A pior coisa que pode acontecer para um técnico de futebol é ele olhar para o seu banco de reservas e constatar de que não dispõe de opções plausíveis que possam ajudar a resolver a parada em uma partida ou em um campeonato.
Inúmeras vezes, muitos técnicos que comandam elencos de norte a sul do Brasil, possuem à disposição 40 ou até 45 atletas profissionais de futebol, porém dentre esses 40 ou 45 atletas, selecionar 11 para formar um time competitivo torna-se tarefa quase impossível.
Não adianta você ter um elenco de 45 atletas mas não dispor de material humano mínimo para formar um 11 competitivo e um banco de reservas qualificado, que possa oferecer lastro no momento que se faz necessário modificar o panorama da equipe no gramado em determinados instantes de um jogo ou até mesmo no transcorrer de um campeonato.
Como é difícil a vida de um técnico que não vê potencial no elenco que comanda.
Não foram poucas as vezes no Brasil que um técnico foi demitido em função de não conseguir alcançar resultados positivos, não por sua incompetência, mas sim porque por mais variáveis que ele tente com o que possui em mãos, não muda a coisa e acontecem derrotas e mais derrotas da sua equipe.
Aqui no Brasil temos uma cultura bem diferente do que em alguns países do Globo Terrestre. Em nosso território, pensa-se: é mais fácil demitir o técnico, contratar outro, do que se desfazer de 5, 6, 8 ou 10 atletas que não demonstram condições de envergar essa ou aquela camisa. E para mudar esse quadro serão necessários, pelo jeito, mais uns 2 séculos.
O Brasileirão vem aí. O Paranaense está transcorrendo e não podemos afirmar com total exatidão que o Coritiba leva o caneco caseiro. Será que possuímos um elenco equilibrado?
Eu respondo que até o presente momento não dispomos de um elenco equilibrado. Existem muitos atletas que não dão total segurança ao Marquinhos Santos em relação à utilização dos mesmos nesta ou naquela partida.
O time vem vencendo alguns jogos pelo Paranaense, mas empatou e perdeu alguns que ninguém em sã consciência apostaria no empate ou na derrota coxa-branca. E esses resultados aconteceram.
A performance da equipe em campo, até aqui não empolgou ninguém. As partidas vencidas nos mostraram extremas deficiências quanto ao rendimento do time nas quatro linhas. O Coritiba venceu, por exemplo, o Londrina. Ganhou pelo placar magro de 1 X 0 e em um gol de pênalti. Quantas jogadas foram efetivamente criadas no Coritiba 1 X 0 Londrina? E não vamos nem entrar no mérito da derrota incontestável para o Foz ou no empate melancólico contra o Prudentópolis. A vitória que evitou o segundo jogo frente ao Vila Nova(MG) foi por um placar elástico, 3 X 0. Mas como foram os 3 tentos consignados? Todos em bolas alçadas na área. Os 3 gols foram assinalados de cabeça. Qual é o nível de criatividade do Coritiba até aqui?
São situações que precisam ser analisadas. E bem analisadas.
Hoje o Coritiba tem vários jogadores que fazem parte do elenco profissional oriundos das categorias de base. Vaná, Ivan, Luccas Claro e Rafhael Lucas são os atletas que vem sendo mais utilizados no 11 titular, mas tem pelo menos mais uns 5 ou 6 atletas que compõem o elenco profissional vindos da base. Isso é bom. Isso é muito bom.
Sempre fui partidário da mescla. Mesclar a juventude desses garotos com a experiência de outros atletas vindos de outros centros é o caminho inicial.
É preciso ter em mente de que tanto os jovens, quanto os chamados experientes, necessitam apresentar certa qualidade.
Na próxima rodada do Paranaense, o Coritiba não terá Leandro Almeida contundido, assim como Helder que foi dispensado para resolver problemas particulares e Vaná é dúvida.
Se no campeonato regional já temos esses acontecimentos, fatalmente no Brasileirão, teremos fatos parecidos com esses. E aí reside a tônica do título utilizado nesse texto: "importância de um elenco equilibrado".
No Brasileirão com um 11 meia boca e com um banco de reservas que não é aquelas coisas, vamos penar. Será que 2015 apresentar-se-á no Campeonato Brasileiro, como sendo mais um ano de sofrimento e de desespero e nos limitaremos apenas a fugir do rebaixamento? Será que teremos condições de em mais uma oportunidade nos safarmos da Série B? Será que teremos bala na agulha para abocanhar o título do regional e depois cumprir bom papel no Brasileirão?
Infelizmente esses são alguns questionamentos que me venho fazendo a cada atuação que vejo do Coritiba no Paranaense ou até mesmo na Copa do Brasil.
"Importância de um elenco equilibrado"!
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)