Estrela Dourada
Com o Coritiba, dá medo ser otimista. Particularmente, devo admitir que nunca mais consegui sê-lo depois de 2011, quando um malfadado treinador (que voltaria para nos rebaixar, anos depois) enfiou no ... lixo a última chance que tivemos de ganhar algo realmente importante.
Então, mantida a cautela necessária quando se fala de Coritiba, começo 2020 achando que talvez não sejamos rebaixados este ano. Conseguimos manter boa parte do time de 2019, o que é importante para que não tenhamos que recomeçar do zero e “reforçamos” o elenco com contratações razoáveis, como as de Rodolpho, René Jr e Sassá. Ainda precisamos de laterais e de meio campistas, mas o time parece começar o ano mais bem encorpado do que nos últimos anos. Caso Giovanni Augusto e Jadson (se for mesmo confirmado) estejam mesmo dispostos a provar que 2019 foi um ano excepcionalmente ruim em suas carreiras, a tendência é a de que as coisas melhorem ainda um pouquinho mais.
Por outro lado, passado o período de experiências no Campeonato Paranaense, quando durante quatro jogos o treinador Barroca disse que faria testes com todos os jogadores do elenco, penso que já dá pra fazer uma lista daqueles que não servem: Wilson, Lucas Ramon, Nathan, Thiago Lopes e Welissol. Sobre Wilson, faço até um parêntesis: foi ídolo, ajudou o clube em vários momentos, escreveu sua história, mas seu tempo no Coritiba passou. Não dá mais para vê-lo levar gols decisivos de bolas alçadas/levantadas na área (como os feitos por Galo e Chapecoense no final do Brasileirão de 2017, e pelo Operário, ontem), sem ficar com aquela sensação de que eram bolas defensáveis e que não precisaríamos estar a chorar por mais um insucesso; não que Muralha seja a solução de todos os nossos problemas, mas, seja pelo que ele fez em 2019, seja pelo fator motivação pessoal, entre os dois não há porque se questionar quem merece ser o titular. Indo um pouquinho mais longe: Wilson, muito obrigado e adeus.
Thiago Lopes. Esse jogador merece ser estudado. Sai treinador, entra treinador, ele está lá sempre, a maior parte jogando entre os titulares. Acontece que é difícil vê-lo mesmo pegar na bola durante os jogos e, quando isso acontece, quase nada resulta de útil. Bom pra ele que ele acertou uma bela cobrança de falta contra o Paraná Clube, bom pra nós que esse gol nos deu a vitória, mas esse gol não diminui a relação custo/benefício de tê-lo no time titular, se não tanto por seu salário (que eu imagino que não deva ser alto), mas principalmente pelo número de jogadas que morrem em seus pés.
Por outro lado, vou citar aqui um jogador que eu acho que, caso tenha sequência como titular, pode ser muito importante neste ano. Robson. Me agrada muito ver como ele se movimenta no ataque, como sabe se colocar para receber passes, como tem um bom domínio de bola e como faz gols (já fez 10 nos 25 jogos em que atuou). Por tudo isso, vejo com bons olhos a venda de Guilherme Parede, que abre mais espaço no ataque, na folha de pagamento e ainda rende um dinheirinho ao clube. Se Rafinha continuar jogando o que vem jogando nesse início de ano, resta buscarmos por boas peças de reposição para esses dois jogadores.
Quanto ao nosso treinador, “conheço” dele apenas o trabalho feito aqui no Botafogo, o qual, segundo a maioria das pessoas com as quais eu converso, foi até razoável, dada a penúria na qual se encontrava o clube carioca. E, diante do bode que haviam colocado na sala (Mozart, ou Sandro Forner 2 – a reedição), Barroca foi como uma lufada de ar fresco. Espero dele que cumpra o prometido, e faça do Coritiba um protagonista nos jogos.
Resumindo: a despeito de ainda termos a tal Coritiba do Futuro no comando, estou tentando ver o copo meio cheio hoje, no início da temporada. Talvez muito desse “quase otimismo” seja mero delírio de quem já viu o Coritiba grande e, aliviado por estar de volta à primeira divisão, esteja a misturar paixão e realidade. Mas vou pagar pra ver. Literalmente.
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