É preciso mudar o Estatuto do Coritiba urgentemente.
O futebol possui particularidades, especificidades, características que não se encontram em quaisquer outras atividades.
O futebol não é um escritório de advocacia, não é um banco e não é um cartório.
Fazer a Gestão de um clube de futebol da dimensão do Coritiba Foot Ball Club é muito diferente, bem diferente do que fazer a Gestão de uma repartição pública, um híper mercado, uma empresa de eventos, de uma transportadora, de uma empresa de logística, de um parque, enfim de qualquer outra instituição, seja ela de que ramo for.
As especificidades do futebol, as particularidades e as características presentes neste esporte, já eram desde muito, realmente atreladas a certas situações, a determinados fatos que são inerentes apenas a ele, unicamente a ele.
Nos últimos anos tivemos Advogado dando as cartas no Coritiba, tivemos expert na área bancária comandando o nosso alviverde e agora temos o homem forte dos Cartórios pilotando as coisas do nosso Verdão.
Nada contra a(s) pessoa(s) quanto a isso que estou colocando. Ocorre que como frisei, para se fazer a Gestão de um clube de futebol profissional do patamar do Coritiba é preciso ter faro, saber dos labirintos imensos do futebol, das curvas que existem no mundo da bola, descobrir onde está exatamente o cisco para varrê-lo de lá. E isso não se aprende em um banco, em um escritório de advocacia ou em um cartório.
E além do Presidente ter esse faro, esse tino, esse conhecimento, essa experiência é preciso também que quem o assessora saiba e viva de fato tudo isso. Os membros da Diretoria também necessitam desse faro a que me refiro, seja ele Diretor do Departamento de Futebol, do Departamento de Marketing, do Departamento Financeiro, da Logística ou de qualquer outra área. Gente, o futebol é diferente, muito diferente, bem diferente de "exatamente" tudo que tem por aí. Tem que manjar do riscado senão a nau afunda.
Vou citar alguns nomes em que conheci no dia a dia do Coritiba desde as categorias de base quando lá cheguei em 1977 e depois tive a honra e o prazer incomensurável de vestir a jaqueta profissional do nosso amado Coxa.
Orlando Motta, Zé de Oliveira, Luiz Afonso Alves de Camargo, Ely Thomaz de Aquino, Estevão Damiani Neto, Evangelino da Costa Neves, Dr. Viale, Adelino Pepe do Vale(roupeiro do profissional), seu Eduardo(o seu Dudu roupeiro das nossas categorias de base na época), Luiz Carlos Neves, Vidal Peres, Odivonsir Frega, Maurício Cardoso, Kruguer, Bugrão, Sizico, Douglinhas e por aí vai.
E poderia citar mais uma centena de nomes como esses em que tive o prazer de estar ao lado, junto, nas várias esferas das coisas do Verdão naquela época. Posso dizer que aprendi muita coisa com cada um desses citados e de muitos outros que não citei. Mas eles tinham o "faro" a que me refiro.
O futebol daquela época era diferente sim. Hoje é outra coisa. Evoluiu e hoje um clube de futebol precisa sim ser uma empresa. Mas gente, a essência do futebol, as especificidades, as particularidades, as características inerentes apenas ao futebol não vão mudar nunca.
Hoje tem Nutricionista, tem Fisiologista específico, tem Psicólogo, tem isso e tem aquilo. E tem que ter mesmo. Se sabe quantos passos o atleta deu em um treino ou em uma partida. Sabe-se através de instrumentos tecnológicos tudo e mais um pouco. E que bom.
Mas a essência do futebol não se pode jogar aos ares e dizer, ah...isso não se aplica mais.
Fazer futebol é algo dificílimo, é complicado, e só se pode fazer o futebol adequadamente se tiver "faro", se tiver "olho de lince" no e do futebol, que como eu disse é diferente de tudo, de qualquer outra atividade. Poucos tem esse faro, pouquíssimos tem essa visão, esse conhecimento. E em muitos casos ele precisa ser "nato" e que convivendo no mundo do futebol vai se desenvolvendo e chegando a uma evolução significativa e às vezes até inigualável.
Cheguei a conclusão após anos e anos o nosso Coritiba lutando apenas e tão somente para não cair, ficando na corda bamba e só se safando da "B" sabe-se lá como, de que é premente, urgente, que se mude o Estatuto do Clube.
Necessário se faz inserir um artigo no Estatuto em que expresse de forma clara e precisa de que os Diretores e o Presidente do Coritiba necessitam, para assumir essas funções, de conhecimento e experiência já vivenciados e adquiridos por certo tempo no futebol.
Fiascos nos últimos Campeonatos Brasileiros e no atual, fiascos nos últimos Campeonatos Paranaenses, fiasco no campeonato da 1ª Liga, fiasco na Copa do Brasil e não é difícil prever novo fiasco na SulAmericana.
A hora de mexer no Estatuto é agora. Ano que vem teremos eleições novamente. Agora mais do que nunca por tudo que temos sofrido seguidamente, sequencialmente com o nosso Coritiba é preciso que todos nós coritibanos tenhamos essa consciência, estejamos no posto de Presidente, de Diretor disso ou daquilo, de membros do Conselho ou que esteja em qualquer outra função ou cargo no e do Coritiba, de que para o bem do Coritiba Foot Ball Club na continuidade(não pensando apenas nesse ano horrível), é premente que se insira a obrigatoriedade que citei.
Vocês viram que citei roupeiros, preparadores físicos, técnicos, diretores anteriores, presidente, médicos. O futebol é um todo. A importância de um roupeiro(claro guardadas as devidas proporções) é a mesma do que a importância de um diretor ou de um presidente e cada ocupante de cada cargo, que realize a função que for, necessário e obrigatório é ter o faro, o tino, o olhar de lince do futebol. Senão a coisa não vai.
Pronto, falei, é isso!
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