Estrela Dourada
O que dói mais? A dor da humilhação ou a dor da frustração?
Naquele 06/12/09, o Coritiba foi humilhado. Humilhado pelos seus dirigentes, pelos seus jogadores e por sua torcida. Dessa humilhação sobreveio, além da quase total execração do clube, uma dor gigantesca. Dor já conhecida, como a de uma doença recidiva.
No dia 08/06/11, foi a frustração pela perda de um título mais do que merecido, que fez doer o coração Coxa Branca.
No entanto, se a humilhação pelo rebaixamento, em 2009, fez crescer os brios e a devoção de quem realmente ama o Coritiba, e foi como que um alicerce fincado para uma reconstrução definitiva, a frustração pela perda do título da Copa do Brasil vem sendo sucedida mais por lamentações, causadas pelo vazio que ficou, semelhante ao de quando se acorda de um sonho.
E como superar essa dor? Tirando dela as lições para não mais repetir os erros que foram fatais. Ou, melhor dizendo, o erro que foi fatal.
O que Marcelo Oliveira nos deu, com humildade e com muito trabalho, ele nos tirou em um arroubo de ousadia estúpida. Neste ponto, sou obrigado a concordar com um torcedor de nosso rival, que escreveu que há momentos na vida em que não se pode errar. Para a história do Coritiba, Marcelo Oliveira não poderia ter errado na decisão contra o Vasco. E ele errou da pior maneira, ao escalar Marcos Paulo e mudar, no último jogo do campeonato, a maneira do time jogar. Por conta desse erro, pagaremos todos nós.
Estive no Couto Pereira assistindo à final. Vi uma partida espetacular, como há muito tempo eu não via. No final dela, quando tudo o que eu desejava era que o árbitro desse mais alguns segundos de jogo, me vinha à cabeça a lembrança de que havíamos desperdiçado 28 preciosos minutos e que havíamos gasto uma substituição por conta de uma invenção tirada sabe-se lá de onde.
Perdemos a Copa do Brasil, para um time que não fez um campeonato tão bom quanto o nosso, que não chamou a atenção de um país por praticar um futebol alegre e eficiente, que não merecia ter vencido, enfim. Porém, já que até antes da última partida era o time do Coritiba o merecedor dessa conquista, que Marcelo Oliveira tenha aprendido a lição de que não se deve ousar mais do que a competência pessoal permite.
Acredito que temos jogadores capazes de fazer uma boa campanha no Brasileirão. Para isso, no entanto, é preciso virar a página da Copa do Brasil, assim como é preciso entender esse vice-campeonato como um avanço conquistado em decorrência dos novos moldes administrativos nos quais o Coritiba tem se encaixado.
Se não desistirmos, se superarmos a dor da frustração, assim como superamos a dor da humilhação pela qual passamos em 2009, se continuarmos a olhar pra frente acreditando que nosso crescimento será perene, e se nosso treinador for capaz de aprender com os erros, então tenho certeza de que o título que nos fugiu há pouco há de vir logo.
Pois a dor que não mata, fortalece.
Em tempo: meu trabalho me levará para fora do Brasil por um tempo, novamente. Junto comigo irão, como sempre, minhas camisas e minhas bandeiras do Coritiba para que, em meus momentos de folga, eu possa mostrá-las ao mundo. Quero exibir o meu orgulho em ser Coxa Branca, e compartilhar esse orgulho com todos, assim como já fiz, além de muitos outros, com ...
...os guerreiros Masai, no Quênia, África:
... e com amigos de Omã, no Oriente Médio:
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