Estrela Dourada
“Entra ano, sai ano, é sempre a mesma coisa. Contrata refugos, contrata treinador, manda embora alguns refugos, demite o treinador, contrata outro treinador e mais alguns refugos, demite o treinador e traz de volta aquele que havia sido demitido no ano anterior, e assim vai. Isso tudo entremeado por falas estúpidas dos dirigentes, que hora dizem que vamos brigar por título e/ou Libertadores, hora detonam os jogadores que eles mesmo haviam trazido e elogiado antes. Sem falar na ausência do presidente do clube, que some sempre que o calo aperta.”
Pego um gancho em meu último texto para tentar dizer algo sobre Marcelo Oliveira, mais um a inserir-se nesse padrão de mediocridade que domina o nosso clube. Confesso ser difícil tentar analisar de forma imparcial, uma vez que, pretensão à parte, não consigo “perdoar” MO pela escalação de Marcos Paulo na final da Copa do Brasil de 2011, um erro tão surpreendente quanto estúpido, que nos custou um título que poderia ter mudado nossa história (ou não..).
Mas vou tentar olhar essa volta através de outros aspectos. Acho que Marcelo Oliveira pode até ser um treinador razoável quando sua equipe está a disputar algo que não seja uma decisão. Em campeonatos de pontos corridos, os times que ele treina normalmente vão bem (tirando o fiasco de sua passagem pelo Vasco, mas, por se tratar de Vasco, há de se dar um desconto). O problema dele são os jogos decisivos, em que ele normalmente costuma acovardar-se e, invariavelmente, coloca tudo a perder, por conta de invenções malucas.
Outro aspecto a ser considerado é que MO adquiriu uma boa rodagem depois que saiu do Coritiba. Foi bicampeão brasileiro com o estelar elenco do Cruzeiro, e conseguiu ganhar uma Copa do Brasil com outro elenco diferenciado, o do Palmeiras. Vai que ele aprendeu a nunca mais inventar um Marcos Paulo da vida....
Junto os dois aspectos citados acima para tentar enxergar de forma otimista esse retorno do treinador que teve três chances de nos levar à Libertadores (e fracassou nas três): a despeito de que cada jogo do Coritiba, daqui pra frente, será decisivo, não estamos a disputar um torneio mata-mata. Se cairmos mesmo para a segunda divisão, como tudo está a indicar, isso não terá sido decidido em duas partidas, de ida e volta. Assim sendo, vai que Marcelo Oliveira consegue dar ao nosso limitado time algum padrão de jogo, que nos permita vencer algumas partidas, em número suficiente para superarmos as outras porcarias que também estão a dar vexame neste campeonato.
Outro ponto é que, bem ou mal, MO tem muito mais moral que um Pachequinho da vida para impor-se perante os jogadores (e orientá-los a, por exemplo, não cometerem erros idiotas como os de Galdezani e Wilson contra o Vasco, e de Márcio contra o Flamengo), e mais “cancha” para tentar mudar um esquema tático que não esteja funcionando, ao invés de insistir sempre na mesma maneira de dispor o time em campo, como Pachequinho fazia.
Resumindo: experiência e “currículo” (agora) Marcelo Oliveira tem. Se a essas duas capacidades ele tiver também o dom de fazer mágica com o catadão de jogadores que compõem o nosso time este ano, talvez consigamos adiar mais um pouco o nosso rebaixamento. Mas só adiar, porque a continuar a total incapacidade de nossos dirigentes em fazer algo da maneira correta, a queda para a segundona certamente virá, mais cedo ou mais tarde, merecidamente.
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