Estrela Dourada
Para o Coritiba, bastava um mísero empate contra o time reserva do reserva do combalido Vasco da Gama, um time sem treinador, que vinha de sete jogos sem vitória (sendo seis derrotas consecutivas) e formado às pressas com jogadores das categorias de base, para que não precisássemos mais escutar as palavras “perigo de rebaixamento” este ano.
Mas nem isso os inconseqüentes, irresponsáveis e indiferentes jogadores Coxas Brancas conseguiram:
- inconseqüentes, porque simplesmente desprezaram a impiedosa matemática, que insiste em provar que ainda não estamos garantidos na primeira divisão, e que já nos castigou em outras feitas, quando também faltou “um pontinho” para não cairmos;
- irresponsáveis, porque foram incapazes de honrar, nessa partida, o salário que recebem (e em dia, pelo que diz a nossa diretoria). Entraram de férias, já pensando onde estarão em 2013, e esqueceram-se de honrar não apenas os seus compromissos profissionais, que consistem em dedicarem-se ao máximo para buscar a vitória, mas também, e principalmente, a camisa que vestem;
- indiferentes, por terem demonstrado uma apatia que humilhou não apenas a si mesmos, com o que parece já estarem acostumados, por conta da vergonhosa goleada sofrida diante do Corinthians, mas também à torcida alviverde que se fez presente mais uma vez no estádio.
Classifico essa derrota para o Vasco como vergonhosa. E muito perigosa, por nos colocar novamente fazendo contas, preocupados com as conversas sobre rebaixamento. Jogando o que jogou contra o Vasco, alguém acredita que o Coritiba tem condições de ao menos empatar com o Cruzeiro, ou mesmo com o Figueirense???
Julgo terem errado todos: a diretoria, cujo comandante passou dias na Europa, antes do campeonato acabar, mais preocupado em incensar outro prêmio do tipo “enfeite de estante”, como se o mote principal do Coritiba fosse o marketing, e não o futebol; os jogadores, por terem se apresentado sem vontade alguma de vencer a partida, e até o treinador Marquinhos Santos, por ter se permitido fazer experiências fora de hora com o banco de reserva para testar jogadores que, se nem nos treinamentos conseguiam render minimamente bem, quem dirá em uma partida que serviria para garantir a permanência na primeira divisão.
Não, não vou me esquecer dos méritos desses todos que citei, na arrancada que tivemos para escapar das últimas posições. A mudança na comissão técnica certamente foi o fator que nos afastou do Inferno, haja vista a mudança da postura tática e da vontade do time. Mas é simplesmente inaceitável que todos os jogadores já dêem como terminado um campeonato em que restavam ainda três partidas, e simplesmente façam exatamente o contrário do que foi feito nas apresentações diante de São Paulo, Ponte Preta, Palmeiras, Bahia, Náutico, Grêmio, Fluminense, e Atlético-MG. Se nessas partidas o time provou que tinha condições de até ter brigado por algo maior no campeonato, diante do fraquíssimo Vasco da Gama a impressão que restou é a de um Coritiba sem alma, sem garra, sem compromisso com a vitória e sem respeito com o seu torcedor. Isso sem contar a constatação de que era mentira a explicação sobre a também humilhante goleada para o Corinthians, classificada apenas como um "acidente".
Pois é preciso, então, lembrar a todos no Alto da Glória que ainda restam dois jogos a disputar, no Brasileirão 2012. E que, mais do que o ponto que nos falta para passarmos a tentar esquecer este ano, é preciso mostrar VERGONHA NA CARA, que foi o que faltou no último sábado. A camisa do Coritiba merece ser honrada, sim, e sempre! Nós, os torcedores, temos orgulho em poder vesti-la. Exigimos que os jogadores, se não forem capazes de sentir o mesmo, ao menos tenham respeito, por ela, e por nós.
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