O Coritiba, não é novidade pra ninguém, já vem há algum tempo, cambaleando financeiramente.
Em 2019 o Balanço fechou com 50 milhões de reais, mas infelizmente, no déficit.
Essa é uma realidade dura, uma "realidade nua e crua", do nosso mapa na atual conjuntura e ela não é de agora, e não é apenas "culpa" da Gestão atual, que daqui alguns meses estará entregando o Coxa nas mãos de uma nova Gestão. A "coisa financeira" já vem mal há algum tempo, antes até do Samir Namur assumir a batata quente.
O torcedor não quer saber disso, o torcedor quer resultados, quer vitórias, quer conquistas nas quatro linhas, quer sempre vencer, conquistar troféus, e se possível, conquistar títulos de expressão nacional, pelo menos.
A gente que já viveu isso dentro das quatro linhas, no gramado, com cobranças, com "pressão", de todos os lados, sabe bem como isso funciona.
E na nossa época, ali pelo final da década de 70 e até o meio da década de 80, vivemos isso, nos poros, na respiração, no coração e na alma.
O que aconteceria, se o Lela não tivesse praticamente roubado a bola do Marco Aurélio, dentro da área adversária e mandado a "nega" de bico, de bico mesmo, pras redes do Santos aos quá rá quá quá e lá vai pedra...?
Ninguém sabe o que aconteceria, pois, graças a Deus, a bola entrou e vencemos o Santos por 2 X 1 naquele inesquecível "1985"!
A gente nunca fala, nunca escreve, a respeito dos túneis obscuros, negros, do futebol, de como é a vida de um atleta na verdade, de como são as vidas dos atletas, ou melhor, de como eram as nossas vidas, naquela nossa época, que se transformou na época de ouro, que vivemos na década de 80, mais precisamente no meio dela e que nos proporcionou vivermos o maior momento coxa-branca de todos os tempos. Com certeza, não se ganhava muito dinheiro.
Mas, deixa prá lá, não é hora de entrar nesse mote das dificuldades daquela nossa época e vamos nos ater apenas a nossa conquista maior.
Foi o maior título do Coritiba e "85" ficou gravado na mente de todo torcedor Coxa. E que benção. Mesmo eu que pouco atuei, mas atuei em alguns jogos e fiquei muitas partidas no banco de reservas, sou, graças a Deus, reconhecido e valorizado pela Nação Coxa-Branca, e nós entramos para a história do GRANDE CORITIBA FOOT BALL CLUB e com letras garrafais, e isso, jamais se apagará, pois se vierem outras conquistas(e torcemos para que aconteçam), a primeira nunca cairá no ostracismo.
Mas porquê estou me referindo lá pelos idos de 1985, mais uma vez? (sei que muitos não gostam e dizem, não podemos viver de passado...)
Vislumbro o que aconteceu conosco lá naquela época.
Evangelino foi para o Rio Grande do Sul trazer, no final de 1981 ou no começo de 1982, não lembro bem a data exata, "Assis e Washington", lá do Inter, mas quando acabou de desembarcar em Porto Alegre, recebeu a notícia de que uma das marquises do Estádio Major Antônio Couto Pereira, o nosso antigo Belfort Duarte, estava comprometida e que teria que ser dado um jeito a qualquer custo. A missão de trazer Assis e Washington e de outros atletas que viriam de Santos e de mais alguns outros clubes, teve que ser abortada.
Quer dizer, o Coritiba teria que lançar mão dos garotos que tinha. E por vias não imaginadas lá foram Bacon, Gerson, João Carlos(Tarantini), Vavá, André, Leomir, Elizeu, Toby, Gil, Reinaldo Xavier, Luiz Henrique e outros garotos mais. Alguns até já tinham atuado em algumas partidas em anos anteriores a 1982, mas na verdade o ano de fogo seria aquele, o de 1982.
E o paranaense começou e iniciamos bem vencendo o bom time do Toledo por 2 X 0 no Couto Pereira, ganhamos do Paranavaí durante a competição por 3 X 1 e tivemos outros resultados expressivos naquele campeonato mas não chegamos à final. Tínhamos em nosso elenco o Goleiro Bagatini que veio dos Pampas e que já havia conseguido títulos por lá, tínhamos Gardel, o nosso Anjo Negro(o cabra bão), Santos, ponteiro esquerdo, que como Gardel, participou de épocas anteriores e vitoriosas do Coxa, Silvestre que era um ótimo atleta mas que havia sido infeliz em um único lance no clássico mineiro entre Atlético Mineiro e Cruzeiro e veio compor o elenco alviverde, dentre outros.
