Estrela Dourada
Depois do inferno de 2009 e da recuperação/superação de 2010, 2011 foi um ano bom ou ruim para o Coritiba?
Um título regional ganho com um pé nas costas, de forma invicta, uma espetacular sequência de 24 vitórias seguidas, um vice campeonato da Copa do Brasil e um Brasileirão passado longe da zona de rebaixamento. É, 2011 foi um bom ano para o Coritiba.
Mais um título regional em um campeonato que fica a cada ano mais fraco, uma sequencia de vitórias que, na prática, só serviu para bordados em camisas, um título nacional jogado fora e um Brasileirão com mais uma campanha pífia repleta de frustrações. É, 2011 foi um ano ruim para o Coritiba.
Talvez não exista uma resposta correta para a pergunta do primeiro parágrafo. Ou, melhor dizendo, cada torcedor tem a sua resposta. O que pode ajudar a encontrá-la são os sentimentos, se o de regozijo ou de frustração.
Particularmente, fiquei feliz por ver o Coritiba “nos eixos” novamente. Não sei de nenhum detalhe acerca do balanço financeiro do Coritiba, mas poder ver o clube com um grande número de associados, investindo em patrimônio e, principalmente, sem brigas políticas é, sim, alentador.
Porém, se eu tivesse que escolher apenas um sentimento para definir o que foi 2011 para mim, torcedor do Coritiba, eu não hesitaria em dizer: frustração.
No primeiro semestre deste ano, vi um time que fez um campeonato muito menos empolgante que o do Coritiba nos tirar um título nacional, na nossa casa. Já na segunda metade do ano, vejo times com elencos sabidamente inferiores ao nosso, e outros não tão superiores assim, ainda disputando uma vaga na Libertadores 2012. Mas o que me dói mesmo é o conformismo com a nossa pequenez.
Lógico que ninguém, muito menos um clube de futebol, é capaz de se recuperar de uma tragédia quase que instantaneamente. Mas o nosso ano de recuperação foi 2010, e não 2011. Penso que este ano poderia ter sido o ano para se dar um passo à frente, não para ficar marcando passo, conformado com o discurso (até coerente, mas desprovido de qualquer ousadia) de que o futuro será melhor. Até mesmo porque, em 2008, depois de também ter disputado um bom Brasileirão na sequência de uma volta à primeira divisão, o que nos restou ao final do ano foram as promessas de que 2009 seria ainda melhor...
Ter sido campeão paranaense invicto foi bom. Ter conseguido uma marca única na história do futebol mundial também foi. Mas o que deve ficar de melhor de 2011 é a lição de que não se podem desperdiçar, por conta de erros nos momentos decisivos, as chances de conseguir já o que se projetou para o depois, sob pena de uma condenação eterna a ser o time do quase. Pois, pieguice e lugar comum à parte, quem sabe faz a hora...
Que 2012 seja de muita força e, principalmente, de muita coragem para o Coritiba.
Em tempo: sei que o ano ainda não acabou. Torcerei em todos os jogos como se a temporada estivesse apenas começando, e espero que nossos jogadores se empenhem de igual forma. Mas chegar ainda no final de outubro sem ter mais com o que sonhar pode indicar não apenas a resposta certa à pergunta do título deste post, mas também o caminho correto a se seguir em 2012...
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