Estrela Dourada
Espero que o segundo tempo do Coxa contra o Paranavaí tenha sido o ponto de inflexão na curva descendente em que o Coritiba havia se metido. Que tenhamos, enfim, lembrado de como a postura ofensiva deve prevalecer sobre o excesso de zelo defensivo.
Sim, futebol é onze contra onze, como disseram alguns jogadores do Coritiba, e todo adversário merece respeito. Ocorre que nosso “cauteloso” treinador confunde respeito com subserviência.
Respeito há de se ter por todos, é óbvio, mas, antes de tudo há de se ter respeito pela história do Coritiba e pela devoção de sua torcida, devoção essa nascida ao ver um time que não se curvava a ninguém, se não tecnicamente, dadas as abissais diferenças de alcance econômico, ao menos em postura, em dedicação e em dignidade de clube grande.
Respeito há de se ter pelo Nacional de Manaus (assim como por qualquer outro clube) e pelos jogadores que o defendem, mas antes disso deve vir a consciência de que respeitar não é temer.
Respeito deve servir como motivação para a vitória, como na partida contra o Palmeiras na Copa do Brasil em 2011, e não como motivador da derrota, como nas finais da mesma Copa diante do Vasco da Gama. Contra o time paulista, o respeito pelo adversário vestiu-se de coragem e nos deu um momento antológico; já contra o time carioca, o respeito pelo oponente travestiu-se de medo e transformou-se em um trauma. Desde então, esse medo passou a ser característica indelével do Coritiba de Marcelo Oliveira, mormente quando o time atua longe do Couto Pereira.
Respeitar a si próprio não deve vir antes de respeitar aos outros. Mas se vier depois é receita certa para o fracasso.
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