Estrela Dourada
O que eu sinto pelo Coxa é um exagero.
Não me lembro de um dia da minha vida, desde aquela primeira ida ao Couto Pereira (Belfort Duarte), em 1975, em que eu não tenha, pelo menos por uma fração de segundos, pensado no Coritiba.
Hoje, provavelmente já tendo passado da metade do tempo que terei de vida, ainda não consegui entender o porquê de tanta devoção. Tudo bem que eu sou apenas mais um, entre os milhões de torcedores de futebol do mundo inteiro, a não conseguir explicar o amor pelo seu clube.
Mas torcer pelo Coritiba é diferente. É diferente porque nenhuma camisa de qualquer clube de futebol é sequer parecida com a nossa. É diferente porque eu não me recordo de ter ouvido outro estádio cheio, com outra torcida qualquer gritando, em uníssono e literalmente, que ama o seu clube. É diferente porque o Coritiba não é um clube imposto pela mídia interessada apenas em retornos aos seus patrocinadores.
Ser Coxa Branca é diferente, até por esse apelido peculiar de quem torce pelo Coritiba. Ser Coritiba é único, até no fato de que muitos pelo Brasil ainda trocam a letra “o” do nosso nome pela letra “u”, do nome da cidade que orgulhosamente representamos.
Quem ama o Coritiba o faz verdadeira e intensamente, sempre, sem meios termos, a ponto de, por vezes, ser visto como muito exigente, ou até mesmo injusto. Mas como deixar de lado o sentimento de que ainda não somos tão grandes como poderíamos (e iremos !) ser?
E é assim, entre devaneios sobre a singularidade de ser Coxa Branca, que eu me pego contando as horas para ver o Coritiba jogar novamente. Ver, ouvir, ler, seja lá o que for. O que importa é matar essa saudade. Não sei se o Coritiba vai ganhar, ou perder. O que sei, porém, é que o resultado suscitará alguns sentimentos, tão intensos quanto fugazes. Vou comemorar, vou chorar, vou aplaudir, vou xingar. Mas no próximo jogo lá estarei eu novamente, a acompanhar, tão ansioso e feliz quanto na primeira vez em que eu vi o Coritiba jogar.
E é esse sentimento de renovação a cada partida, esse orgulho de vestir a camisa alviverde como um ritual, como se fosse a minha melhor roupa, que faz com que eu seja pessoa mais feliz do mundo, por torcer pelo Coritiba.
O que eu sinto pelo Coxa é mesmo um exagero. E exagerado assim eu viverei, até o fim dos meus dias.
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