Estrela Dourada
Andamos tão por baixo, temos sido tão humilhados, andamos tão carentes, nossa autoestima anda tão baixa, que quando algo bom acontece queremos encontrar um jeito de prolongar o momento, perpetuá-lo até, se for possível.
Ocorre que um jogo não passa disso: um jogo. E Wilson, ao defender o pênalti contra o Goiás na última partida, aos 50 minutos do segundo tempo, não apenas coroou mais uma partida sensacional com a camisa do Coritiba, mas também ajudou a apagar de nossas mentes o erro absurdo de William Matheus, que ia nos roubando a primeira e tão buscada vitória fora de casa.
Eis aí, pois, uma armadilha: os elogios a Wilson não podem abafar as críticas a William Matheus e, por consequência, a quem insistiu por mantê-lo no time, a despeito da péssima partida e dos erros cometidos no jogo anterior, contra o São Bento.
Ano passado, contra o Sport, em Recife, Wilson já havia feito uma partida histórica, ao defender dois pênaltis que nos permitiram uma virada e uma vitória incríveis. Pena que o campeonato não acabou ali, pois aquela vitória nos tirou da ZR, que foi onde acabamos, no último minuto da última rodada, ironicamente por termos tomado gols demais, e de forma besta, principalmente contra o Galo, em BH, e contra a Chapecoense, em SC.
Então, palmas e agradecimentos a Wilson pelo grande jogo em Goiás. E ponto final. Agora é a Ponte Preta. Lembremos do que William Matheus fez, e que ele nem passe perto do Couto Pereira no sábado. E lembremos, também, do pênalti idiota cometido por Vitor Carvalho contra o CSA, da expulsão ridícula de Uiliam Correia contra o São Bento, de que vínhamos jogando mal, enfim, até este último jogo contra o Goiás. Porque tão importante quanto valorizar (na medida certa, sem exageros) os acertos, é aprender com os erros e corrigi-los para que eles não se repitam.
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Em tempo: entendo o que nossa atual diretoria vem propondo, mas não concordo, principalmente ao vê-la arriscar uma permanência na segunda divisão, por conta da inaptidão para tocar as coisas do futebol. Ainda assim, separo as coisas: ela não é o Coritiba.
Do Coritiba eu continuo sócio, mesmo morando no Rio de Janeiro. Volta e meia, saio daqui só para ir ao Couto Pereira, ver o Coxa jogar, porque não consigo viver sem ele. Sim, além de não possuir nenhuma lógica, esse comportamento chega a ser masoquista, posto que eu poderia aproveitar essa distância física para diminuir minha dependência psicológica de um time que condiciona boa parte dos meus sentimentos e do meu humor diário.
Mas que lógica há em uma benção que recebemos ao nascer?? Eu choro, eu rio, xingo, aplaudo, sinto raiva, festejo. Mas nunca cogitei deixar de vestir minhas camisas do Coritiba. Já andei e trabalhei por esse Brasil todo, mas nunca perdi o entusiasmo com o Coritiba (lembro-me de já ter saído de Pitinga, no meio da Amazônia, só para ver um Atletiba em Curitiba), muito embora, devo admitir, tenha adotado uma postura pessoal de tolerância zero para com a mediocridade que nos assola há anos.
Digo tudo isso porque sábado tem jogo contra a Ponte Preta e eu, infelizmente, não poderei ir, não pelos 900 km que me separam de Curitiba, mas por conta de outra viagem previamente marcada. Invejo, pois, quem, estando em Curitiba, irá ao Couto Pereira. E não entendo, de forma alguma, como alguém que sente orgulho em ser Coxa Branca, e tem tempo e condições de ir jogo, pode cogitar não ir ao Alto da Glória, no momento em que o Coritiba mais precisa de nós...
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