Estrela Dourada
1979 contra o Vasco; 1980 contra o Flamengo; 1998 contra a Portuguesa; 2002 contra o Figueirense; 2007 contra o Marília; 2009 contra o Internacional; 2011 contra o Vasco; 2012 contra o Palmeiras; todos jogos decisivos, no Couto Pereira em que, a despeito da luta, o Coritiba fracassou.
1985, contra o Santos, foi a exceção a essa triste regra: tirando o campeonato regional, o normal é o Coritiba fracassar em casa, na hora de decidir alguma coisa.
Ontem, o jogo contra o Vitória não era decisivo. Valia “apenas” a liderança isolada do campeonato. E o Coritiba não conseguiu vencer.
Por certo que enfrentamos uma boa equipe, bem postada em campo e que também está em um bom momento. A questão não é desvalorizar o empate. A questão é não aceitar esse empate como normal ou, o que é pior, como um bom resultado.
Sempre defendi que o Coritiba precisa pensar grande. Alex, do alto de sua história como Coxa Branca e como craque do nosso time, também afirmou que o Coritiba não tem uma mentalidade de vencedor. E não é aplaudindo um empate em casa contra o Vitória, que conseguiremos alcançar esse status.
Sim, o resultado de ontem não é motivo para se fazer “terra arrasada”. Mas pra mim, pior que ver os torcedores extravasarem sua frustração, é ler as declarações do técnico Marquinhos Santos que o resultado estava dentro da “minimeta” traçada, ou constatar a falta de lamentação dos jogadores pela liderança desperdiçada.
Eu ficaria bem mais tranquilo, e confiante sobre os que o nosso time almeja para 2013, se, ao invés de se incensar a manutenção da nossa invencibilidade, os discursos fossem de lamentações pela chance perdida, e de que esse tropeço serviria para triplicar os esforços na busca pelas vitórias. Pois, a despeito de o time rubro negro baiano não ser nenhuma "galinha morta" nesse campeonato, nosso time esteve muito mal.
No primeiro tempo, parecíamos jogar com nove jogadores contra treze. Pois Bill e Geraldo mais ajudaram o Vitória do que o Coritiba. Bill é isso aí mesmo, estando em forma ou não: perde gols bisonhos, e marca quando menos se espera; já Geraldo, repito, deve ser guardado só para os Atle-Tibas, e apenas por conta de sua estrela, porque ainda está longe de poder ser chamado de um jogador de futebol, quanto mais de ser considerado titular de um time que diz almejar até o título da competição. Fiquei muito surpreso quando, da volta para o segundo tempo, os dois retornaram a campo.
Por sorte, temos Alex; por azar, o travessão impediu que sua genialidade nos desse, mais uma vez, os três pontos. Um resultado até normal, repito. Mas um resultado muito longe de ser considerado bom. Boa é a vitória em casa. Bom seria estarmos na liderança, sem precisar estar procurando razões para outro fracasso em casa, quando uma vitória seria importantíssima.
Chega de se contentar com pouco. Da mesma forma como o empate não é motivo para se reclamar muito do time, ele tampouco deve ser valorizado como o máximo que poderíamos alcançar. Pra começar a mudar a história contada pelo primeiro parágrafo deste texto, devemos abandonar essa mentalidade conformista, que até hoje nos trouxe muito mais frustrações do que motivos para júbilo. Hoje, a meu ver, precisamos de palavras não de conforto, mas de ambição.
O incentivo ao time deve não apenas continuar, mas aumentar. Se as vaias não levam a nada, o aplauso cego é tão prejudicial quanto. Vamos lamentar o empate de ontem, não pelo resultado em si, mas pelo que deixamos de conquistar. Talvez assim, percebendo o que já perdemos, aprendamos a dar mais valor ao que poderíamos ter conquistado.
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