligente, soltou o time, tirando um dos volantes. Lembram quem fez o gol do Sport? Carlinhos, na minha opinião, equivocadamente, foi retirado de campo no intervalo. Ao meu ver Carlinhos era o jogador mais incisivo no Coritiba naquela noite, e mesmo atuando apenas na Ala, conseguia ser o jogador mais perigoso quando o Coxa esboçava algumas tentativas de ataque. Bom, do ataque coxa não precisamos nem comentar. Tá fraquinho, fraquinho.
Se o ataque está fraco e a defesa protegida por 3 volantes que era para não tomar gols ou tomar poucos gols, está tomando muitos gols, porque insistir na montagem do time com 3 volantes. E se o time precisa atacar para buscar a vitória porque não promover a estréia de Reginaldo na Ala Direita, já que ele é mais contundente, tem mais força física e boa velocidade conduzindo a bola para frente?
Futebol é simples. E as vitórias acontecem quando se corrigi algo que não está dando certo. Priorizar demasiadamente o sistema defensivo não está trazendo resultados positivos ao Coritiba. Então é preciso mudar.
Clássico à vista. Em clássicos, o vencedor normalmente arranca e o perdedor começa a patinar ou afunda. O Coritiba não pode, em hipótese alguma, sair perdedor desse clássico.
Willian, Reginaldo, Luccas Claro, Leandro Almeida e Carlinhos, Baraka e Moacir, Alex e Jajá, Roni e Keirrison.
Esse é o "11", que digamos, possui mais condições de brigar por uma vitória no clássico. Esse time não é aquela coqueluche, mas no momento é o que temos.
Além de Celso Roth, nesse momento ter que rever seus conceitos, abrir mão de 3 volantes na equipe, mudar alguns elementos que estão iniciando as partidas, se fazem necessários alguns reforços. Só que esses reforços não serão reforços se vierem apenas para compor elenco.
Saudações Alvi-Verdes
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