O ano de 2015 como já frisamos em outras oportunidades não foi nada bom para o Coritiba em termos de resultados dentro do gramado.
Isso já ficou no passado, mas espera-se que sirva de lição para aqueles que irão definir os destinos do Coxa para 2016. Agora é momento de limpar o chão, lavar as janelas e passar a vassoura no teto, trocar alguns armários velhos por outros mais novos e modernos e doar os colchões usados.
A minha vontade e com certeza de muitos coxa-brancas era continuar com Pachequinho no comando técnico, mas como a diretoria atual optou em trazer Gilson Kleina, vamos torcer para que essa ação traga resultados positivos para o nosso alviverde.
O amigo e Professor Róbson Gomes estará responsável pela Preparação Física. Grande aquisição. Independentemente da amizade que tenho com Róbson sei da sua competência e com certeza ele irá contribuir decisiva e positivamente com o Coritiba.
Ceará, que já esteve no Coritiba em outra oportunidade, é o primeiro atleta contratado para 2016.
Ceará já não é mais garoto e tem muita rodagem. Em termos de experiência, ponto positivo.
Alguns poucos atletas com 32, 34, 35, 36 anos conseguem manter o nível de atuação que tinham quando possuíam 20, 21, 22, 23 anos de idade.
Zé Roberto, já quarentão, é um exemplo de atletas que conseguem manter bom nível de atuação, mesmo com idade avançada.
Por outro lado temos exemplos de atletas que com 34, 35 anos de idade não rendem mais o que rendiam antes, dentro do gramado. Inclusive, tivemos alguns exemplos disso no próprio Coritiba em 2015.
Vamos torcer para que Ceará esteja incluso no grupo dos atletas com um pouco mais de idade que conseguem manter ainda bom nível de atuação, caso do Zé Roberto que citei.
No mais, o Coritiba após vários anos seguidos, lutando apenas para não cair no Brasileirão, precisa se reinventar.
A reestruturação para 2016 não pode ficar apenas no papel como aconteceu no ano de 2015.
Reestruturar-se, reinventar-se, conscientemente, dentro do bom senso, dentro das regras e normas que regem o futebol atual é o primeiro passo.
Acertar o primeiro passo é o mais difícil, mas necessário é se ter em mente que o segundo, o terceiro e os próximos passos, precisam ser dados com coerência, com profissionalismo de verdade. O futebol atual não tem mais espaço para amadores.
O futebol amador tem algo ligado ao romantismo, mas o próprio futebol amador atual já não é mais como era nas décadas de 60 e 70 por exemplo.
Se o próprio futebol amador atual já não é mais tão amador assim, o que dizer do futebol profissional atual.
É claro, é óbvio que o futebol profissional precisa de profissionais. Não dá para ir fazendo as coisas ao acaso, não tem como tentar dar o xeque mate com um peão, utilizando no linguajar, metaforicamente, o jogo de xadrez.
Os clubes hoje precisam ser administrados como empresas, mas a diferença entre uma empresa comum e um clube profissional de futebol é estrondosa.
Alguns caracteres, algumas particularidades, presentes apenas no futebol, fazem com que a Gestão de um Clube Profissional de Futebol seja levada a efeito de modo diferenciado ao extremo.
No futebol bobeou dança.
Aqui no Brasil ainda temos uma cultura arcaica, queremos resultados imediatos e se o time vai mal dentro das quatro linhas, mudanças rápidas são feitas em função das cobranças em níveis altíssimos que acontecem.
Na Europa e em alguns outros continentes a coisa é um pouco ou bem diferente. Por lá técnicos de futebol comandam equipes por 4, 5, 6, 8 ou 10 anos seguidos, mesmo com as equipes não tendo resultados expressivos no gramado em um ano ou outro. E esse é apenas um dos detalhes que acontecem por lá. Existem outros que circundam o campo de jogo e outros ainda que estão alojados nos vários departamentos dos clubes e que dão um contorno especial ao futebol moderno.
Aqui no Brasil queremos ter um futebol moderno dentro e principalmente fora do campo, mas infelizmente estamos apenas engatinhando e muita coisa ainda precisa ser realmente profissionalizada.
A paixão, o amor dos torcedores pelo Coritiba é algo lindo, mas não se pode dirigir um clube da grandeza do Coritiba, não se pode administrar um clube com a grandiosa história que o Coritiba possui, amadoristicamente, baseado apenas em paixão.
Administrar o Coritiba atual não é fácil, sabemos disso, mas o desafio de se fazer uma Gestão realmente profissional no Coritiba está lançado.
O Coritiba precisa ser reinventado. E essa reinvenção deve também considerar pontos que o escopo tradicional está há anos a nos alertar.
Quem sabe chamar ex-atletas profissionais de futebol com grande história no Coritiba para trabalhar com a garotada na base, seja um dos caminhos que podem auxiliar o Coxa a médio e longo prazo. O trabalho com a meninada, para surtir efeito e ter resultado, demanda um certo tempo e não é e não será da noite para o dia que se colherão frutos de qualidade, mas é preciso começar esse trabalho.
Se queremos um Coritiba Bi-Campeão Brasileiro de Futebol, porque não se fazer uso de alguns ex-atletas Campeões Brasileiros de Futebol em alguns pontos estratégicos. O Santos, ano após ano, lança garotos em seu time profissional. Por que será que isso acontece? De Pelé a Robinho, passando por Diego, Neymar, chegando até Geovanio, Gabriel e tantos outros que brotaram e brotam na Vila Belmiro, sabe-se que existiu o dedo de alguns ex-atletas no Peixe, que comandaram e comandam a garotada santista na base.
Reestruturação para 2016 no Coritiba. O Coritiba precisa mais do que nunca ser reinventado, dentro das quatro linhas, nas cercanias do campo e em sua estrutura administrativa.
Com a palavra o nosso Presidente Rogério Portugal Bacelar e sua diretoria.
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