Em 1983, chegamos à final do Paranaense contra o rival e na última partida precisávamos vencer. E tivemos grande chance de ganhar o clássico, mas o Freitas, artilheiro do Fantástico, depois de um lance fenomenal do Lela que driblou Rafael e cruzou, pegou mal na pelota e mandou por cima da meta. Ali, naquele detalhe poderíamos termos nos sagrado Campeões Paranaenses, mas acabamos ficando com o vice depois de empate em 1 X 1 e a Nação Coxa-Branca, mesmo assim, nos aplaudiu em pé, na nossa descida para o vestiário.
Em 1984 já assustamos clubes considerados papa títulos nacionais e fomos longe no Brasileiro. Pena que pegamos nas eliminatórias das quartas de final a "máquina do Fluminense" que tinha Paulo Vítor, Aldo, o ex-coxa Duílio, Ricardo, Branco, Jandir ou Leomir(outro coxa), Delei, Romerito, Tato e o casal 20 que era pra ter vindo para o Coritiba como frisamos lá em cima no texto, o Washington e o Assis. Mas fizemos excelente campanha no Brasileiro de 1984 e fomos longe. A piazada Coxa ficou calejada, adquiriu experiência e olha que os Regionais naquela época eram "osso duro de roer", e em 1985 veio a nossa glória maior, com a mescla daqueles meninos, que já não eram mais tão meninos assim, com mais algumas contratações feitas já em 84 e algumas outras no começo de 85.
Pois é, meras comparações, do jeito que teria que ser dado na marquise que estava prestes a cair à Glória...com a situação atual.
Hoje, sem grana, o Coritiba terá que confiar nos meninos que possui.
Não adianta sonhar com contratações mirabolantes porque não tem dinheiro.
E o complicador é ainda maior, porque naquela nossa época, as contratações que deveriam ou que poderiam ser feitas, mas que não deu, não custariam tanto como custam hoje.
Temos "Natanael" que estreou bem e diria muito bem frente ao Paraná Clube, na lateral direita.
Temos o Goleiro Marcão, de 20 anos, mesmo tendo Wilson e Alex Muralha(em 85 tínhamos Rafael e Jairo, mas Gerson jogou duas e o Jairão a semifinal em Curitiba contra o Galo e nessa ocasião o Renato também da nossa base figurou no banco de reservas).
Temos o lateral esquerdo Kazu que está pintando bem.
Temos o volante Henrique Vermudt.
Temos o meia Luiz Henrique que já inclusive jogou em 2019.
Temos o atacante Nathan que também já andou atuando em algumas partidas.
E mais Thiago Lopes, Igor Jesus e Matheus Bueno que já atuaram anteriormente.
E além desses citados, temos mais meninos pedindo passagem.
É pessoal, a "realidade nua e crua é essa"! A "Realidade nua e crua e a grana"!
Temos no elenco por exemplo, o Rafinha que já tem muita experiência, com 37 anos e gosta muito do Coritiba. Temos Robson que gosta de balançar as redes. Temos Sabino, Rodolfo, William Mateus, Geovani que precisa se esforçar pra perder uns quilinhos mas que sabe jogar bola, e mais alguns jogadores com certa experiência.
A "Mescla" está feita. É torcer pra dar certo, como acabou dando certo na década de 80.
Claro, hoje é uma outra roupagem, é um modelo bem diferente, muito diferente, daquela roupagem, daquele modelo da década de 80, mas vai que dá certo. Essa é a nossa esperança. Não existe outra alternativa. "Realidade nua e crua e a grana"!
A realidade que temos, senhores coxa-brancas é essa!
Vamos, iremos, com o que temos!
É torcer e rezar pra dar certo porque o Brasileirão vem aí e está bem próximo, muito próximo do seu início!
Agora, se daqui um tempo, pudermos vir a frequentarmos o Estádio, é apoiarmos essa garotada. Se eles errarem um passe, em vez de vaiarmos, vamos aplaudí-los. A parte psicológica conta e conta muito. Se vaiarmos o que temos só iremos piorar a situação.
Atenção pessoal, nas redes sociais, peço encarecidamente para que não critiquem o que temos. Vamos apoiá-los, é a nossa única alternativa gente!
Quem é Coxa-Branca de verdade, se segure e não critique. Ao contrário, em vez de vaiar, de escrever coisas maléficas a respeito de cada atleta, escreva palavras doces nas redes sociais.
Sei que é difícil, mas pelo bem do nosso Coritiba, chegou a hora de fazermos isso!
Vamos Coritiba!
Dá-lhe COXA!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)