0

Elizeu04/10/13, 13h25
Elizeu

O Momento

É natural e justificável que uma boa parte da torcida alvi-verde esteja totalmente descontente. A equipe coxa-branca, que até a décima segunda rodada do brasileirão vinha rendendo bem(o futebol não era magnífico, mas o suficiente para conquistar pontos e manter-se invicto por várias rodadas), começou a apresentar um decréscimo na produção, e atualmente, entra em campo totalmente desacreditada, sem confiança e dá para dizer até, sem motivação.

Como um time que se situou no topo da tabela por várias rodadas, agora se localiza na 15ª posição? O Coritiba, até a 12ª rodada, jamais saiu do chamado "G4". E depois disso, rodada a rodada, o alvi-verde paranaense vem decaindo cada vez mais na tábua de classificação.

Contusões e mais contusões foram se sucedendo e o "11" começou a variar em demasia de jogo para jogo. Ora, todos sabemos que futebol é entrosamento. Como um time vai ter ou vai manter o entrosamento com tantas variâncias na escalação? Sabe-se também que um atleta para render o seu melhor, precisa de sequência de jogos. Jogando seguidamente o atleta adquire o que chamamos de "ritmo de jogo". Quem tiver a curiosidade, verifique, após a 12ª Rodada do Brasileirão, quantos atletas estrearam no campeonato, quantos haviam feito apenas 1 ou no máximo 2 partidas. Tudo isso conspira contra se ter, se buscar, um rendimento satisfatório, uma produtividade que possa levar à vitórias. Não que isso sejam desculpas, pois vários outros times também tiveram algumas contusões de seus atletas e nem por isso tiveram um decréscimo tão acentuado. Agora, nenhum entre os 20 competidores, teve uma lista tão extensa de atletas no "DM". Algo deve estar sendo feito de modo errado.

Somando-se a isso, o Coritiba se desfez de jogadores chaves, com o brasileirão em andamento. Um ataque, seja de que time for, precisa ter pelo menos 1 ou 2 jogadores com velocidade, ou pelo menos uma certa velocidade. O Coritiba dispunha de 1 atleta com essa certa velocidade e eu poderia nem citar o nome dele, que todos saberiam de quem estou falando. Rafinha se foi. Rafinha foi fazer o seu "pé de meia" longe do país. Não sou contrário a oportunizar à atletas a chance de ganhar dinheiro, já que a carreira é curta, mas penso que isso poderia ser oportunizado ao Rafinha após o término do brasileirão. Eu já não havia corroborado com a ida de Éverton Ribeiro para o Cruzeiro, no final do ano passado ou no começo desse ano. E para piorar, Emerson acabou indo para o Atlético Mineiro. Na minha opinião, Emerson foi o melhor zagueiro que o Coritiba teve nos últimos anos. Ele sofreu séria contusão, é verdade, que o tirou dos gramados por quase 1 ano, mas depois da volta dele, se ele continuasse atuando, jogasse mais uns 3 ou 4 jogos, com certeza a defesa coxa-branca, estaria bem servida. Três atletas chaves de 2012, Éverton Ribeiro, Rafinha e Emerson, deveriam fazer parte do grupo alvi-verde em 2013, até o término do brasileirão.

Justamente por isso, que eu fui um dos que era favorável a saída de Felipe Ximenes. FX deveria ter batido na mesa e dificultado a saída desses 3 atletas do Coritiba. Não foi o que ele fez. Ao contrário, ele mexeu os pauzinhos para que esses 3 atletas deixassem o Coritiba.

Não tenho dúvida em afirmar que se esses 3 atletas estivessem no Coritiba hoje, o Coxa estaria, quem sabe, no "G4". Emerson no compartimento de defesa daria corpo a retaguarda alvi-verde, Éverton Ribeiro no meio de campo, facilitaria as coisas para Alex(sobrecarregado), na criação de jogadas e poderia colaborar em algumas conclusões e Rafinha no ataque, seria o desafogo do time. Como não temos mais nenhum desses 3 atletas, a coisa ficou complicada.

Com contusões em excesso, algo totalmente acima de patamares normais das contusões que qualquer equipe já programa, e com a revoada de atletas com o campeonato brasileiro em pleno andamento, qual seria o resultado? Isso sem falar em negociações que não deram certo, que ficaram naquele vai, não vai, caso específico de Willian(Grêmio). Como fica a cabeça de um atleta nesse vai, não vai? Será que ele, ser humano que é, não fica ou não ficou balançado, influindo no seu rendimento dentro de campo?

Como disse, tudo isso que aconteceu, não pode ser usado como "desculpa", mas que tudo isso contribuiu para o decréscimo de produtividade da equipe, disso ninguém tem dúvida.

O momento é ruim, o momento é péssimo, mas o Campeonato Brasileiro continua. E na próxima rodada o Coritiba terá pela frente o maior clássico do estado do Paraná.

Em colunas anteriores, tentei tirar lá do fundo do abismo, algumas palavras que trouxessem ânimo e que pudessem de algum modo, mexer positivamente com a cabeça de nossos atletas para que eles encontrem forças para entrar em campo com confiança no final de semana, mas alguns torcedores criticaram a minha posição. Mas no momento, será que adianta atirar pedra(e olha que essas pedras não foram e não são atiradas sem vários argumentos - são pertinentes sim), será que resolve criticar. Torcemos pelo Coritiba e o Coritiba continua precisando da sua torcida e agora mais do que nunca. Em momentos ruins(ou péssimos) como o atual, não existe outra alternativa, a não ser a torcida apoiar e tentar transmitir algum ânimo aos atletas que representarão o Coritiba em campo no próximo domingo.

Péricles Chamusca chegou na segunda-feira e já dirigiu a equipe na quarta-feira. Lógico que ele não pode ser responsabilizado pelo insucesso contra o Flamengo. Por essas e outras é que eu entendia que quem tinha que sair, deixar o clube, era somente o Ximenes e jamais Marquinhos Santos. Marquinhos Santos cometeu sim alguns equívocos, mas como ficou a cabeça do MS, com a parafernália de contusões? A cada jogo ele não podia contar com pelo menos 2 ou 3 atletas e a fila de atletas no DM só ia aumentando. Teve jogo que MS de uma partida para outra escalou 7 ou 8 atletas diferentes. Mas isso é passado. Já foi. Não tem mais volta. Quem está aí agora é Péricles Chamusca e ele vai ter que trabalhar muito o psicológico dos atletas, do elenco, tentar recuperar a auto-estima do grupo, para depois disso, tentar colocar em campo, um time de futebol.

No momento, o time que tínhamos nas 12 primeiras rodadas do brasileirão, não temos mais. Um novo time terá que ser formado e o pior que essa equipe terá que ser formada a toque de caixa, já para a próxima rodada, pois não existe mais espaço e muito menos tempo para insucessos. O que Péricles Chamusca vai fazer?

O horizonte está acinzentado, mas algo precisa ser feito, e muito rápido, para ele não ficar negro.

Em qualquer situação, estarei sempre com o Coritiba. Torcer nos momentos bons é prazeroso, mas torcer nos momentos ruins se torna uma "missão".

Saudações Alvi-Verdes

Elizeu

0 0

A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.

0 Ver todos os comentários