Estrela Dourada
A opção que o Coritiba está fazendo, desde a chegada de Ney Franco ao clube, de apostar em jogadores mais experientes para tentar sair do fundo do poço (e da tabela), ainda que necessária, tem lá um grande risco associado.
Se der certo logo, e o time conseguir mostrar mais equilíbrio, a ponto de subir na tábua de classificação do campeonato até uma posição que lhe dê tranquilidade, obviamente terá valido a pena. O problema é a equipe demorar a engrenar, permanecendo na zona da degola por mais rodadas. Nesse caso, que tipo de comprometimento com o clube terão esses jogadores já rodados, cujos contratos devem encerrar-se em dezembro deste ano?
Kleber talvez ainda tenha lenha pra queimar em sua carreira, com o perdão do trocadilho, caso consiga transformar o seu discurso sobre serenidade e nova fase em algo prático. Daí a tentar voltar para um clube grande, em caso de queda do Coritiba, é um pulinho. Lucio Flavio, jogador que eu respeito bastante, já está vivendo os estertores de sua carreira, e não tem muito a perder. Mas é de Leo Moura que eu tenho mais “medo”.
A despeito de ter feito fama e conquistado respeito vestindo a camisa do Flamengo, Leo Moura já tem a rotina de um jogador em fim de carreira. Após amargar a reserva no clube carioca, foi tentar a sorte na segunda divisão dos EUA, de onde tenta sair agora, muito pouco tempo depois de te chegado. Não vejo nesse jogador nada que case com o estilo de futebol jogado no sul, muito menos qualquer tipo de possibilidade de identificação com qualquer coisa que não tenha Flamengo no nome. Indo além, não penso ser a lateral direta a posição na qual mais precisávamos de reforços, e onde deveríamos gastar o pouco (?) dinheiro disponível para pagar os salários dos jogadores. Aliás, por falar nisso, o tal do “10 do Pedroso” subiu no telhado, né?
Sim, Léo Moura (caso venha mesmo) trará consigo uma história vitoriosa, muita experiência, certa capacidade de liderança e bastante afinidade, pelo menos, com o treinador Ney Franco. Por tudo isso, pode até dar certo, caso resolva se comprometer pessoalmente, e não apenas profissionalmente, com o “projeto” do Coritiba (que, infelizmente, resume-se a não continuar fazendo uma campanha medíocre no Brasileirão).
Incluindo na lista de jogadores “experientes” os nomes de Wilson (que deve virar o titular do gol) e de Marcos Aurélio, temos finalmente a nova formatação do time alviverde, mais cascuda e, teoricamente, com uma capacidade maior de evitar o descontrole emocional que, somado à baixíssima qualidade técnica dos jogadores contratados este ano, são os principais responsáveis pela humilhação contínua que vimos sofrendo em 2015, e que nos leva a enxergar um empate em um Atletiba como um feito até certo ponto épico, a ponto de, reza a lenda, ser comemorado com champanhe por alguns "poderosos" alviverdes.
Pra variar, o que nos resta é torcer para que mais essa aposta do Coritiba dê certo. Sem dúvida alguma, algo precisava ser feito, pois continuar do jeito que estava seria nos tirar o direito até de ter esperanças. Ao optar por, na metade do ano, remontar todo o seu time e sustentá-lo por uma espinha dorsal com jogadores acima dos trinta anos, o clube joga as suas últimas cartadas para que a nossa queda para a segundona, antes pule de dez, passe a ser o azarão na história.
Boa sorte, Coritiba.
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