Estrela Dourada
Em 2012, já em setembro, o Coritiba contratou o centroavante Deivid, que, com seus 9 gols no torneio, foi decisivo para salvar o clube de um rebaixamento que parecia ser inevitável.
Em 2013, em uma última e desesperada tentativa de, novamente, escapar da queda para a segundona, o Coritiba demitiu o treinador Péricles Chamusca, que vinha de duas derrotas consecutivas no Couto Pereira, e efetivou o ex-volante Tcheco como técnico nos últimos três jogos do campeonato. Com um empate contra o Inter, no Beira Rio, uma vitória sobre o Botafogo, no Alto de Glória, e outra vitória contra o São Paulo, fora de casa, Tcheco salvou o Coritiba do rebaixamento, em 2013.
Já em 2014, novamente afundado nas últimas posições na tabela do Brasileirão, o Coritiba recebeu, também em setembro, e quase que de presente (do Londrina), o centroavante camaronês Joel, que, com seus oito gols naquele campeonato, nos livrou da degola.
Pois eis que em 2015, a exemplo do que aconteceu nos últimos três anos, também estamos “morando” no Z4 do Brasileirão. Já contratamos, só este ano, 23 jogadores (contando com a chegada de mais dois refugados por seus ex-clubes, Juan e Henrique). Por mais que seja óbvio que um time formado quase que na sua totalidade por refugos não vá dá certo, ainda há quem acredite que podemos evitar o rebaixamento que vimos perseguindo com afinco há três anos. Que assim seja, então.
Nesse contexto de sempre contar com um milagre para tentar evitar a tragédia, o desespero da torcida está prestes a jogar a responsabilidade de nosso salvamento em um menino de apenas 18 anos, posto ter ele conseguido a façanha de nos livrar, em cima da hora, de uma eliminação na Copa do Brasil, em mais um jogo cujo comportamento do nosso time, principalmente no segundo tempo, tinha sido simplesmente bisonho.
Aliás, o jogo contra a Ponte Preta foi mais um em que, não fosse o imponderável, ditado pela impossibilidade de escalar Wilson (o que fez com que Vaná jogasse), e por outra contusão de Keirrison (o que fez com que Evandro fosse chamado à Campinas na véspera do jogo), teríamos novamente fracassado. E esse mesmo imponderável que deu ao fraquíssimo Vaná um pouquinho (bem pouquinho) de redenção e a Evandro o título de herói, fez com que nosso sexto jogo consecutivo sem vitória acabasse, paradoxalmente, nos valendo a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil.
E assim, aos trancos e barrancos, com uma diretoria esfacelada (que hoje, por sinal, está em Camboriú, discutindo a criação de outro campeonato, provavelmente pra gente também passar vergonha, pensando em 2016 – talvez porque já tenha desistido de 2015...), com um time cuja maior parte é de refugos, outra parte é de bichados, e uma pequena parte é de meninos, resta-nos apenas esperar, mais uma vez, que a cota de milagres à qual temos direito não tenha se esgotado, e que, se possível, o imponderável possa reaparecer no domingo, contra o Corinthians, para que nossa alegria de quarta feira não seja efêmera e possa mesmo significar um renascimento, principalmente no Brasileirão, que é o que realmente importa.
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