Estrela Dourada
Semana passada, durante a introdução de um programa esportivo local, que fazia uma retrospectiva do tempo em que Marcelo Oliveira treina o Coritiba, foi dito que ele ainda é questionado até hoje por conta da escalação de Marcos Paulo na final da Copa do Brasil do ano passado.
Nosso treinador respondeu dizendo que faria tudo novamente, pois escala o time com convicção.
No primeiro Atle-Tiba da decisão do Campeonato Paranaense de 2012, Marcelo Oliveira realmente fez tudo de novo. Resolveu inventar (ou, melhor dizendo, repetir o erro) exatamente em uma decisão.
Escalou um menino, que joga como volante, vindo das categorias de base, que havia entrado como titular apenas em uma partida que não valia absolutamente nada (contra o Roma), para disputar a decisão do campeonato
Colocou um volante a mais no time, desta feita para a saída de Anderson Aquino que, ao contrário de 2011, nem suspenso estava. E manteve o time com essa postura defensiva para, a exemplo do que ocorreu ano passado, mudá-lo, na base do desespero, apenas quando o placar era adverso. Aí, fazendo o simples, tirando do time o excesso de volantes e substituindo-os por atacantes, o Coritiba chegou ao empate e, caso tivesse forçado um pouco mais, ou houvesse um pouco mais de tempo (que Marcelo Oliveira novamente fez questão de desperdiçar), teria conquistado uma vitória fácil sobre um time medíocre da segunda divisão brasileira.
Porém, por conta das tristes coincidências do futebol, o “mau” resultado está sendo atribuído por muitos a mais uma falha de um dos nossos goleiros. Se em 2011 Edson Bastos foi o crucificado, desta feita recaem sobre Vanderlei os poucos protestos por não termos vencido a partida. Esquecem-se quase todos, porém, que ao bater o pé e manter uma postura covarde e medrosa, de primeiro defender para depois pensar em atacar, nosso treinador subestimou não só o poderio ofensivo do Coritiba, como superestimou a questionável qualidade do adversário, que ao longo de sua história poucas vezes esteve tão fragilizado como agora (sem time, sem estádio, sem torcida, sem perspectivas).
E assim, fechando os olhos para essa postura defensiva e para a teimosia de Marcelo Oliveira ao insistir SEMPRE em atuar dessa maneira fora de casa, e em NUNCA reconhecer seus possíveis erros, restamos condenados a sofrer mesmo quando somos sabidamente superiores.
Sim, eu acho que o Coritiba tem todas as chances de ser Tri Campeão no domingo, se souber abdicar da soberba. Muito mais pela mediocridade do adversário e pela garra da torcida alviverde, do que pela postura do nosso treinador, sempre “cauteloso” em partidas decisivas.
O que me assusta é a tolerância diretiva com a parcimônia ofensiva de Marcelo Oliveira, e a perspectiva negra de reviver este ano o sofrimento das partidas fora de casa disputadas ano passado. Temos no nosso banco de reservas, a comandar nossa equipe, alguém que já foi um carrasco do melhor time que montamos em quase vinte anos, um carrasco de um menino que era tido como promessa (Marcos Paulo), um carrasco dos meninos da base alviverde que são sempre preteridos em jogos rotineiros e são jogados às feras nas decisões, um carrasco, enfim, da nossa tradição de nos impormos sobre os mais fracos.
Não sou louco de pedir o impossível. O que eu sempre pedi foi um pouco mais de ofensividade nas partidas fora de casa. Tenho comigo que quando Marcelo Oliveira ousar apenas um pouco mais, e experimentar arriscar apenas o mínimo nos jogos longe do Couto Pereira, deixando de privilegiar um time recheado de volantes, aí sim ele provará que realmente ouve quando a torcida alviverde canta, em uníssono, o mantra de uma equipe vencedora: vamos em busca da vitória!
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