Estrela Dourada
Enfim, podemos pensar em 2013.
Encerrada a sequencia contra os quatro primeiros colocados no campeonato, na qual perdemos apenas um jogo, e ainda assim jogando de igual para igual, eis que atingimos aquele número de pontos que nos permitem relaxar.
Mas esse momento não é para se comemorar. É hora, isso sim, de fazer uma reflexão e tentar aprender com os erros que nos custaram um quase rebaixamento. Sim, porque, a despeito de hoje estarmos tranqüilos, não podemos esquecer-nos das duas grandes bobagens que nos fizeram desperdiçar o ano de 2012: a permanência de Marcelo Oliveira e a desmontagem do elenco do ano passado.
Quanto ao nosso antigo treinador, penso ser muito cômodo, agora, aqueles que o defendiam com unhas e dentes virem a público com aquela conversa fiada de que devemos virar essa página e esquecer o passado. Esse tipo de atitude é tão covarde quanto era aquele senhor que primava pela cautela e que não tinha competência alguma para ousar quando era preciso. Não, não se pode esquecer de Marcelo Oliveira nunca mais, não só para que aqueles que o defendiam aprendam que amar o Coritiba não é ter que aceitar tudo que nos impõem, e para que possam vir a público admitir que estavam errados, mas também para que o Coritiba aprenda que, ao primeiro sinal de covardia, como foi a escalação de Marcos Paulo na final contra o Vasco (que ironicamente, é o time que MO está agora a enterrar) deve-se agir com firmeza, sob pena de repetir erros fatais.
Já quanto ao nosso elenco, espero que também tenha sido aprendida a lição de que não se pode simplesmente vender mais de meio time titular e esperar que as coisas se arrumem sozinhas. Acho meio “cara de pau” uma declaração como a de ontem, dada por Felipe Ximenes, de que "o Coritiba não se planeja no meio da temporada.” Penso que seria mais correto, da parte dos nossos dirigentes, admitirem que erraram ao vender meio time e ao manter um fracassado a comandar o time que sobrou. As duas intervenções que a diretoria fez, na metade do ano, ao demitir MO (e trazer Marquinhos Santos) e ao contratar o centroavante Deivid, por certo não estavam planejadas desde o início da temporada, e foram feitas em caráter de urgência, como uma última cartada para desviar do caminho que estávamos a seguir, e que nos conduzia ao abismo. Portanto, que deixem a soberba de lado e tenham a humildade para dizer que souberam consertar os erros ainda a tempo de nos salvar. Essa sim seria uma declaração digna de todos os elogios e aplausos, pois demonstraria humildade e sabedoria.
Nosso 2012 não pode ser esquecido nunca mais. E deve ser marcado como referência na nossa história para que, enfim, os erros tenham nos ensinado de verdade. Nós podemos, sim, deixar o patamar em que ficam aqueles times que sempre disputam o campeonato apenas objetivado não serem rebaixados. Mas para que isso aconteça, é preciso parar com essa covardia de “esquecer o passado”. Esquecer, não; aprender; sim.
Em tempo: àquele comentarista que apostou, comigo, o seu testículo esquerdo, de que em quatro rodadas depois da contratação de Marquinhos Santos estaríamos a criticá-lo, um pedido: não quero receber nada. Pode colocar o material em uma caixa e encaminhá-la para São Januário, em nome do outrora idolatrado treinador do nosso time. Mas faça isso logo, porque ele está para mudar de endereço ainda hoje...
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