O Coritiba começou muito bem o Brasileirão 2013 e durante as 14 rodadas iniciais ficou posicionado no "G4" e em algumas das rodadas ocupou a liderança. Naquele início não foi um "coqueluche" de time, mas conseguiu resultados importantes e manteve-se invicto por 10 rodadas. Ficar invicto por 10 rodadas em um Campeonato Brasileiro não é fácil. Depois, com muitas contusões e com algumas suspensões, a equipe foi sofrendo muitas modificações de jogo para jogo e não conseguiu mais manter a sequência de bons resultados. Como havia conseguido uma certa "gordura" ainda ficou posicionado entre os 10 primeiros na tabela por um bom tempo. Mas, a coisa foi ficando tão ruim que o temido rebaixamento começou a rondar as cercanias do Alto da Glória. E quando parecia estar indo para o abismo, eis que o Coritiba venceu o líder do brasileirão(que tornou-se campeão com rodadas de antecedência) e na sequência enfia uma goleada acachapante no vice-líder. Aí todos respiraram aliviados e passamos a imaginar: cair o Coritiba não cai mais. Só que o Coritiba perdeu dentro de casa, na sequência, para Corinthians e Criciúma e o desespero começou a tomar conta. Foi a vez de "Chamusca" dançar, coisa que já havia ocorrido com Marquinhos Santos anteriormente. Tcheco assumiu e nas últimas 3 rodadas quando tudo se encaminhava para um desfecho que ninguém queria, o Coritiba de 9 pontos disputados conseguiu "7". Contra o Internacional fora de casa veio um empate, 1 pontinho. E olha que o pontinho foi importantíssimo pois Vanderlei fez grandes defesas e Leandro Damião errou uma cabeçada quando só estava ele e o gol(Vanderlei já estava batido). Contra o Botafogo com uma atuação de regular para boa, o Coritiba marcou mais 3 pontos dentro de casa. Haviam passado 37 rodadas e a próxima seria a última rodada, a rodada decisiva. Alguns colocavam: se o Coritiba em todo o campeonato, havia vencido apenas uma única partida fora de casa, o normal seria, no pensamento de muitos, uma derrota ou no máximo um empate. Para o alento de todos os coxa-brancas, o pouco provável aconteceu, o Coritiba foi a Itu, venceu o São Paulo e manteve-se na Série A.
Comemorar a permanência na Série A não se pode. É algo muito pequeno comemorar apenas a permanência na Série A. O Coritiba precisa traçar novos caminhos daqui para frente. O Coritiba necessita sim de uma boa reestruturação.
Falam que hoje um clube precisa se profissionalizar. Concordo com isso. Agora, em alguns cargos, em pontos chaves da "bola", no clube, só profissionalizar, colocar profissionais com "MBA" nisso ou naquilo, só isso, não resolve. Necessitam sim os clubes possuírem esses profissionais. Não discordo disso, afinal o mundo da "bola", o mundo do "futebol" mudou e a evolução chegou também em praticamente todos os esportes. A roupagem atual é outra, a batida é sim diferente e para acompanhar esse desdobramento, é preciso sim a "profissionalização", a real profissionalização não a profissionalização mascarada.
Só que a parte humana continua sendo parte humana. Tem jogador que você, metaforicamente falando, oferece um pirulito a ele, no pé do ouvido e está tudo certo. Além é claro do "dindim", pois os atletas são profissionais de futebol e vivem disso. Mas, tem que haver aquele toma lá dá cá, aquele sorriso estampado no rosto e aquele fluído que vem de dentro da alma no dia a dia de um clube, nos treinamentos, nos vestiários, nas concentrações, e até no caminhar de cada atleta fora do gramado, longe do "CT" e do Estádio, precisa existir um certo cuidado com isso e até um determinado carinho no trato das coisas.
Necessário se faz ter alguém que mostra que o pé de apoio na hora do chute precisa estar ao lado da bola, que no momento do cruzamento é preciso levantar a cabeça, que um lançamento precisa ser dado com uma certa dose de direção e com força exata para que o companheiro possa se aproveitar do "doce" recebido e por aí vai.
Será que o profissional do "MBA" sabe implementar esses detalhes? Com todo respeito aos profissionais que desenvolvem e desenvolveram muitos estudos, fizeram muitos cursos e como disse, eles podem e devem estar sim presentes nos clubes de futebol, mas não só eles. É necessário gente que se criou com a bola no corpo contribuindo no dia a dia dos atletas, mesmo que não tenham tantos diplomas assim, em faculdades ou com cursos, mas que aprenderam muita coisa na prática, e muitas delas jamais se aprende em sala de aula, em pistas de corridas, em piscinas ou coisas assim.
E o Coritiba, se quiser, pode enfileirar várias pessoas que possuem a "bola no corpo"(talvez agora esse pessoal já com uma certa idade...) para ajudar no todo ou em parte e voltar a fazer do Coritiba, novamente um Campeão Brasileiro. Não tenho dúvida nenhuma disso.
Como bem sabemos, fácil e simples um time, uma equipe, um grupo, um elenco, um clube, ser Campeão Brasileiro não é, mas também não é algo totalmente impossível.
Na hora de reestruturar o Coritiba, as coisas no Coxa, é preciso pensar, analisar, refletir sobre isso e mudar o panorama de alguns acontecimentos diários que fazem parte do Verdão do Alto da Glória e que precisam urgentemente não mais a por ali se fazerem presentes e se dar lado a outras formas de se Administrar um clube tanto fora como e principalmente "dentro do campo" ou nas cercanias do mesmo.
Alguns jogam toda culpa em cima do Vilson Ribeiro de Andrade. Ninguém pode ser responsabilizado sozinho por algo que não dá certo no futebol, assim como ninguém pode ser endeusado por um "título" sozinho, solitariamente. O futebol é um conjunto. Agora, o Sr. Vilson precisa se assessorar de pessoas, de profissionais, de vários níveis, ou seriam de conhecimentos variados...para que a coisa flua como todos os coxa-brancas ainda sonham.
Se o Coritiba quiser chegar ao Bi-Campeonato Brasileiro de Futebol algumas coisas precisam passar a ter uma nova roupagem. Um novo "tato" precisa se fazer presente no Coritiba. E esse tato surge, brota, de quem tem ou já teve a bola no corpo e muito aprendeu dentro das quatro linhas e em ambientes de vestiário, de concentrações, de viagens e de jogos decisivos e campeonatos dificílimos. E isso não tem faculdade que ensine.
Saudações Alvi-Verdes
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