Estrela Dourada
Curto e grosso: “revolução” de verdade foi a que fizeram os dois mil torcedores do Coritiba que, ao final de 2009, não cancelaram os seus títulos de sócios.
Os outros, OBVIAMENTE excluindo aqueles que não tinham condições financeiras de se associar, foram covardes, abandonaram o clube quando ele mais precisava, desmistificando e desmentindo aquela outra besteira do "nunca abandona". E, se entre essa leva de “revolucionários” de hoje, existe alguém que, naquela ocasião, virou as costas para o Coritiba, ou escreveu que nunca mais voltaria ao Couto Pereira, esse é o pior tipo de oportunista que existe no mundo, e deveria estar de boca calada desde então, e para sempre.
Fazer um movimento de “apoio” quando o time está bem, ganhou o campeonato regional, e é líder do Campeonato Brasileiro é MUITO FÁCIL. Difícil, e prova de hombridade, e de fidelidade, foi não ter abandonado o clube em 2010, para só ir voltando aos poucos, à medida em que as coisas iam se ajustando.
Difícil foi fazer o que fez Vilson Ribeiro de Andrade, que, quando todos (ex-presidentes, conselheiros advogados, conselheiros "estrelas", e mesmo a ala situacionista da diretoria à época) sumiram, foi o único a permanecer no clube, com coragem para, junto com os dois mil sócios que não abandonaram, começarem a reconstruir o Coritiba.
Revolução não nasce da conversa com jogadores ou com dirigentes. Revolução nasce nos momentos de dificuldade, quando é preciso brio, força e destemor para lutar por um ideal. E eu não tenho a MENOR DÚVIDA de que muitos dos que hoje se arvoram como defensores do clube, se permitindo incitar linchamentos de quem ousa OPINAR sobre sua visão PESSOAL das coisas, no mundo do FUTEBOL, serão os primeiros a negarem o nome do Coxa por três vezes caso, por alguma desventura, o cenário dos sonhos não se concretize.
Revolução não se faz elogiando tudo a fim de obter vantagens pessoais em eleições; não se faz mudando de postura a fim de angariar simpatia; não se faz para aumentar a “audiência”; não se faz buscando somente a liderança de um grupo de pessoas; não se faz tentando calar vozes que pensam diferente; não se faz apoiando erros repetidos; não se faz discriminando aqueles que apoiam a mesma causa, porém de formas diferentes.
Revolução nasce na adversidade, não na bonança; revolução vem para mudar a história, não para alterar capítulos, revolução deve servir aos revolucionários, não aos líderes (jogadores ou diretores) que a insuflaram.
Revolução, na acepção da palavra, pois, foi a feita pelos dois mil sócios que permanceram assim depois da tragédia de 2009, e pelo membro da diretoria que ousou colocar-se em segundo plano, desde a sua vida pessoal até a sua saúde, para tentar reerguer o clube (e falo do nossos presidente). Quem, naquela época, por afronta, por desdém, por descrédito, por omissão, por medo, por vergonha, ousou abandonar o Coritiba, deveria ter se afastado para sempre, pois é covarde.
Quem ama o Coritiba, mas ama DE VERDADE, e não apenas nos momentos bons, não precisa ser lembrado disso a todo instante, não precisa ser instado a apoiar o que quer que seja, não precisa se armar para execrar quem se arrisca a fazer uma crítica. Pois amor e devoção ao Coxa são questões de caráter perene, não de propaganda oportunista. Muito menos de momento.
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