Estrela Dourada
Passados cinco meses “sob nova administração”, o Coritiba perde não apenas um, mas dois dos nomes mais importante que compunham a diretoria, cuja renúncia foi oficializada com a explicação (?) de que a “visão a respeito do projeto que apresentamos não representa a realidade atual.”
O projeto que foi apresentado pela chapa vitoriosa foi amplamente divulgado, é de conhecimento de todos e pode ser conferido no site que ainda está no ar. Mas o que seria a tal da "realidade atual", com a qual os diretores que renunciaram não concordam? Teriam eles sido enganados de tal forma pelos outros integrantes da chapa, que, ao invés de ficarem e lutarem pelo que acham correto, é mais fácil (ou eu deveria dizer cômodo?) sair de cena? Teria um dos nomes que estão de saída (ou ambos) apenas emprestado seu nome à chapa de oposição para dar certa credibilidade a ela? Ou tão pouco tempo assim, depois das eleições, já surgiram desavenças intransponíveis que não deixam outro caminho que não seja a completa desintegração da chapa vitoriosa, que se apresentava como a esperança de que o Coritiba pudesse voltar a ter alguma perspectiva de renascer?
Tenho comigo que nunca saberemos a resposta. Porém, tão inexplicável quanto a renúncia de quem há pouquíssimo tempo se propunha a mudar o clube, é a minha surpresa pelo fato em si, posto que a cada eleição os grupos que mantém o poder no Coritiba apenas trocam de lado, passando de oposição à situação, e vice versa, mudando de lado como quem muda de roupas, com a maior desfaçatez do mundo.
E assim, nessa balada regida à sordidez, traições e deserções, segue o nosso Coritiba. Infelizmente, parece que nós, torcedores, não temos direito a alegrias ou esperanças. Quando uma bela vitória dentro do campo de jogo poderia servir como um bálsamo para nossa alma sofrida, o jogo político fora dele vem nos lembrar que acreditar em um futuro melhor para o clube que amamos é um sonho ainda muito distante, quiçá impossível.
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