Novo fiasco.
Passou-me pela cabeça que a goleada sofrida diante do Corinthians havia sido um acidente de percurso. Infelizmente não foi um acidente de percurso, pois o rendimento da equipe contra o Vasco foi novamente abaixo do nível atingido antes do vexame escancarado em São Paulo.
Que o elenco do Coritiba não é a oitava e muito menos a nona maravilha do mundo, todos sabemos. Quanto a isso a conclusão a que todos chegam é a mesma, quase unânime. Dizem que a unanimidade é burra, mas em se tratando de competitividade o elenco do Coxa é fraco. Se olharmos pelo lado "qualidade" chegaremos a mesma conclusão.
Até hoje jamais fui tão incisivo nas críticas, procurei poupar esse tipo de posicionamento, objetivando dar força ao elenco e a alguns jogadores, mesmo sabendo que esses "alguns" jogadores(e que não são poucos) não possuem a mínima condição de vestir a camisa coxa-branca, no sentido de pensar mais a frente, imaginando que essas críticas de nada somariam e poderiam levar o Coxa para a ZR.
Pois bem, chega. Estamos a duas partidas do término do brasileiro e cansei.
A forma como o Coritiba foi goleado impiedosamente pelo Corinthians e o modo que o Coxa perdeu para o Vasco dentro de casa, infelizmente não é "normal".
Antes da série impiedosa, eu comentei aqui, várias vezes, sobre as dificuldades que teríamos contra Grêmio, Fluminense, Atlético Mineiro, Corinthians, Vasco e Cruzeiro. Isso não é e não era novidade para ninguém.
Para a surpresa de muitos, inclusive minha, o Coritiba foi a Porto Alegre e conseguiu um empate satisfatório e antes já havia conseguido alguns bons resultados. E ainda bem que isso aconteceu. Depois pegou o Fluminense lá e jogou bem, perdendo injustamente(o empate teria sido o resultado mais justo para aquele jogo). Na continuidade sapecou o Galo.
Para quem estava namorando com a ZR por algumas rodadas, ter imprimido um ritmo bom contra esses três adversários citados que dominavam e dominam a parte de cima da tabela, nos levou a imaginar que o panorama havia se modificado.
E essa modificação nos fez sorrir um pouco, pois conseguimos nos distanciar da ZR. Isso foi bom, foi ótimo, mas um time como o Coritiba não pode se satisfazer em apenas se distanciar da ZR.
Bastaram dois jogos, apenas dois jogos, para o mundo desabar em nossas cabeças. Primeiro a goleada. Aí pensei e talvez muitos pensaram. Isso acontece no futebol. Existem dias que nada dá certo, pensamos. O árbitro dá um pênalti onde o lance era no máximo uma falta e na sequência duas bolas desviadas na zaga fez com que o placar em pouco tempo de jogo já apontasse Corinthians 3 X 0 Coritiba. Para amenizar um pouco o Coxa vai lá e faz 1. Mas para nossa tristeza dois balaços mortais fazem com que o jogo termine 5 X 1 para o adversário. Alguns disseram, inclusive eu. O jogo foi contra o time brasileiro que irá brigar pelo título mundial inter-clubes. A goleada sofrida não aconteceu contra qualquer equipe.
E o brasileiro não parou. Ele continuou e ontem mais um revés. Só que agora dentro da nossa casa. Contra um clube que atravessa uma de suas piores crises, em função do lado financeiro. Um clube que colocou em campo vários jogadores que não vinham atuando regularmente no brasileiro. E nós mais uma vez sucumbimos.
A coisa começou bem, com um golaço de Lincoln. Um domínio espetacular e um voleio melhor ainda. Um gol de cinema. Me animei. Pensei. Hoje iremos nos redimir da goleada sofrida na rodada anterior. Que nada. Bastaram alguns minutos e comecei a ver o time que torço ser envolvido pelo adversário.
Ganhar do Vasco nunca foi fácil, não é fácil e nunca será fácil. Já afirmei isso em textos anteriores. O Vasco é um time, um clube que merece respeito, sem dúvida nenhuma. Mas o atual momento do time cruzmaltino é péssimo. E mesmo com isso e jogando em "casa" não fomos capazes de sobrepujar o adversário.
É pessoal. Algo mais contundente precisa acontecer. Não dá para aceitarmos passivamente o que vem ocorrendo.
Duas finais de Copa do Brasil. Oportunidades que poucos times tem. E o Coritiba teve, mas não aproveitou. Quem gosta de ser vice? Se alguém gostar de ser vice que se apresente. Eu não gosto, nunca gostei. Com certeza isso faz parte do futebol. Mas, quando teremos duas oportunidades seguidas de nos tornarmos campeões brasileiros de novo. Nem que não seja através do campeonato brasileiro. Ser campeão da Copa do Brasil também vale.
Muitos disseram que a culpa foi do técnico. Eu não concordo. Um técnico sem material humano não pode fazer muita coisa. Pode querer, mas conseguir é difícil. E não me venham dizer que estou defendendo Marcelo Oliveira. Independente de quem foi, quem é ou de quem será o técnico do Coritiba, quero o bem do Coxa.
Atualmente estão aí, cheios de gás, Marquinhos Santos e Tcheco. Conseguiram algo sim. O Coritiba estava totalmente incluso na linha lá de trás do brasileiro. Com eles, o Coritiba conseguiu respirar um pouco. Tudo bem, foi bom e é bom. Só que o Coritiba não é time e não é clube para se contentar apenas em se livrar do "rebaixamento". Vocês concordam?
Temos que pensar grande, pensar mais além. Assim, comemorar não estar na ZR ou apenas festejar por permanecer na série A é muito pouco.
É preciso mais. E muito mais. Mas e aquela coisa de que o futebol não é matemática. Que 2 + 2 no futebol nem sempre dá "4".
Pois é. Tirar leite de "pedra" sempre, não dá.
Ser técnico não é tarefa fácil e não é simplesmente andar com uma varinha mágica. É uma labuta dificílima, sem dúvida.
Mas para se começar a cobrar de um técnico é preciso dar condição a ele. E as condições necessárias começam em propiciar a ele, um bom material humano, no mínimo.
Jamais um atleta que não sabe cruzar vai ser um exímio ala. Ele será no máximo um lateral marcador. Através dos treinos ele vai melhorar. Mas vai melhorar um pouco. E esse pouco infelizmente não é suficiente para equipes que almejam chegar a um patamar mais elevado.
O ano está acabando.
Para o próximo ano é preciso, mais do que nunca, se preocupar em se montar um elenco verdadeiramente competitivo. Vejam que falei em elenco competitivo e não em um time competitivo. Nenhum clube ganha um brasileiro somente com 11, 12 ou 13 jogadores com certa qualidade. É necessário um elenco forte, competitivo e comprometido. E isso passa também pela quantidade. Não adianta ter apenas 11 atletas em nível aceitável. É preciso ter 25, 26 ou 28 atletas com nível considerável.
Me desculpem se me excedi, mas a gente vai até um determinado limite. Na próxima rodada é a vez do Cruzeiro. Será que será outro papelão? E depois vem o Figueirense. Não dá para pensar nem no empate contra o Figueirense dentro do Couto Pereira.
Mesmo com todas as limitações do elenco atual tem que passar por cima do Figueirense. Se eu estiver errado, por favor, me corrijam.
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