No domingo, derrota para o Paraná Clube pelo placar de 3 X 2 e na sequência quando todos esperavam que o Coritiba levaria de vencida a batalha contra o Nacional em Rolândia devido ao fraco desempenho que o adversário vinha tendo no Campeonato Regional, o Coxa conseguiu um empate a duras penas e que veio apenas nos minutos finais do cotejo.
Derrotas no futebol acontecem, assim como empates contra adversários de menor quilate também acontecem, vez por outra. O problema maior é como a derrota para o Paraná Clube aconteceu e como o empate contra o Nacional ocorreu.
O Coxa não apresentou futebol que pudesse dar a ele melhor sorte tanto em um quanto em outro jogo citado. A forma como o Coritiba viveu os 90 minutos dentro do nosso próprio reduto no domingo e o modo como encaminhou a partida em Rolândia nos deixa muito preocupado e com certa desconfiança sobre como poderá ser nosso futuro em 2013.
Quando critiquei Pereira pela performance que ele teve frente ao Paraná Clube, alguns não concordaram comigo. Ainda bem que foram apenas alguns e a grande maioria interpretou do mesmo modo a atuação do Pereirão, pois parece que muitos assistiram o mesmo jogo que eu. É lógico e óbvio que Pereira não perdeu o jogo sozinho. A responsabilidade não pode ser imputada apenas a ele. O time todo perdeu e diversos atletas não renderam o que esperávamos e a derrota pelo que foi apresentado por nosso time foi totalmente justa. Apenas Alex ficou muitos degraus acima na minha análise e manteve a performance, mais uma vez, de craque, de gênio.
Terminado o confronto contra o Paraná Clube com decepcionante derrota, pensou-se: o campeonato paranaense vai continuar e o Coritiba irá se reabilitar na próxima rodada, já que se defrontará contra uma equipe que não ganhou de ninguém no regional. Ledo engano. O Coxa só não perdeu para o Nacional por mero detalhe. O time não jogou nada contra o Nacional, mais uma vez.
Fritar o técnico por isso acho injusto. Quem entra em campo, quem joga, não é o técnico. Os atletas que entram no gramado precisam usar de malícia, ter a cabeça no lugar, colocar la pelota no chão, conversar, ocupar os espaços do campo de modo correto de tal modo que não sobrem vazios na delimitação oficial das quatro linhas. O que vi e muitos devem ter percebido durante todo o transcorrer da partida foi um amontoado de jogadores. Como o Nacional fez o gol no início do jogo amontoou seus jogadores no campo de defesa e explorava os contra-ataques. Quando um time toma gol assim logo no início do jogo o que é que tem que fazer? E não precisa o técnico gritar ao lado do campo. E muitas vezes, aliás, quando os atletas estão dentro do campo, jogando, não escutam o que o técnico grita lá de fora. É necessário que os jogadores em campo tenham a consciência de que algo diferente precisa ser feito. No caso, o básico no futebol, quando o adversário se fecha após fazer um gol, o negócio é por a bola no chão e procurar abrir os espaços. Para isso o melhor caminho é jogar pelo lado do campo. Foi o que Marquinhos Santos tentou fazer quando mandou a campo Victor Ferraz no lugar de Luccas Claro. O pensamento do técnico era exatamente esse, mas infelizmente os jogadores na prática não realizaram isso. Amontoaram-se mais ainda em campo. Apesar de que eu colocaria o Victor Ferraz no lugar de Eltinho. Victor Ferraz entraria pela direita como entrou e Patric passaria a atuar pelo lado esquerdo. Essa é a minha ótica. A ótica do Marquinhos Santos foi um pouco diferente mas o objetivo era o mesmo. Futebol se joga também com inteligência e infelizmente nossos atletas no jogo contra o Nacional foram pouco inteligentes. E diante de tudo que aconteceu na partida o empate caiu do céu e pela garra que o Nacional empregou no jogo, usando da razão, deixando de lado paixão e emoção, cá pra nós, o resultado final da partida acabou sendo injusto para o time de Rolândia.
Mas já passou. Agora é aparar as arestas, conversar e lavar a roupa suja. Fechar o grupo, como se diz no linguajar popular do mundo da bola. O Coritiba é o único time, até aqui, garantido na "final" do campeonato paranaense. O mundo não desabou. A coisa está feia, mas ainda dá para consertar a tempo de conquistar o tetra-campeonato e entrar no Campeonato Brasileiro praticando um futebol com nível suficiente para encarar times fortes do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Para isso, é preciso, agora mais do que nunca, "muita união" e "muita raça". Sem essa de achar que o campeonato está ganho ou que o brasileiro vai começar daqui a quase 60 dias. É preciso arregaçar as mangas, apertar o cordão das chuteiras, mas sempre com muita inteligência. Tem sucesso no futebol quem age com inteligência, quem joga com inteligência. Chegou o momento de definições. Ou a coisa começa a tomar rumo ou o futuro poderá ser decepcionante para a Comissão Técnica, Diretoria, Jogadores e principalmente para nós torcedores desse que é o maior time e o maior clube do Paraná.
Não é hora de passar a mão na cabeça. Não é hora de oferecer o pirulito. Conheci um diretor famoso no futebol do Paraná que atuou em diversos times de nosso Estado e com o qual tive a honra de trabalhar junto e por vezes contra, que dizia assim: pra comer vocês são uns leões e pra jogar são uns cordeirinhos. Vocês tem que entrar no jogo como se a bola, o campo, o adversário, fossem um prato de comida. É daí pra cima que a coisa deve caminhar a partir de agora. Se não der de um jeito tem que dar de outro. Usar da inteligência sempre, mas quando a coisa não vai é empregar raça, lutar mais ainda e fazer da garra o troféu maior em cada jogo.
Vamos lá Coxa.
Garra, Luta, Raça e Inteligência.
Saudações Alvi-Verdes
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